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Onze anos depois, Brasil recebe o bronze olímpico do 4x100m

País garantiu a medalha após o jamaicano Nesta Carter cair em exame antidoping

31 out 2019 - 17h05
(atualizado às 17h10)
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Brasileiros subiram ao pódio olímpio em cerimônia na Suíça (Foto: Christophe Moratal/COI)
Brasileiros subiram ao pódio olímpio em cerimônia na Suíça (Foto: Christophe Moratal/COI)
Foto: LANCE!

Onze anos depois, Bruno Lins, José Carlos Moreira (Codó), Sandro Viana e Vicente Lenílson receberam nesta quinta-feira a medalha de bronze dos Jogos Olímpicos Pequim-2008. Em cerimônia realizada no Museu Olímpico, em Lausanne, na Suíça, os atletas que representaram o Brasil no revezamento 4x100m rasos naquela edição do evento subiram ao pódio.

O terceiro lugar da equipe brasileira foi confirmado no ano passado após o jamaicano Nesta Carter ter sido flagrado em exame antidoping posterior aos Jogos de Pequim. Com a comprovação do doping, a equipe Jamaicana teve que devolver a medalha de ouro.

Com isso, a equipe de Trinidad & Tobago, que havia sido a segunda colocada, herdou o primeiro lugar e as medalhas de ouro. O Japão passou de terceiro para segundo e o quarteto do Brasil, que fez 38s24, ficou com o bronze.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi representado na cerimônia pelo campeão olímpico Rogério Sampaio, atual diretor-geral da entidade.

"Foi uma cerimônia muito bonita e emocionante. Ser atleta olímpico já é algo que glorifica a história deles no esporte, mas ser medalhista muda o patamar. Mesmo que tardiamente essa premiação representa esse reconhecimento. Para mim, que conquistei o ouro em 92, poder participar de um momento histórico do esporte olímpico brasileiro, ver uma medalha ser entregue para os nossos atletas no Museu Olímpico, em Lausanne, foi inesquecível", afirmou Rogério, medalha de ouro no judô em Barcelona-92.

O quarteto recebeu as medalhas das mãos de Bernard Rajzman, ícone da Geração de Prata do vôlei brasileiro em Los Angeles 1984 e membro do Comitê Olímpico Internacional.

"A ficha não tinha caído ainda. Depois que colocaram a medalha, eu a olhei, passou um filme na minha cabeça e as lágrimas vieram. Foi um choro de felicidade, de ser reconhecido como um medalhista olímpico. Pequim 2008 foi minha primeira participação em Jogos, foi especial e único. Gostaria de agradecer a todos os brasileiros que sempre torceram por nós. É um momento mágico na nossa vida. Agora somos, realmente, medalhistas olímpicos, finalmente com nossa medalha em mãos", comemorou o alagoano Bruno Lins.

"É uma sensação maravilhosa, inexplicável, medalha olímpica é diferente de tudo. Fiquei congelado ali em cima na hora de receber a medalha. Agradeço muito ao Comitê Olímpico do Brasil, à Confederação Brasileira de Atletismo que também fazem parte disso. Essa medalha não é só minha, é do Brasil, da minha família, dos meus treinadores, de todos que estiveram comigo até esse momento. Simplesmente desejo a todos os atletas que se dediquem, que treinem, que deem o seu melhor para chegar a um momento como esse, épico e único", afirmou Codó.

Vicente Lenílson é o único dos quatro que já tinha uma medalha olímpica: prata em Sydney 2000, também no revezamento 4x100m.

"Me passou um filme de tudo que tive que fazer de treino, de renúncia, de dedicação, de ausência da família para estar nos Jogos de Pequim. Subir ao pódio olímpico é mágico. Eu estive em 2000, mas hoje não senti diferença dessa sensação. Não é só estar no estádio, é receber o que é seu por direito. Agora, estou num patamar acima. Poucos têm uma medalha olímpica, e menos ainda tem duas. Agora eu cuido de um projeto social, devolvendo um pouco do que o atletismo me deu", declarou Vicente, que ainda participou dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004.

Com a medalha do revezamento 4x100m masculino, o Brasil passou a ter 17 pódios nos Jogos Olímpicos de Pequim. Esta também foi a 17ª medalha olímpica do atletismo nacional na história.

"Tudo que eu fiz foi me dedicar ao esporte nos últimos 20 anos. Quando saí de Manaus, vendi tudo para me tornar um atleta. Só pensava em fazer o meu melhor todos dias até chegar aos Jogos Olímpicos. Quando tive contato com o universo olímpico, minha vida mudou. De lá pra cá, a única coisa que eu fiz foi cultivar o esporte olímpico da melhor maneira possível, através do meu exemplo de vida. Já era um atleta muito satisfeito, muito realizado com o quarto lugar. E quando veio essa notícia, tudo mudou na minha vida. Veio uma explosão de emoções onde passado, presente e futuro acabaram se misturando", disse Sandro, o mais experiente da equipe, com 42 atualmente.

Esta é a segunda medalha olímpica herdada pelo atletismo do Brasil nos Jogos de Pequim. No revezamento 4x100m rasos feminino, as brasileiras Lucimar Moura, Rosangela Santos, Rosemar Coelho Neto e Thaissa Presti também ficaram com o bronze após a desclassificação da Rússia. As medalhas foram entregues durante o Prêmio Brasil Olímpico de 2017.

Além delas, Rodrigo Pessoa ficou com a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 no hipismo saltos após constatação de doping do cavalo do irlandês Cian O'Connor. A cerimônia foi realizada no Rio de Janeiro, em 2005.

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