PUBLICIDADE

Motociclismo

Reação tardia de Bagnaia faz Ducati parecer condenada ao quase na MotoGP

Sem títulos na MotoGP desde 2007, Ducati se aproxima do quarto vice no campeonato de pilotos nos últimos cinco anos. E com o jejum aumentando, a montadora italiana vive no limite entre o fracasso e a glória

13 out 2021 - 05h02
Compartilhar
Exibir comentários
Francesco Bagnaia está 52 pontos atrás de Fabio Quartararo
Francesco Bagnaia está 52 pontos atrás de Fabio Quartararo
Foto: Ducati / Grande Prêmio

A temporada 2021 ainda conta com mais três etapas e está com a briga pelo título aberta. Fabio Quartararo lidera o certame, com 254 pontos, 52 a mais que Francesco Bagnaia, o vice-líder. Mesmo que com protagonistas diferentes, a situação na MotoGP parece a mesmo que vimos em anos anteriores. Em comum, no entanto, a presença da Ducati na segunda posição.

Bagnaia não era cotado para brigar pelo título em 2021, vale ressaltar. A expectativa estava toda no companheiro Jack Miller, mais experiente e que dominou os testes de pré-temporada. Conforme as provas foram se desenrolando, no entanot, o jogo virou e o italiano colocou-se como adversário do inalcançável Quartararo na caçada decisiva pela taça da MotoGP.

O retrato, porém, parece muito repetido até para a Ducati. Na MotoGP desde 2003, apenas um piloto da montadora italiana conquistou um título, com Casey Stoner superando Valentino Rossi em 2007. Desde então, bater na trave é uma expressão comum pelos cantos da fábrica de Bolonha, especialmente nos últimos anos. Entre 2017 e 2019, Andrea Dovizioso colocou o time na briga pelo título, mas foi impedido por um certo Marc Márquez, mesmo quando tinha boas chances.

Francesco Bagnaia agora está a 52 pontos de Fabio Quartararo na classificação (Foto: Ducati)

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Em 2020, sem o espanhol para dominar as atenções, a briga pelo campeonato abriu-se para diversos competidores. Dovizioso até liderou brevemente, mas perdeu-se nas discussões internas com a Ducati e foi caindo até chegar na quarta posição, onde terminou. Pior que isso, foi a sensação de mais uma vez ter desperdiçado uma chance que não se sabe quando vai voltar. Com isso, não é de espantar que sobre um gostinho agridoce daquela montadora que vive entre o sucesso e a lama.

Por um lado, parece positivo que a Ducati tenha mantido o nível nos últimos anos e esteja sempre brigando por uma posição de destaque na tabela de pontos. Por outro, parece que as situações estão se esgotando. Márquez perdeu a coroa, a Yamaha cresceu, até a Suzuki furou a fila e o time de Borgo Panigale fica chupando o dedo. Para 2021, a situação deve se repetir, com Quartararo podendo matematicamente encerrar a disputa já na próxima etapa, o GP da Emília-Romanha, em Misano.

Terceiro colocado no GP das Américas, atrás de Quartararo, o piloto da Ducati perdeu mais quatro pontos em relação ao rival na briga pelo título, mas tenta não se abater, já que entende que o francês foi mais rápido e que Marc Márquez esteve intocável no caminho à vitória em Austin.

Francesco Bagnaia venceu duas corridas nesta temporada (Foto: Michelin)

WEB STORY

"Não queiro deixar meu moral abalado. Você tem de ficar feliz quando deu tudo. O meu potencial hoje era esse, os outros foram melhores. Márquez foi intocável e Quartararo foi muito rápido", pontuou após a corrida em Austin.

"Certamente não vou desistir, mas Fabio fez um grande trabalho neste ano: foi o mais rápido na primeira parte da temporada e o mais consistente", apontou. "Sei muito bem onde perdi os pontos que me faltam, por causa de erros meus e problemas, e não foi hoje. Mas fui mais competitivo nas últimas corridas", declarou.

Ainda que Bagnaia não desista da briga pelo título, o primeiro título ficou bem difícil. A sina de ficar no vice vai marcar a Ducati mais uma vez. Só um milagre pode fazer a situação se inverter. Enquanto isso, a conquista de Stoner, no já longínquo ano de 2007, vai ficando como uma única memória boa da montadora italiana que não sabe capitalizar as chances que possui.

A MotoGP volta às pistas no próximo dia 24 de outubro para o GP do Feito na Itália e da Emília-Romanha, em Misano. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2021.

Grande Prêmio
Compartilhar
Publicidade
Publicidade