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Torre de Babel? Comunicação é o desafio de quem vai à Rússia em 2018

Maioria da população não tem intimidade com a língua inglesa. Ler placas não é tarefa fácil

7 jul 2017 - 09h21
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O som é bem diferente. Não adianta arriscar portunhol. O alfabeto nem latino é. Para completar, não dá para confiar nos conhecimentos de inglês para se virar. Essa é a situação, em geral, da Rússia, sede da Copa-2018. A comunicação, sem dúvida, é um desafio a ser superado. E a "missão" não será só para os brasileiros.

Quer táxi, explicar o local do hotel ou comprar água? Prepare-se. Se quem tem boca vai a Roma, não adianta ter boca para se virar nas cidades russas. O risco é virar uma Torre de Babel, onde, segundo o relato bíblico, ninguém se entendia. Por isso, vale a pena investir um tempo para ter noções básicas de russo e evitar "furadas".

Os brazucas estiveram no outro lado da história em 2014, já que o inglês não é dominado pela maioria da população. A diferença é que os latinos se viram melhor por aqui e brasileiros têm a disposição de tentarem entender ou se fazerem entendidos, característica que russos estão longe cultivar, mesmo em grandes cidades, como São Petersburgo. O cenário é pior nas sedes do interior do país, como Kazan e Sochi (mesmo esta segunda tendo recebido Olimpíadas de Inverno).

Nem o presidente do Comitê Organizador Local, Vitaly Mutko, é íntimo do inglês (diferentemente do CEO do COL, Alexey Sorokin). Mutko até brincou no discurso de apresentação da campanha da Rússia, em 2010, que estaria falando inglês igual a Geoff Thompson, presidente da candidatura da Inglaterra à mesma Copa-2018. Mas está longe de cumprir a promessa. Até CEOs que grandes corporações andam com tradutor a tiracolo.

A um ano para a Copa do Mundo, a preocupação com a estrutura, transporte e atraso na conclusão dos estádios não é tão grande, ainda que só quatro das 12 arenas estejam prontas. Mas a comunicação é um desafio. Se nada mudar até lá, a saga do torcedor na Copa do Mundo será muito mais desafiadora.

EMBAIXADORES 'QUEBRAM O GELO'

Uma estratégia para gerar empatia com as sedes da Copa e também facilitar a comunicação é a escalação de embaixadores para cada cidade. Volgogrado, por exemplo, escolheu Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica do salto com vara:

- É muito importante ser embaixadora da Copa, especialmente da minha cidade. Estamos numa preparação muito forte. Esperamos que seja muito interessante para os fãs.

DIÁRIO DE VIAGEM

IGOR SIQUEIRA - EM SÃO PETERSBURGO

"Esposa 'salvou' o motorista"

Uma situação na ida à cidade da final da Copa das Confederações me chamou a atenção. Estava em um evento longe do centro de São Petersburgo e precisava chegar à Zenit Arena. Por distância, preço e localização, optei pelo Uber. O motorista Abdula não demorou muito. Mas, ao checar o mapa no telefone, ele notou que, como de praxe nas competições da Fifa, o entorno da Arena estava fechado. E para me explicar isso? O jeito foi improvisar. Ele sacou o celular do bolso e fez uma ligação. Pensei que poderia ser problema no meu cartão de crédito. Na linha, uma mulher. Ele me passou o telefone e ouvi, em um inglês ruim, que ele me deixaria no ponto mais próximo possível. Respondi que não tinha problema. Perguntei se era a esposa dele. Na mosca. Dei cinco estrelas.

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