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Oposição a Mufarrej escreve carta de repúdio à atual gestão do Botafogo

Grupo 'Botafogo Acima de Tudo' conta com conselheiro, sócios e grandes beneméritos e questiona trabalho do presidente e o acusa de querer apequenar o Alvinegro

16 fev 2018 - 14h01
(atualizado às 14h01)
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A rápida troca no comando, como consequência da contratação de Felipe Conceição e as duas eliminações em menos de um mês desde a primeira partida do ano foram os pontos de partida para que um grupo de oposição ao atual presidente do Botafogo, Nelson Mufarrej, escrevesse uma nota de repúdio à atual gestão do clube.

Nelson Mufarrej tem o trabalho questionado pela oposição (Foto: Felippe Rocha)
Nelson Mufarrej tem o trabalho questionado pela oposição (Foto: Felippe Rocha)
Foto: Lance!

O grupo "Botafogo Acima de Tudo" conta com conselheiros, beneméritos e sócios do clube. O documento conta com mais de cem assinaturas e diz que o Alvinegro não é criativo na geração de receitas. A carta reclama também que os atuais gestores da instituição apequenam o Glorioso.

A diretoria do Botafogo ainda não se pronunciou sobre a divulgação de carta.

Confira a carta na íntegra

' Desde o dia 2 de janeiro último, a nova diretoria do Botafogo vem encaminhando e tomando decisões que tem despertado nossa preocupação quanto ao destino e o futuro do clube.

Sob o argumento do rígido respeito ao orçamento, os dirigentes estão conduzindo seus atos de gestão com uma visão de investimento nula e nada criativa na geração de novos recursos financeiros.

Na esteira dessa visão, a diretoria vem adotando um estilo de gestão acomodada, marcada pela ausência da necessária ambição, além de tomar decisões que resultam em atos ineficientes, em grande parte.

A propósito, é sabido que diante de um cenário de restrição financeira, o sucesso da gestão está condicionado à eficiência dos seus atos. No caso do Botafogo, ser eficiente significa, hoje, ser criativo, fazer muito, e bem, com poucos recursos.

Infelizmente, as decisões tomadas pela diretoria do Botafogo tem mostrado a prática de atos absolutamente questionáveis e ineficientes sob o ponto de vista dos resultados.

Os atuais dirigentes fazem uma gestão orientando-se no sentido de considerar que o Botafogo tem que ter o exato tamanho da sua capacidade orçamentária, o que significa dizer que, se hoje ela é pequena, consequentemente assim haverá de ser o clube.

A prevalecer esse entendimento, continuaremos a ver o nosso Botafogo caminhando a passos largos para a triste condição de um clube que se apequena e perde sua capacidade de evolução patrimonial e de conquistas de títulos.

É triste, mas o Botafogo vem se depreciando dia a dia. Não nos referimos ao valor sentimental, pois esse é inestimável dentro de nós. Falamos do valor comercial que a marca Botafogo deveria ser capaz de agregar a um produto ou serviço.

Não estamos, aqui, defendendo a gestão irresponsável. Estamos, sim, criticando a postura passiva adotada pela diretoria ao enfrentar e tratar as limitações financeira e orçamentária do clube.

Não se tem notícia sequer do desfecho do patrocínio máster com a Caixa Econômica Federal, cujo tema foi objeto de matérias e fotos de integrantes da diretoria com políticos, divulgadas às vésperas das últimas eleições do clube.

A diretoria do Botafogo não demonstra qualquer capacidade de realizar a captação de novas receitas financeiras, o que faz inserir o clube num círculo vicioso, onde a ausência de investimentos eficientes no futebol profissional está inviabilizando a formação de um time capaz de conquistar títulos.

O recente episódio envolvendo a açodada contratação de um profissional ainda num estágio de formação incipiente para comandar a equipe principal de futebol, é o melhor exemplo do quanto as decisões da diretoria estão sendo tomadas de forma equivocadas e danosas ao Botafogo.

Somente o amadorismo e o despreparo dos dirigentes podem explicar a referida contratação. A sua demissão, após 7 partidas, não deixou de ser um resultado absolutamente previsível.

Já a eliminação precoce e vexatória do Botafogo dentro da Copa do Brasil, apenas confirmou a tragédia que já se anunciava.

A saída do Botafogo da competição nacional mais rentável vai implicar em vultoso dano financeiro ao clube, à vista da não arrecadação de cerca de R$ 8 milhões de reais, se considerarmos o atingimento da fase de semifinal lograda no ano anterior.

A diretoria, através dos seus atos, tem dado sinais evidentes de que seus integrantes estão confusos e despreparados para promover a gestão do Botafogo de forma adequada e eficiente.

Esse cenário soa para nós como motivo de grande preocupação quanto ao destino do clube.

O Botafogo precisa promover um planejamento estratégico que oriente a sua gestão, sob pena das ações continuarem sendo tomadas de forma intuitiva e empírica.

A continuar nessa toada de atos de gestão deficientes e amadores, a reversão do quadro que estão criando será extremamente trabalhosa.

A limitação orçamentária que o clube enfrenta não pode servir de argumento e justificativa para a torpeza e a indolência que marcam a gestão da diretoria.

Dentro desse contexto, o Grupo Botafogo Acima de Tudo reafirma o compromisso de atuar de forma vigilante e firme no combate às medidas ineficientes e inadequadas que estão sendo perpetradas pela diretoria do Botafogo.

Outrossim, reiteramos que nossa atuação será marcada pelo efetivo desempenho dos nossos membros no Conselho Deliberativo, defendendo e propondo ideias e soluções que atendam ao interesse do clube. '

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