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Técnico citado por saber de abusos diz que tema era tratado como boato

Coordenador-chefe da Seleção Brasileira, Marcos Goto se defende das acusações de fazer piada da situação e de não ter tomado providências contra Fernando de Carvalho Lopes

1 mai 2018 - 14h29
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Coordenador-chefe da Seleção Brasileira de ginástica artística, Marcos Goto se defendeu das acusações de que teria conhecimento dos casos de assédio sexual cometidos pelo técnico Fernando de Carvalho Lopes, sem tomar providências contra o colega, conforme relevado por reportagem do Fantástico, da "Rede Globo". Em vídeo divulgado na manhã desta terça-feira, o profissional afirmou que o assunto era tratado como boato, inclusive entre os ginastas.Atletas que não quiseram ser identificados disseram que Goto fazia piada da situação após ser avisado do que acontecia no clube Mesc, de São Bernardo do Campo. O treinador trabalha em São Caetano do Sul, cidade vizinha para onde muitos ginastas se transferiram, segundo eles sufocados por Lopes.

Marcos Goto é o coordenador-chefe da Seleção Brasileira de ginástica (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
Marcos Goto é o coordenador-chefe da Seleção Brasileira de ginástica (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)
Foto: Lance!

- Os fatos narrados nessa matéria, que ocorreram há mais ou menos 12 anos, como foi dito por vários declarantes, eram tratados como boatos e podem ter gerado algum tipo de gracejo na época por muitos envolvidos na ginástica, inclusive entre os próprios atletas oriundos de São Bernardo do Campo, acolhidos por mim em São Caetano do Sul. Tanto parecia boataria que alguns atletas, alguns inclusive ouvidos na matéria, retornaram a treinar em São Bernardo com o mesmo treinador aqui dito - afirmou Goto.

Na última segunda-feira, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) informou em nota que ouviria Marcos sobre as acusações e que tomaria medidas urgentes diante das informações. Embora Lopes não tenha mais ligação com a entidade desde 2016, quando surgiu a primeira denúncia, de um menino de 13 anos, Goto segue como um dos técnicos mais prestigiados do Brasil.

- Sobre a nota emitida pela CBG, serve esta declaração como a única que darei sobre esses fatos, visto que na época não prestava serviço a mesma, sendo única e exclusivamente um treinador do meu clube, assumindo a coordenação técnica das seleções brasileiras em 2017. Acho leviano o tom da matéria em relação à minha pessoa, onde o principal foco foi esquecido e os verdadeiros responsáveis e omissos estão acobertados - declarou Goto.

Os ginastas contaram que Lopes, com frequência, pedia para ver seus órgãos genitais, com justificativa de avaliar como estava o crescimento de cada um, tocava nas partes íntimas dos jovens durante e após os treinamentos e os seguia na hora de tomar banho. Petrix Barbosa seria o mais "perseguido".

Uma investigação sobre o caso está em curso há quase dois anos em São Paulo. Fernando nega todas as acusações de abuso sexual.

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