Viúvas do acidente da Chape protestam por falta de indenização
Acompanhadas por Neto, sobrevivente do acidente, esposas e advogados protestam contra seguradora, que se nega a pagar indenização
Quase três anos depois do acidente fatal envolvendo o elenco da Chapecoense, as viúvas dos jogadores ainda não foram indenizadas pela seguradora do voo. Então, quatro representantes foram até às sedes da corretora Aon e da seguradora Tokio Marine Kiln, em Londres, para exigir seus direitos.
As esposas de Gil, Filipe Machado, Thiego e Bruno Rangel foram acompanhadas por Neto, sobrevivente da tragédia e que continua sob contrato. Além deles, o presidente da Abravic (Associação Brasileira das Vítimas do Acidente com a Chapecoense) e mais três advogados também marcaram presença no protesto.Desde o acidente, os familiares se uniram para levantar a documentação para ajudar na investigação do caso. Segundo os advogados, a queda do avião foi resultado de uma somatória de fatores, que motivaram os familiares a buscarem um ressarcimento perante a instância judicial.
O valor do seguro da aeronave é um grande impasse entre as partes. Atualmente, o valor está em US$ 25 milhões, sofrendo uma queda brusca em relação até 2016, quando era avaliado em US$ 300 milhões. Segundo os advogados, a seguradora Tokio Marine Kiln não faz o pagamento da indenização alegando que a apólice não estava paga, embora isso não tenha sido comunicado antes do voo, algo que impediria que a aeronove levantasse voo.
Para compensar, até por um argumento jurídico, a seguradora se juntou a empresa boliviana Bisa para a criação de um fundo humanitário para repassar um valor simbólico de R$ 935 mil para cada família dos jogadores, em troca que os familiares desistissem dos processos na justiça. Entre 71 famílias, apenas 23 aceitaram o acordo.
Entretanto, os advogados das famíliares calculam que, ao todo, cada família deveria receber entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões, que renderiam entre R$ 16 milhões a R$ 20 milhões.
RELEMBRE O CASO
A delegação da Chapecoense embarcou em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, no dia 29 de novembro de 2016 com 72 passageiros, incluindo jogadores, dirigentes e jornalistas, além de 9 tripulantes estavam no voo. A aeronave tinha como destino Medelín, onde o clube catarinense enfrentaria o Atletico Nacional, pela final da Copa Sulamericana.
Foram 71 corpos resgatados no total, incluindo jogadores, dirigentes e jornalistas. No entanto, seis pessoas foram resgatadas com vida: os jogadores Alan Ruschel, Neto e Follmann, o jornalista Rafael Henzel, o técnico da aeronave Erwin Tumiri e a comissária de bordo Ximena Suarez. O goleiro Danilo chegou a ser resgatado com vida, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital.