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Wagner se pronuncia pela primeira vez após sair do Vasco e faz críticas

Meia conseguiu rescisão via Justiça e pede cerca de R$ 8 milhões do Cruz-Maltino. Agora no Al-Khor, do Qatar, cita 'descaso e falta de respeito' da atual gestão do Vasco com ele

21 set 2018 - 14h03
(atualizado às 14h04)
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O meia Wagner saiu do silêncio desde que conseguiu rescindir o contrato com o Vasco pela Justiça e se transferir ao Al-Khor, do Qatar. Em nota oficial divulgada no início da tarde desta sexta-feira (confira íntegra abaixo), o jogador fez duras críticas aos atuais dirigentes do Cruz-Maltino - que ainda não se manifestaram sobre o tema até a publicação desta reportagem. Ao detalhar a sua versão da história, Wagner afirmou que não teve a sua renovação de contrato aceita.

Wagner na apresentação no time do Qatar. Relembre imagens do meia no Vasco na galeria especial do LANCE!
Wagner na apresentação no time do Qatar. Relembre imagens do meia no Vasco na galeria especial do LANCE!
Foto: Divulgação / Lance!

Wagner conseguiu no último dia 10, por meio de liminar da 44ª Vara do Rio do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), a rescisão de contrato com o Vasco. Nas alegações, o experiente jogador, de 33 anos, afirmou ter proposta do Al-Khor, do Qatar, e atrasos de 17 meses de depósito do FGTS. O LANCE! teve acesso a um documento, composto por 88 páginas, com toda a defesa de Wagner, inclusive as provas. No total, o meia pede R$ 7.722.896,00 na causa.

Ao todo, são 21 pedidos de Wagner a Justiça. Contratado em 15 de janeiro de 2017, o meia tinha vínculo válido até 14 de janeiro de 2019 e recebia salário de R$ 245 mil na carteira de trabalho. Como imagem, Wagner recebia R$ 118.400,00 mensais. Um dos pedidos é que o valor de imagem seja incorporado ao salário e integre a carteira de trabalho. Além do atraso do FGTS, foi alegado atrasos na imagem dos meses de abril, maio, junho, julho e agosto deste ano.

Os salários de carteira de Wagner, pelas alegações, têm atrasos de três meses - junho, julho e agosto deste ano. A luva, segundo as alegações de Wagner na Justiça, não foi paga nenhuma parcela, que totaliza o valor de R$ 1.200.000,00. Estes valores nestes meses não constam nos extratos da Caixa, pelo FGTS, e do Bradesco, pelos salários, apresentados pelo meia judicialmente, os quais o L! também teve acesso.

Também por meio de nota oficial, dada no dia seguinte da decisão da Justiça, o Vasco afirmou que iria recorrer por entender não ter atrasos do FGTS, alegação que resultou na rescisão. Segundo o Cruz-Maltino, o clube firmou acordo com a Caixa no dia 30 de agosto para o pagamento parcelado do FGTS de todos os funcionários. Diante dos novos questionamentos da reportagem na época, o clube afirmou que vai se manifestar nos autos do processo para não antecipar a sua estratégia de defesa.

> Confira a seguir a íntegra da nota oficial de Wagner:

"Através desta, venho relatar todos os fatos verdadeiros sobre minha saída do CRVG.

No último dia 4 do mês corrente, após o jantar no hotel onde que estávamos concentrados, acompanhado de meu Advogado, Dr. Vantuil, procurei o Presidente Alexandre Campello, com objetivo de tentar tratar pela primeira vez das pendências financeiras do clube para comigo e assim, viabilizar a melhor alternativa para o assunto, e posteriormente conseguir definir meu futuro profissional. Na ocasião, o Presidente Alexandre Campello se recusou a me receber juntamente com meu Advogado e recebeu somente a mim, em sala reservada no local, onde conversamos aproximadamente por 30 minutos, e saímos alinhados com o compromisso de receber um retorno por sua parte, a respeito da conversa inicial, até o horário almoço do dia seguinte (dia 5 do corrente) e assim, juntos equacionaríamos todas as pendências ou seguiríamos caminhos diferentes.

É muito importante citar que nas tratativas sobre meu futuro, em momento algum, o CRVG aceitou minha proposta de renovação, muito pelo contrário, chegou até a mim, uma contra proposta de 70 % abaixo do solicitado e segundo,o diretor executivo do clube, Alexandre Faria, tal proposta era por eu ser um atleta velho e ultrapassado, que talvez não serviria mais para o clube.

Desta forma, e com todo descaso e falta de respeito que essa atual gestão do CRVG demonstra e sem retorno algum do até então mandatário Alexandre Campello, não tive outra alternativa, senão requerer meus direitos de trabalhador junto à justiça trabalho do RJ, pensando em meu futuro profissional e de minha família, solicitei a quebra do vínculo contratual existente com o CRVG e consequente, liberação, requererendo imediato vínculo com nova equipe, atestando todos os débitos pendentes até a presente data:

- 13º salário 2017;

- 17 parcelas FGTS anos 2017 e 2018;

- 4 meses salários CLT;

- 5 meses salários imagem;

- Luvas: Nenhuma parcela paga desde a data de minha chegada ao clube até a presente data.

Com o deferimento do pedido judicial realizado, desde ontem, já sou oficialmente atleta do AL KHOR CLUB - CATAR. Me despeço do CRVG, em busca de um novo desafio profissional juntamente com minha família, agradecendo a instituição, a sua apaixonada torcida, a todos os treinadores e companheiros, que sempre me apoiaram em todos os momentos, lutando a cada dia. Só nós atletas, sabemos o que fizemos dentro e fora do campo, cuidando até dos funcionários e familiares, cuja responsabilidade é do clube.

Do fundo do meu coração desejo que novos dias de vitórias possam chegar e com isso, contribua para os caminhos sérios e decisões corretas, sérias, com respeito a todos profissionais de todas as aéreas e funções, sem qualquer exceção."

Lance!
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