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Motociclismo

MotoGP estica corda com maior calendário da história para temporada 2022

Por mais que seja compreensível a entrada de alguns países no calendário, é preciso ressaltar que, além da exigência física e do custo pessoal de uma programação tão extensa, os pilotos acabam também com pouco tempo para recuperação de eventuais lesões

7 out 2021 - 12h23
(atualizado às 12h26)
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Calendário de 2022 é o maior da história da MotoGP
Calendário de 2022 é o maior da história da MotoGP
Foto: AFP / Grande Prêmio

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A MotoGP divulgou nesta quinta-feira (7) o calendário de 2022, aquele que vem a ser o maior da história do Mundial de Motovelocidade. Ainda que seja uma versão provisória, a programação já sinaliza o rumo que o campeonato quer seguir: 21 etapas.

Em síntese, são três novidades: Indonésia, Finlândia e Portugal. Olhando de trás para frente, Portimão nem parece assim tão novo. Mas é que o traçado do Algarve só entrou na programação por conta das brechas resultantes da pandemia de Covid-19.

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Calendário com 21 etapas foi divulgado pela FIM (Foto: Red Bull Content Pool)

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O caso finlandês combina muito com aquela música 'Caviar', do Zeca Pagodinho. A gente nunca viu e nem comeu, mas ouve muito falar. Afinal, o KymiRing vive aparecendo no calendário, mas a prova foi cancelada nos últimos anos. Pilotos de teste chegaram a provar a pista de Kausala, mas o novo coronavírus também barrou a volta do GP.

A Indonésia tem uma situação um pouco diferente. Trata-se de um dos mercados mais importantes para a indústria das motos e um dos países onde o público é mais apaixonado pelo esporte. Assim, a inclusão de Mandalika no calendário é um desejo das fábricas. E, por isso mesmo, talvez a novidade mais compreensível.

No entanto, ainda ficaram quatro etapas na Espanha: Jerez, Catalunha, Aragão e Valência. É fato que o país é uma enorme potência no esporte, mas, em determinados momentos, a Dorna apresentou a possibilidade de um revezamento entre essas etapas para que o calendário não ficasse tão dilatado. E seria uma saída justa.

O calendário da MotoGP, na ampla maioria, conta com praças que produzem boas corridas. Outras, como a Áustria, por exemplo, ainda que resulte em GPs atrativos ou interessantes, representa um grande problema de segurança. Ano passado, Johann Zarco, Franco Morbidelli, Valentino Rossi e Maverick Viñales escaparam de um dos acidentes mais assustadores que nós já vimos.

Austin, por sua vez, tem um problema recorrente com o asfalto. Até onde se sabe, é uma questão da movimentação constante do solo. A edição deste ano foi marcada por inúmeras queixas dos pilotos em relação às condições da pista e, segundo declarou Joan Mir, se o piso não for refeito, os pilotos não querem voltar.

Problemas de segurança à parte, outra questão de um calendário tão longo é o custo pessoal disso. E não só para os pilotos, mas também para engenheiros, técnicos, assessores e etc.

Considerando que o ano tem 52 fins de semana, 40,38% deles ficam comprometidos com etapas. Só que esses não os únicos dias de trabalho para quem participa do Mundial. Os pilotos vivem em constante treinamento, as viagens acontecem com antecedência, então são muitos dias fora de casa.

A MotoGP, aliás, vive hoje um 'baby boom'. Álex Rins e Maverick Viñales acabaram de ser pais, Miguel Oliveira está esperando o primeiro filho. Aleix e Pol Espargaró são pais de crianças pequenas. Tanto tempo fora de casa tem um custo pessoal para todos eles.

Claro, eles escolheram uma profissão que demanda viagens. E todos eles sabiam disso. Mas isso não significa que este não seja um fator que deve ser considerado.

No caso das motos, é preciso ressaltar, também, que as lesões são frequentes e que um calendário tão dilatado diminui o tempo de que os pilotos têm disponível para recuperação.

No fim das contas, por mais que o fã goste de muitas corridas, é também preciso buscar um equilíbrio. O Mundial, ainda que conte com motos lotadas de tecnologia de ponta, é feito por humanos. Por pilotos, engenheiros, mecânicos, técnicos, jornalistas, administradores, médicos e etc. É importante, também, valorizar o impacto deste inchaço da programação na vida e até na saúde de todos eles.

A MotoGP volta às pistas no próximo dia 24 de outubro para o GP do Feito na Itália e da Emília-Romanha, em Misano. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2021.

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