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Lutas

Atração no UFC Vancouver, Glover Teixeira comenta pressão dos fãs: 'São ignorantes e cobram muito'

Para o brasileiro, torcedores estão confundindo MMA com futebol e 'precisam ter paciência'

14 set 2019 - 04h41
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Em busca do seu terceiro triunfo consecutivo no UFC, Glover Teixeira entra no octógono da Rogers Arena, em Vancouver, no Canadá, para encarar o ucraniano Nikita Krylov na madrugada deste sábado. O brasileiro faz a segunda luta mais importante da noite, ficando atrás do duelo peso leve entre Justin Gaethje e Donald Cerrone.

Em entrevista ao Estado, Glover Teixeira, atual nono colocado no ranking dos meio pesados, comentou a sua preparação para a luta, avaliou o cenário brasileiro dentro da organização e expôs a sua opinião sobre a cobrança da torcida brasileira por títulos.

Para o meio pesado, a escassez de títulos brasileiros no UFC é apenas uma fase e os fãs "precisam ter paciência". "Os grandes campeões como Anderson Silva, José Aldo e Amanda Nunes, estão sempre representando o Brasil. Acho que essa cobrança é algo que fica só na boca do povo mesmo. Muitas vezes os fãs são ignorantes e cobram muito. Mas os lutadores sabem do seu potencial e é por isso que sempre estamos no topo das categorias", conta.

"Alguns fãs estão confundindo o MMA com o futebol. Xinga o time quando está ruim e depois glorifica quando está bom. Em alguns países as pessoas dão um suporte mais legal e aprendem a lidar com os altos e baixos", completa o lutador.

Como foi a preparação e o corte de peso para luta?

No momento estou fazendo apenas o corte de peso. Mas sem preocupações. Fiz a minha preparação com o Antônio Cara de Sapato. Agora eu apenas consigo pensar em comer um carboidrato e sair na mão com o Nikita Krylov.

Você e seu adversário acumulam vitórias por finalização. É o que espera para esse combate?

Na verdade eu não sei se eu vou finalizar. Mas eu sempre procuro a finalização ou o nocaute. Eu gosto da trocação e tenho o jiu-jítsu afiado, se colocar ele para baixo, pode ser uma finalização também. O meu interesse é acabar com a luta e não deixar nas mãos dos juízes.

Quais os pontos fortes do ucraniano Nikita Krylov?

Ele é um lutador bem completo. Tem bastante finalizações na carreira e é um adversário que eu tenho que respeitar o jiu-jítsu dele. Vou chegar e fazer o meu melhor.

Aos 39 anos, já pensa na aposentadoria?

Eu penso no momento, penso na próxima luta. Eu não sou um cara que gosta de fazer planos para o futuro. Estou no meu melhor momento, então tirei da minha cabeça isso de aposentadoria. Acredito que ainda vou lutar por mais alguns anos.

Quantas lutas ainda restam no seu contrato?

Eu não sei quantas lutas eu tenho no contrato. Eu acho que renovei faz pouco tempo. Mas na hora que eles (UFC) quiserem me mandar embora, independente das lutas que tem no contrato, eles mandam. Eu quero estar aqui lutando ficar olhando quantas lutas eu tenho no contrato é uma preocupação que eu não tenho.

Como você avalia o cenário brasileiro após a derrota de Jéssica Andrade?

Algumas vezes temos mais cinturões do que os outros países e outras vezes não. É uma questão de fase. O brasileiro é um povo guerreiro e nós buscamos estar sempre entre os melhores. É claro que ninguém quer perder, existe até uma cobrança pessoal para que isso não aconteça. Mas fazemos o melhor possível, como foi o caso da Jéssica.

A escassez de títulos brasileiros é apenas uma fase?

É uma fase que vai passar em pouco tempo. Tem vários lutadores novos vindo aí. E não só os novos. Eu mesmo estou na briga e buscando uma chance pelo cinturão. É uma vamos e o brasileiro precisa ter paciência.

Existe uma grande pressão da torcida por títulos?

Os grandes campeões como Anderson Silva, José Aldo e Amanda Nunes, estão sempre representando o Brasil. Acho que essa cobrança é algo que fica só na boca do povo mesmo. Muitas vezes os fãs são ignorantes e cobram muito. Mas os lutadores sabem do seu potencial e é por isso que sempre estamos no topo das categorias.

A cobrança incomoda?

Eu sei que o torcedor precisa comparar, porque nós mesmos fazemos isso. Nos cobramos para buscar a vitória. Não podemos deixar esses caras passarem por cima. Mas a luta é uma coisa individual. Eu acho sim que alguns fãs estão confundindo o MMA com o futebol. Xinga o time quando está ruim e depois glorifica quando está bom. Em alguns países as pessoas dão um suporte mais legal e aprendem a lidar com os altos e baixos. São fases que passam na vida do lutador e na vida de qualquer um. Agora estamos passando por um momento ruim por ter perdido do cinturão da Jéssica Andrade.

Na sua opinião, qual é o atual melhor lutador da organização?

No momento, com toda certeza é o Khabib Nurmagomedov. E eu vejo muita gente comparando o russo com o Anderson Silva. Mas o momento agora é do Khabib e nós vamos voltar para o topo. Já estivemos lá e estamos sempre na guerra.

Estadão
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