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Lutas

Minotouro levanta o público e descarta aposentadoria no UFC

Veterano de 42 anos renasce no octógono após quase dois anos sem lutar, ao superar Sam Alvey por nocaute

23 set 2018 - 19h29
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O veterano Rogério Minotouro foi o grande destaque do UFC São Paulo, levando o público ao delírio com uma ótima vitória. Em um card em que a maioria dos lutadores levantou a bandeira brasileira para comemorar, foi ele quem emocionou os fãs e mostrou superação dentro do octógono ao derrotar Sam Alvey por nocaute.

Aos 42 anos, Minotouro mostra que ainda pode dar alegrias aos torcedores antes de pensar em sua aposentadoria. Ele ganhou no mesmo palco em que havia sido nocauteado por Ryan Bader em sua última luta, realizada em novembro de 2016. Depois do combate, o baiano precisou passar pelos maiores desafios de sua carreira: acabou se machucando e ainda cumpriu suspensão preventiva por doping, ficando dois anos longe das lutas profissionais.

"Eu voltei com vontade, até com mais vontade do que estava antes. Eu treinei muito bem este mês", contou o meio-pesado, revelando os dramas que viveu antes do combate. "Não queria falar muito, mas mês passado, 45 dias antes da luta, eu estava meio inseguro, estava com 109 kg. Estava sem treinar nada. Quando marcaram a luta, tive uma infecção na perna e passei dez dias hospitalizado. Foi difícil voltar", explicou.

O veterano não esconde a felicidade por ter conquistado mais uma vitória em sua carreira, que conta com seis triunfos e cinco reveses no Ultimate, e ressalta que o resultado dá mais motivação ainda para seguir a carreira e não pensar em sua aposentadoria, pois ele ainda tem três lutas em seu contrato com o UFC e pretende realizar elas no período de um ano.

"Estava na minha cabeça que essa não seria uma volta perfeita, porque tinha um mês pra lutar, cheio de antibiótico no corpo... A gente fez um trabalho forte de preparação física, e eu realmente só consegui o gás nos dez últimos dias de treino. Eu pretendo lutar novamente. Quero sentir o octógono novamente. Enquanto eu tiver condição de treinar normalmente e enquanto essa lesão nas costas não me tirar, eu pretendo continuar a lutar", afirmou.

O brasileiro avalia que sua vitória não foi fácil, mas espera que um triunfo após tantas dificuldades afaste os rumores sobre o fim de sua carreira. "Eu sou um lutador com 42 anos e talvez não tenham outros lutadores da minha idade. Tinha o Dan Henderson, o Randy Couture, mas hoje tem pouca gente que eu conheço que esteja lutando bem. Com certeza, eu tenho de pensar na época de aposentadoria, não está fora de cogitação. Mas acho que essa performance afasta um pouco esta conversa. Quero lutar ainda este ano", disse.

Em recente entrevista ao Estado, Minotouro já havia declarado que gostaria de realizar mais uma luta ainda em 2018 e revelou que pretende subir no octógono em dezembro. Além disso, o brasileiro reforçou que está conciliando os treinamentos com a sua vida de empresário, profissão que deve seguir após pendurar as luvas.

"Sou empresário. Tenho uma rede de academias e estou fazendo muitos trabalhos com professores, treinamentos e dando aula. Acho que essa é a minha perspectiva para o futuro, continuar trabalhando com eles. Temos mais de dez mil alunos hoje no Brasil, contando todas as redes de academias", comentou.

O trabalho com a rede de academias ainda conta o reforço da família. "Minha mulher e minha irmã também participam. Hoje estamos desenvolvendo produtos que vão desde quimono até roupas, luvas e bebidas. Tem de tudo. Também temos feito projetos sociais e palestras", completou.

O evento em São Paulo foi a última parada no Brasil neste ano. Para 2019, a previsão é que três sejam realizados, um deles numerado, ou seja, com grandes nomes no card, e serão provavelmente em Curitiba, Fortaleza e São Paulo. Com isso, a cidade do Rio de Janeiro ficaria fora.

Estadão
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