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Vasco tentará uma reparação de R$100 milhões caso a partida contra o Internacional não seja impugnada

Cruz-Maltino tem em mãos o conteúdo audiovisual do intervalo do jogo e pretende utilizá-lo no processo. Caso seja negado, irá mover uma ação cível contra a CBF e a Hawk-Eye

28 fev 2021 - 15h35
(atualizado em 1/3/2021 às 03h37)
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Jurídico do Vasco quer imagens do pré-jogo para analisar se o VAR já não estava funcionando (Divulgação / CBF)
Jurídico do Vasco quer imagens do pré-jogo para analisar se o VAR já não estava funcionando (Divulgação / CBF)
Foto: Lance!

O departamento jurídico do Vasco já tem em mãos o conteúdo audiovisual do intervalo da partida contra o Internacional. O clube pretende utilizar esse material na tentativa de impugnar o jogo, pois acredita que houve um "erro de direito" com a pane do VAR. O equipamento estava descalibrado no primeiro gol Colorado, marcado por Rodrigo Dourado, e confirmado pelo árbitro de campo Flávio Rodrigues de Souza. A informação foi inicialmente divulgada pelo site "GE", que teve acesso ao conteúdo.

Caso o STJD não confirme a anulação da partida, o Vasco pretende mover uma ação cível contra a CBF e a Hawk-Eye, empresa que opera o VAR no Brasileirão. O clube tem a intenção de pedir uma reparação de R$ 100 milhões, justamente o valor que prevê que irá perder de receita se o rebaixamento for confirmado.

- O objetivo da minha intervenção é trazer uma atualização sobre a impugnação da partida com o Inter. Como todos sabem, houve um lance um ajustado segundo a terminologia do VAR. E esse lance açodadamente foi marcado a validade do gol. Depois se viu um flagrante impedimento. Não está se discutindo erro de fato, mas um erro de direito. Quando vamos para uma competição esportiva, devemos saber que regras serão aplicadas. Portanto num jogo que tem um senhor operando instrumentos tecnológicos para rever lances, então torna de importância grande para jogadores e árbitros. Se começo a partida dizendo que tem VAR e ao longo dela ela não funciona, o regulamento está claramente equivocada - disse o vice-presidente do clube carioca, Roberto Duque Estrada, durante coletiva de imprensa, na sexta.

O Gigante da Colina ainda pretende ter acesso ao material referente ao momento de calibragem do VAR, nas horas que antecederam o início da partida. O clube quer comprovar que o equipamento não estava funcionando desde antes do apito inicial do confronto. Com isso, na última quinta, o Vasco cobrou o STJD para que sejam enviadas essas imagens.

- São três erros gravíssimos que apresentamos ao STJD. Verificou-se que não há teste de funcionamento que garanta o funcionamento das linhas de impedimento. O campeonato foi decidido no VAR. Imagine se ontem, se no jogo do Inter, a linha não funciona. Está descalibrada. Não ia valer? É gravíssimo. Não foram alertados se não estivesse funcionado. Existe um princípio do VAR que fala que a precisão é mais importante que a pressa. Se afirmou várias vezes que o erro foi corrigido em nove minutos. Existem casos que houve demora de mais de sete minutos de reinício de jogo. No nosso caso, em quatro minutos, o árbitro da cabine falou "Valeu o gol". Quem viu o vídeo viu que havia uma gravíssima dúvida que recomendava mais parcimônia e tranquilidade. Que se chamasse o árbitro para ver a jogada - completou Duque Estrada.

(Ricardo Duarte/SC Internacional)
(Ricardo Duarte/SC Internacional)
Foto: Lance!

Entenda o Caso do "VAR Descalibrado"

O lance capital do jogo entre Vasco e Internacional aconteceu logo aos 9 minutos do primeiro tempo. O meio-campista Rodrigo Dourado cabeceou para o fundo da meta do goleiro Fernando Miguel. Todavia, na análise do lance, o programa do VAR que analisa as linhas de impedimento não funcionou e foi validada a decisão do campo, do árbitro.

Com a decisão mantida, o gol foi validado, e o Internacional abriu o placar. O lance causou revolta por parte da direção do Vasco e do então técnico Vanderlei Luxemburgo. Dois dias depois, o Gigante da Colina entrou com uma ação no STJD para tentar anular a partida alegando a pane no VAR como uma das causas.

Apesar dos protestos da direção do Vasco da Gama, de acordo com a súmula da partida, publicada oficialmente no site da CBF, a equipe de arbitragem alegou que "Nada houve de anormal". Vale lembrar que este documento é entregue à confederação após as partidas relatando tudo que aconteceu durante os 90 minutos.

Em reunião com representantes do Vasco, a Comissão de Arbitragem admitiu que não foi a primeira vez em que o VAR apresentou essa falha. A descalibragem aconteceu em outras partidas, mas não afetou diretamente e não foi em um lance decisivo como no jogo do último domingo. Na reta final da competição, os donos da casa brigavam para fugir da zona de rebaixamento, e os visitantes seguiam na liderança tentando o título.

Por fim, o presidente do STJD, Otávio Noronha, decidiu liberar a decisão inicial quanto ao pedido de impugnação do jogo. Com isso, o presidente intimou, de maneira urgente, a CBF, a juntar todos os vídeos e áudios do VAR da partida. Além disso, ele também concedeu a abertura de vista para os clubes, CBF e Procuradoria da Justiça Desportiva. O STJD só irá se pronunciar sobre o caso após reunir todas as provas e manifestações.

(Reprodução/Ge)
(Reprodução/Ge)
Foto: Lance!
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