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Rui Costa diz que clubes mudarão conceitos após efeitos da pandemia: 'Busca será por planejamento'

Convidado do 'De Casa Com o LANCE!' nesta quarta-feira, executivo afirma que não devem existir mais 'rodízios' frequentes no elenco e gestão profissional ganhará espaço

15 jul 2020 - 20h59
(atualizado às 22h33)
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A sensação de que a pandemia do impacto do novo coronavírus será fazer com que os clubes revejam conceitos marca o executivo de futebol Rui Costa. Convidado do "De Casa Com o LANCE!" nesta quarta-feira, o profissional que tem trabalhos por Grêmio, Chapecoense, Athletico-PR e Atlético-MG traçou o panorama do futebol.

- A pandemia revelou as desigualdades do ponto de vista social, econômico, vemos muita gente morrendo... Falar de futebol no meio disto tudo é muito complexo, mas temos de lembrar que muitas pessoas vivem do futebol, dependem dele para viver - e, em seguida, ressaltou:

- Muitas pessoas pensam em jogadores que ganham R$ 500 mil, R$ 400 mil por mês, mas a maioria do sistema é formado por pessoas que ganham R$ 1 mil, R$ 1,5 mil mensais. Tem jogadores com três meses de contrato. É muito difícil ter um norte para pensar. O futebol tem sua importância, muita gente depende disto. Foram feitos protocolos de alto nível, não sei se era o momento da volta do futebol, no pico mais alto da pandemia, mas o tempo vai demonstrar se agimos de forma correta - completou.

Em seguida, o executivo fez um alerta sobre a prioridade do momento.

- O futebol precisa voltar? Sim, mas tudo tem de ser levado em conta. Preservando vidas, dignidade de trabalho... Temos de aprender a sermos mais humanos - declarou.

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Rui Costa indicou como tende a ser o mercado do futebol brasileiro.

- Acredito que contratos, valores, serão regidos pelo mercado. Todo dia há uma grande tese, hoje se fala de teto salarial na Europa. Eu prefiro acreditar no controle, em compliance. No Brasil, deve haver uma mudança de mentalidade e a necessidade de um planejamento maior. Não dará para rodízios, comprar quatro, cinco, seis jogadores de uma vez só em uma temporada - e detalhou:

- Não é uma posição corporativista, mas é natural passar a se entender a longevidade dos profissionais. Vão ter de desvincular o CEO, o executivo do resultado do campo. A não ser, claro, que ele seja responsável diretamente pelo que está acontecendo. Agora, não é uma insatisfação de torcedor que deve mudar tudo. Porque o torcedor é movido por paixão. Digo isso há muito tempo, no Grêmio, na Chapecoense, no Athletico-PR, no Atlético-MG... O futebol brasileiro passará a prestigiar mais os dirigentes de futebol. Dar a ele ciclos de trabalho e o valor que ele precisa - completou.

Costa também falou sobre a força que o executivo de futebol ganhou com o tempo.

- O executivo ganhou uma notoriedade que às vezes é boa e às vezes não é tão segura. O fundamental é não acreditar que é um mito, pois se acreditar começa mal. Tive um protagonismo como outros profissionais como Alexandre Mattos, de vir mais para a linha de frente. Assumi muito a responsabilidade, dei a cara para bater. Isso gera um desgaste - afirmou.

Aos seus olhos, haverá profissões dos bastidores do futebol que ganharão relevância.

- O mercado vai precisar de profissionais mais qualificados, nas áreas de diretor, CEO, de psicólogo, de um diretor de comunicação que possa comunicar o torcedor de suas realidades sem frustrá-lo, sem que ele deixe de amar o seu clube ou de consumir seus produtos. Do ponto de vista profissional é muito importante - disse.

SOBRE O 'DE CASA COM O LANCE!'

'O futebol precisa voltar? Sim, mas tudo tem de ser levado em conta. Preservando vidas, dignidade de trabalho...', diz Rui Costa (Bruno Cantini/Atlético-MG)
'O futebol precisa voltar? Sim, mas tudo tem de ser levado em conta. Preservando vidas, dignidade de trabalho...', diz Rui Costa (Bruno Cantini/Atlético-MG)
Foto: Lance!

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