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Motociclismo

Bagnaia brilha com vitória de ponta a ponta, mas Aleix Espargaró é piloto do dia na Holanda

Diante de um público de 104.244, o titular da Ducati não colocou um fio de cabelo no lugar errado e tratou de dar a volta por cima depois da decepção do GP da Alemanha, quando abandonou ainda no início da disputa. A atuação do italiano, porém, foi ofuscada por uma corrida digna de um campeão feita por Aleix Espargaró, que teve de remontar depois de ser colocado para fora por Fabio Quartararo ainda nas primeiras voltas

26 jun 2022 - 14h36
(atualizado às 15h09)
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Aleix Espargaró bateu Brad Binder e Jack Miller em uma só tacada
Aleix Espargaró bateu Brad Binder e Jack Miller em uma só tacada
Foto: Aprilia / Grande Prêmio

Aleix Espargaró foi o piloto do dia no GP da Holanda deste domingo (26). Desculpe-me quem não concorda, mas em um ano em que muita gente se queixa de falta de ultrapassagens na MotoGP, não dá para deixar de valorizar o cidadão que escalou o pelotão depois de ser colocado para fora da pista e ainda bateu em uma única tacada dois dos principais 'late-brakers' do grid em uma das chicanes mais famosas do calendário. E isso não significa que Francesco Bagnaia, Marco Bezzecchi e Maverick Viñales não mereçam menções para lá de honrosas.

O dia em Assen foi um tanto incomum. Afinal, foi a primeira vez na temporada que Fabio Quartararo cometeu um erro gritante. Na volta cinco, o francês foi tentar passar Aleix, mas cometeu o que ele próprio julgou como um "erro de estreante" e caiu, colocando o irmão de Pol para fora da pista.

CLASSIFICAÇÃO DA MOTOGP

Aleix Espargaró teve atuação digna de campeão em Assen
Aleix Espargaró teve atuação digna de campeão em Assen
Foto: Divulgação/MotoGP / Grande Prêmio

Os dois ainda seguiram na disputa, mas 'El Diablo' não viu a bandeirada. Já na volta 14, Fabio foi arremessado da moto, vítima de um problema mecânico decorrente da queda anterior, que acabou por danificar o controle de tração da YZR-M1.

Aleix, por outro lado, reluziu. Depois de cair para 15º, o pai dos pequenos Max e Mia foi subindo pouco a pouco, exibindo um ritmo espetacular a bordo de uma RS-GP super competitiva. A manobra mais impactante veio na última volta, na chicane Geert Timmer Bocht, uma das mais famosas do calendário e palco de algumas memoráveis disputas ao longo da história.

Em uma só tacada, Aleix abocanhou as posições de Brad Binder e Jack Miller, conhecidos justamente por frearem bem tarde. Mas o mais velho dos Espargaró não deu nem chance e acabou em quarto, só 2s585 atrás de Bagnaia, que dominou a corrida de ponta a ponta.

Com a quarta colocação, somou 13 pontos, diferença que agora desconta para Quartararo na classificação do Mundial de Pilotos. "Podia vencer, Fabio terminar em segundo e eu descontar cinco pontos, mas descontei 13. Não é o que eu queria, mas não é tão ruim", disse Aleix ao streaming espanhol DAZN.

O piloto da Aprilia, que ao final da corrida recebeu om líder do campeonato nos boxes para um pedido de desculpas, admitiu que ficou com raiva no momento do incidente, já que tinha notado que a RS-GP estava muito competitiva.

Francesco Bagnaia foi dominante neste domingo em Assen
Francesco Bagnaia foi dominante neste domingo em Assen
Foto: Ducati / Grande Prêmio

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"Estava muito irritado, pois só duas voltas antes de o Fabio bater em mim, eu percebi que tinha a melhor moto. Era impressionante como estava rápido. Pensava: hoje eu ganho", contou. "Quando me dei conta, me deu muita raiva", reconheceu.

"Houve um momento em que eu estava em 14º e pensava: se cair, caiu, porque era a bola da partida. No final, chegou a recompensa na última chicane. Achei que não viria", comentou. "É uma pena, pois você nunca sabe quando terá a próxima oportunidade de vencer. Aqui eu me via como na Argentina. Fiz o que pude, uma remontada brutal, ultrapassando pilotos muito rápidos", frisou.

Vindo de um abandono na Alemanha, Francesco Bagnaia liderou a corrida de ponta a ponta, mas não sem sustos. Principalmente na hora em que as bandeiras de chuva começaram a ser exibidas.

"Dava medo, muito medo. Mesmo que a gente sempre diga que temos de terminar a corrida e que qualquer resultado é bom, hoje tínhamos de vencer ou, pelo menos, tentar recuperar alguns pontos", falou Francesco. "Eu só consegui olhar uma vez para o telão e Aleix estava na brita e uma azul no chão, então imaginei que eram Fabio e Aleix, por isso tivemos um pouco de sorte", frisou.

"Mesmo assim, pensei: 'bom, posso estar mais relaxado, posso fazer a minha corrida com mais calma'. Mas, vendo a diferença em relação a Marco Bezzecchi, sempre esteve muito pegado", relatou o italiano, que não conseguiu quebrar o pelotão de maneira decisiva, que já sempre teve o titular da VR46 relativamente por perto. "Tive que voltar a forçar, voltar a abrir essa brecha para ser mais inteligente e estar mais tranquilo na parte final da corrida", apontou.

"Aí chegou a chuva. Quando vi que chovia, baixei o ritmo um pouco, mas Bezzecchi voltou a pressionou. Então foi muito difícil. Voltar a cair me aterrorizava, então o principal era terminar. Não foi fácil, mas tratei de ser inteligente, tentei não ultrapassar o limite", explicou.

"O problema foi que vi a chuva e pensei que estava pior do que era na realidade. A questão é que quando chove, é uma chuva fina, e você está com a sobreviseira, ela embaça um pouco, então não dá para ver as coisas com claridade, então tirei o plástico e perdi cinco ou seis décimos. Perdi muito tempo, e Bezzecchi estava me alcançando quase como se não chovesse. Eu estava forçando sem forçar, porque quando chove, você não pode encarar as curvas como normal. Mas encontrei a maneira de pilotar e foi bem. Tive sorte, pois tenho gente ao meu lado para me ajudar: minha namorada, minha família e minha equipe, todos. E ver que sou rápido também, porque, no fim, é sempre preciso acreditar em si mesmo. Sei que quando eu chego no circuito, se trabalho da maneira correta, tenho a possibilidade de lutar pela vitória ou pelo pódio", encerrou.

A MotoGP agora entra em férias e volta à ativa apenas no dia 7 de agosto, com o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

DO DOMÍNIO DE MARC MÁRQUEZ AO ZERO: A HONDA DE PONTA CABEÇA NA ALEMANHA

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