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Pool da Copa: 'O quebra-cabeça de Oscar Tabarez'

Pablo Benitez, jornalista do El Observador, analisa a seleção uruguaia e o sistema de jogo que o treinador deve usar na sequência da Copa do Mundo

24 jun 2018 - 10h11
(atualizado em 3/7/2018 às 12h25)
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Óscar Tabárez ganhou, mas mudou dois volantes, se classificou para as oitavas com outra vitória, mas tentou alternativas no meio do jogo. O treinador está satisfeito com os resultados e satisfeito com o primeiro objetivo alcançado na Rússia, conhecendo a paridade de forças que existe em uma Copa do Mundo. Mas ele está ciente de que ele ainda não encontrou a equipe que lhe dá um funcionamento que aumenta todas as suas virtudes para as oitavas.

(Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)
Foto: Lance!

A experiência lhe diz que em uma Copa do Mundo, a equipe faz uma maneira de andar e que as ideias devem se adequar às circunstâncias.

Ele fez isso na África do Sul em 2010, após o empate inicial com a França. Assim, Ignacio González perdeu seu lugar e entrou Edinson Cavani como um meio-campista externo. Tabárez é capaz de se adaptar e, por isso, o 4-3-1-2 sofreu uma mutação em 4-4-2, fortalecendo a área de defesa de Diego Forlán para organizar um jogo e castigar a zaga adversária com o seu toque único.

No Brasil 2014, ele colocou um bisturi no fundo. Todos lembram do retorno de Luis Suárez (no lugar de Cristhian Stuani), mas na realidade Tabárez modificou toda a estrutura da equipe. Álvaro Pereira juntou-se a lateral por Maximiliano Pereira, suspenso por Martín Cáceres à direita. Diego Lugano foi lesionado e substituído por Josema Giménez.

No meio veio Walter Gargano e rearmou a dupla linha de cinco com Nicolás Lodeiro junto com Egidio Arévalo Ríos. Álvaro González entrou no lugar de Diego Forlán, e Suárez no lugar de Stuani. Houve cinco mudanças.

Desta vez é diferente. Passou o segundo jogo e a equipe ainda não apareceu. Só no meio-campo, sete jogadores foram testados, mas a operação, e acima de tudo, a identidade, não consegue se fixar.

A tarefa de Tabárez daqui para a partida contra a Rússia, na segunda-feira, é clara, porque até o treinador disse: tentar melhorar as falhas no jogo que a equipe mostrou. Especialmente porque o meio-campo parece um quebra-cabeça: toda solução que Tabarez tentou, consertou alguma coisa, mas complicou outra.

Agora é hora do treinador tomar várias decisões. O primeiro: ele retornará a um esquema ofensivo? Contra rivais de mais volume de jogo (por exemplo, a Espanha), parece claro que ele vai optar por isso. A questão é antes das equipes que supostamente jogarão atrás, como a Rússia na segunda-feira ou um duelo em potencial contra Portugal.

É o esquema em que a Celeste se sente mais confortável, porque é o que mais trabalhou nestes 12 anos do processo de Tabárez. A mudança de estilo é arriscada no meio de uma Copa do Mundo, e as duas primeiras partidas mostraram que a ideia ainda está em processo de suavização.

Uma opção que aparece, caso opte por um sistema de jogo voltado para a defesa, é que Tabárez vai aplicar um 5-3-2, o mesmo que fez nos últimos 20 minutos contra a Arábia, a partir da entrada de Laxalt e Torreira: lá ele deixou Giménez, Godín e Cáceres numa linha de três; dois alas (Varela e Laxalt), três volantes em linha no meio do campo (Nández, Torreira, Bentancur), o que aumentava a marcação. Não é um esquema alienígena: é só lembrar do jogo contra a Itália, na última Copa, onde o 5-3-2 parou os italianos e classificou o Uruguai para as oitavas.

* O Pool da Copa é a união de grandes veículos de comunicação do mundo para um esforço de troca de informações. O objetivo é manter seus leitores por dentro do que acontece com as seleções de outros países, porém, com uma visão local.

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