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Abel fala em "puxão de orelha" com Patrick de Paula e despista sobre Lucas Lima

20 jun 2021 - 15h32
(atualizado às 15h32)
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O técnico Abel Ferreira não falou apenas sobre a vitória do Palmeiras por 2 a 1 sobre o América-MG, neste domingo, na entrevista coletiva após a partida. Titular no Allianz Parque, o meia Patrick de Paula foi assunto após perder seis minutos do primeiro tempo por causa de um brinco.

"Eu trato os meus jogadores como trato as minhas filhas, exatamente igual. Quando não dou aquilo que elas querem, dizem que eu sou o pior pai do mundo. Depois, dizem que sou o melhor pai do mundo. O Patrick é o um jogador sensacional, tem uma qualidade técnica muito acima da média. Agora, é um jogador que temos que puxar sempre as orelhas. Confesso que quando estudava, tinha um professor que puxava minhas orelhas porque fazia muitas besteiras. Fui aprendendo com esses puxões de orelhas. Mas esses puxões de orelhas nós vamos deixar para fazer em casa. Não gosto de castigar minhas filhas na frente dos outros. É isso que o Patrick vai ter", afirmou.

Abel também respondeu sobre Lucas Lima. Neste semana, o meio-campista foi acusado por torcedores de ter frequentado uma balada e acabou afastado por quebrar os protocolos do Palmeiras contra a covid-19. O treinador despistou sobre o assunto, afirmando que o futuro do jogador está nas mão da diretoria do clube.

"Lucas Lima é uma situação que está entregue para a direção. Não queria me alongar muito sobre isso. Está sobre a alçada da direção, que terá que tomar alguma decisão em relação a essa situação", disse.

Já sobre a partida contra o América-MG, Abel admitiu que sua equipe entrou desconcentrada no primeiro tempo. Apenas na primeira etapa, o Coelho finalizou dez vezes na meta de Jailson, que defendeu um pênalti. Mesmo assim, o técnico acredita que a vitória tenha sido merecida, já que o Verdão criou chances suficientes no segundo tempo.

"Acho que esses dados estatísticos mostram bem como entramos desconcertados no jogo. Acho que o adversário conseguiu aproveitar nossa falta de foco e concentração no primeiro tempo. Tenho que admitir que demos 45 minutos de vantagem ao nosso adversário. Aqui no Brasil os jogadores são muito bons tecnicamente, de todas as equipes. Agora, faltam as capacidades coletivas, que eu chamo de intensidade de jogo, intensidade mental, o querer ser melhor que o adversário, correr, lutar e sofrer. Quando juntamos esses ingredientes todos, temos o que assistimos no segundo tempo. Uma equipe com ambição, insatisfeita com o resultado", afirmou,

"É verdade que marcamos o gol no último segundo, mas no segundo tempo tivemos duas (chances) com o Luiz Adriano, uma com o Willian e uma na trave do Deyverson. Pela oportunidade que criamos, o 2 a 1 deveria ter saído mais cedo. Também nos expusemos ao risco, porque nosso adversário puxou contra-ataques. Se quisesse estar na minha zona de conforto, estava em Portugal", completou.

Confira outros assuntos abordados por Abel Ferreira na entrevista coletiva:

Mudanças no segundo tempo

"Vou compartilhar uma coisa com vocês. Não vim aqui só para aprender, vim aqui também para partilhar minhas experiências. Antes dos jogos acontecerem, eles acontecem na minha cabeça. Eu vejo o jogo na minha cabeça, vejo o que posso fazer se estivermos perdendo ou o que fazer se estivermos ganhando. Na véspera do jogo, vejo ele na minha cabeça, de várias maneiras. Depois quando acontecer, eu tenho que dar uma resposta. É assim que eu me preparo para os jogos, eu consigo visualizá-los na minha cabeça e criar cenários para depois, na hora da pressão, tomar as melhores decisões. Colocamos dois atacantes, que foram Deyverson e o Luiz Adriano, entre o zagueiro e o lateral para criar dúvida no lateral, se saia fora ou fechava dentro. E o Willian jogou por trás, para chegar exatamente ele fez o gol, na marca do pênalti. Como disse, fizemos o gol no último segundo, mas criamos oportunidades para ter feito bem mais cedo. Na minha opinião merecido. Temos aqui uma lição para o ano todo que é o CRB. Eu não gosto de esquecer o passado, acho que é um jogo que temos que ter na nossa cabeça, porque é possível tudo, como finalizar 35 vezes e perder o jogo por 1 a 0".

Atuação de Renan

"Não é só o treinador, o clube e a direção também têm a noção do risco que é apostar nos garotos. Existem dores de crescimento, existem erros e gols. São jogadores que tem 18 anos. Há um ano ou dois, Patrick, Menino, Danilo e Renan estavam jogando no sub-20. Agora, nos exigimos o mesmo do Renan que exigimos ao Gómez e ao Luan e que exigíamos ao Edu (Dracena), que hoje é nosso diretor. Queremos que ele faça o mesmo. Não, na vida ninguém nasceu correndo. Nascemos, começamos primeiro engatinhando, depois andamos e caímos, depois começamos a andar e então correr. É exatamente igual ao jogador de futebol, vem da formação. Esse é o caminho do nosso clube, vamos ter que ter paciência quando acontecerem os erros e apoiar-los, dando continuidade para eles seguirem jogando e errarem cada vez menos. Não há milagres. Quando pensarmos que vamos ter o Menino, Danilo ou Renan e exigir o mesmo do que fazem os jogadores já experientes, é um risco que vamos correr, mas sabemos disso. Temos que estar todos preparados. Cometemos alguns erros, como o gol que sofremos hoje, que foi igual ao do CRB. Temos que melhorar, ver, aprender e seguir em frente".

Variações táticas durante o jogo

"É assim, quando nós ganhamos está espetacular, o treinador conseguiu descobrir o Willian e o Deyverson por trás, está fantástico. Se tivéssemos perdido ou empatado, o treinador não percebe nada, é fraco e não entende nada de futebol. Mas é assim, é o que nós fazemos. Por isso que eu digo que gosto muitas vezes de mexer e trocar o jogador de posição. Se for ver o elenco que temos disponível, está muito reduzido. Temos uns por lesão, outros que estão nas seleções. Os que estão aqui, os mais experientes com a mistura dos mais novos, estão dando a resposta. É isso que nós queremos. Hoje jogam alguns, amanhã jogam outros. É difícil criar um estilo de jogo consistente, mas acho que é bem evidente a mentalidade e espírito de jogo que essa equipe tem. Apesar das muitas ausências, esses rapazes tem tido um comportamento que eu tenho gostado. A mentalidade tem que ser essa, cultura de vitórias, continuar a ganhar sabendo que estamos num campeonato que é uma maratona, extremamente competitiva. Toda a semana vamos ver resultados que vão surpreender. Como eu disse, o futebol brasileiro tem muita qualidade técnica, mas faltam outras coisas que todos podemos melhorar, treinadores, diretores, presidentes e jogadores também".

Aposta nas Crias da Academia

"Com os garotos, sabemos do risco que estamos correndo. Os erros dos garotos sou eu quem vou pagar diretamente. Quando não ganha, a culpa é do treinador. Todos temos que ter essa confiança. A direção e o treinador sabem, talvez nossa torcida não esteja preparada para isso, mas o futuro é esse. Perdemos para o CRB com um gol que sofremos com alguns erros. Faz parte daquilo que acreditamos e que será o presente e o futuro do Palmeiras".

Irregularidade do Palmeiras e críticas da torcida

"O Campeonato Brasileiro é desafiador por isso mesmo, tem que trocar de equipe sempre. De um jogo para outro fiquei sem três jogadores. Rony, Breno (Lopes) e Luan fora. O treinador tem essa missão, arranjar soluções para continuar com a equipe competitiva. Não sou eu quem digno, mas os melhores treinadores do mundo, que são os jogadores que fazem a diferença. Ter o Messi ou não ter o Messi, ter o Cristiano Ronaldo ou não ter o Cristiano Ronaldo, ter o Neymar ou não ter o Neymar. Na equipe, são os jogadores que fazem a diferença. Desde que nós chegamos aqui, todos somos um, mas todos somos um nas vitórias e nas derrotas. Por isso que às vezes fico triste quando alguma torcida critica quando nós não ganhamos. Eu quando tenho dificuldades, espero que as pessoas que gostam realmente de mim venham dar um apoio, um incentivo. Isso é que faz a diferença, não é dizer que estou mal quando eu sei que estou mal. Nós precisamos de um apoio, de um incentivo. Os verdadeiros, os amigos, que o fazem. Há uma frase no CT que diz: 'ser palmeirense é muito mais do que ser campeão, é uma emoção, algo que se sente e se vibra'. O mesmo que os torcedores exigem de mim eu exijo dos torcedores, que apoiem nossa equipe. Quando todos somos um, seremos seguramente mais forte. Temos que aguentar as críticas, mas seguramente, quando estamos no nosso trabalho ou na nossa vida e as coisas não correm tão bem, gostamos muito mais de uma palavra de apoio ou de incentivo do que uma facada por trás. É o que eu sinto quando alguns torcedores nos criticam quando precisamos de apoio. Não precisamos de sangue porque sabemos perfeitamente que temos que melhorar e dar o nosso máximo. Essas são as torcidas que fazem a diferença, que quando as coisas estão mal fazem o diferente".

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