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Presidente da CBF ganha R$ 1,5 mi por cargo que "não exerce"

Atualmente afastado do cargo, Del Nero participou de reuniões relativas a contratos investigados pela justiça dos EUA. Presidente já foi acusado de receber propinas milionárias

8 mar 2018 - 10h46
(atualizado às 11h06)
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Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, recebeu pelo menos R$ 1,5 milhão da Conmebol pelo cargo de diretor do Comitê Executivo. Porém, Del Nero nega ter ocupado esse cargo na entidade. É a sombra dessa denúncia que Del Nero participou das reuniões relativas aos contratos que estão sob as investigações pela Justiça dos Estados Unidos, no "Caso Fifa"

Lucas Figueiredo/CBF
Lucas Figueiredo/CBF
Foto: Lance!

Documentos que comprovam que o Del Nero recebeu dinheiro por um cargo que ele nunca ocupou, foram apurados e divulgados pelo Globoesporte.com e exibem atas de reuniões do Comitê Executivo da Conmebol que mostram Del Nero como integrante, assinados por ele e a comprovação de que Del Nero recebeu 460 mil dólares (R$ 1,49 milhão de reais) da confederação entre 2013 e 2015.

A auditoria nas contas da Conmebol foram feitas pela empresa EY. A mesma empresa também apontou denúncias contra os ex-presidentes da Conmebol, Nicolas Leoz, Juan Angel Napout e Eugenio Figueredo, acusados de desviar US$ 129 milhões.

Indicado pela CBF, Del Nero foi o representante do Brasil no Comitê Executivo da Conmebol, logo após a renúncia de Ricardo Teixeira. O atual presidente da CBF foi vice de José Maria Marin, que foi condenado pela Justiça norte-americana e está preso em Nova York, onde aguarda sua sentença.

Del Nero participou de sua primeira reunião no cargo de diretor do Comitê Executivo da Conmebol, em 23 de maio de 2012 e pela última vez em 31 de julho de 2013, substituído por José Maria Marín. Hoje em dia, após o "Caso Fifa", o Comitê Executivo se chama "Conselho da Conmebol" e o representante brasileiro na organização é Reinaldo Carneiro Bastos, diretor da CBF e presidente da Federação Paulista de Futebol.

No ano passado, durante o julgamento do "Caso Fifa" nos Estados Unidos, Del Nero foi citado, em novembro, por delatores e réus, que acusaram o presidente da CBF de receber suborno para beneficiar empresas de marketing esportivo. Em nota oficial, Del Nero alegou que não assinou nenhum contrato e que a acusação é relativa a um período anterior a sua gestão.

Apesar de negar envolvimento, Del Nero é acusado pelos mesmos crimes de Marín e de receber propinas no valor de 6,5 milhões de dólares (R$ 21 milhões de reais). Como o Brasil não extradita seus cidadãos, Del Nero ainda não foi julgado nos Estados Unidos.

Porém, desde 15 de dezembro de 2017 está suspenso pela Fifa e está impedido de exercer atividades relacionadas a futebol. A punição vai até 15 de março, mas pode ser estendida para 30 de abril. Por conta disso, a CBF é presidida, interinamente, por Antonio Carlos Nunes, conhecido como Coronel Nunes.

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