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Presidente da Federação Inglesa lamenta racismo nas eliminatórias: 'Uma das noites mais terríveis'

A partida entre Inglaterra e Bulgária, pelas eliminatórias da Euro, foi marcada por insultos racistas contra jogadores negros ingleses e gestos nazistas. Números de casos cresce

15 out 2019 - 11h18
(atualizado às 11h24)
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A Inglaterra goleou a Bulgária, por 6 a 0, neste segunda-feira, pelas eliminatórias da Eurocopa, mas o que marcou, de fato, foram os insultos racistas proferidos pelos torcedores búlgaros contra os jogadores negros da Inglaterra. Os torcedores também fizeram sinais nazistas. Greg Clarke, presidente da Federação Inglesa, lamentou os incidentes e ressaltou que foi a "noite mais terrível" que já passou no futebol.

A partida foi interrompida em duas ocasiões (Foto: AFP)
A partida foi interrompida em duas ocasiões (Foto: AFP)
Foto: Lance!

- Foi decepcionante, provavelmente uma das noites mais terríveis que passe no futebol. Vamos terminar o jogo, queremos vencer. Não vamos deixar que o racismo ganhe - disse o mandatário no intervalo da partida.

INTERRUPÇÕES

A partida foi interrompida duas vezes pela arbitragem, para que os insultos cessassem. Rashford e Mings foram os mais perseguidos. Kane avisou ao árbitro, enquanto Southgate falou com o delegado do jogo.

REAÇÕES

Após a partida, Sterling, que já foi vítima de racismo na Inglaterra e uma voz atuante contra o preconceito racial, ressaltou que "sente pena pela Bulgária por ser representada por tais idiotas em seu estádio". Rashford pontuou que o racismo precisa ser eliminado e valorizou a atitude do capitão da Bulgária em pedir que os torcedores parassem de fazer aquilo.

RACISMO NA EUROPA

Não é só na Bulgária e em outros países da Europa oriental que o racismo é mais evidente. Os números comprovam um aumento de injúrias raciais também nos estádios britânicos. A organização inglesa 'Kick It Out', que trabalha na inclusão e no combate à discriminação, divulgou, em julho, um relatório que comprovou o aumento, em 47%, de casos de racismo dentro de estádios no Reino Unido na última temporada. Tammy Abraham (Chelsea), Paul Pogba (Manchester United) e Raheem Sterling (Manchester City) já sofreram racismo nesta temporada.

Na Itália, o racismo é cada vez mais escancarado. A chegada de Romelu Lukaku na Internazionale evidenciou o problema no país. Em sua estreia, contra o Cagliari, a torcida da casa fez sons de macaco quando o atacante foi fazer a cobrança de uma penalidade. Após o caso, a própria torcida da Internazionale enviou uma carta aberta ao belga, dizendo que aquilo não era racismo. Neste domingo, o jornalista Fabio Ravezzani, foi demitido do canal 'TopCalcio24', depois de dizer que a única forma de parar Lukaku era "atirando dez bananas" nele.

COMBATE

Durante a premiação dos melhores da Fifa, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, fez um discurso contundente contra o preconceito racial. Não é a primeira vez que o mandatário se manifesta sobre o assunto e já pediu, inclusive, punições mais severas aos racistas. No principal evento da entidade, Infantino fez um apelo para que o racismo seja combatido, por todos, no futebol e na sociedade de uma forma geral. Um dos slogan da Fifa é o uso da palavra: "Respeito". Na partida contra a Inglaterra, um torcedor búlgaro usou o mesmo slogan, mas colocou um "não" na frente.

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