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No Z4 do Brasileiro e em busca do hepta na Copa do Brasil: As duas faces de um Cruzeiro bipolar

Raposa tenta reencontrar sua melhor versão para vencer o Inter nesta quarta-feira, no Mineirão, e salvar temporada com o terceiro título seguido de Copa do BR

7 ago 2019 - 09h04
(atualizado às 09h16)
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O Duas Caras, um dos personagens mais famosos da galeria de vilões do famoso Batman, é o alter-ego de Harvey Dent, um ex-promotor de justiça da cidade de Gotham, que após ter a metade do rosto desfigurado, desenvolve distúrbio de dupla personalidade. Um problema parecido com o que o Cruzeiro de Mano Menezes vem enfrentando últimas temporadas.

Multifacetado: Cruzeiro precisa reencontrar melhor versão para voltar a vencer (Arte: Marina Cardoso/Lance!)
Multifacetado: Cruzeiro precisa reencontrar melhor versão para voltar a vencer (Arte: Marina Cardoso/Lance!)
Foto: Lance!

Uma das faces é a multi-vencedora. Nesta quarta-feira, contra o Internacional, a Raposa disputa o jogo de ida, no Mineirão, de sua quarta semifinal seguida de Copa do Brasil. O clube é o atual bicampeão da competição e o maior detentor de títulos: são seis. Um currículo invejável que deixaria o dono de tamanhas honrarias em lua de mel com qualquer torcedor - não fosse o desempenho quando o assunto não é o mata-mata nacional.

DESEMPENHO DESABA EM 2019

A equipe de Mano Menezes chega para o duelo contra os gaúchos em uma fase aterrorizante. Nos últimos 17 jogos, a equipe conquistou apenas uma vitória - o 3 a 0 no clássico contra o Atlético-MG. Desde o triunfo sobre o arquirrival, são setes jogos sem vencer e, sequer, marcar. Entre eles, os dois jogos sem gols contra o River Plate-ARG, pelas oitavas de final da Libertadores, que culminou com a eliminação dos mineiros nos pênaltis.

Até o momento, em 2019, o Cruzeiro fez 41 jogos: 19 vitórias, nove derrotas e um aproveitamento de 46,3%.

No mesmo período em 2017, ano da primeira conquista do bicampeonato da Copa do Brasil, foram 25 vitórias e nove derrotas em 49 jogos, um aproveitamento de 51,02%. Em 2018, até 7 de agosto, o Cruzeiro teve as mesmas 25 vitórias e nove derrotas do ano anterior, mas em 42 jogos, contabilizando 59,52% de rendimento.

A média de gols revela outra faceta particular do time celeste: a dos primeiros meses deste ano. Apesar da longa série sem marcar, o Cruzeiro tem média de 1,51 gols por jogo em 2019, contra os 1,4 de 2017, e os 1,42 de 2018, no mesmo período. Das 62 vezes que a Raposa balançou as redes até aqui, porém, 36 foram nas 16 partidas do Campeonato Mineiro. Ou seja, 58% dos gols azuis foram anotados numa faixa de 39% dos jogos disputados.

QUE CRUZEIRO ENFRENTA O INTERNACIONAL?

Na partida mais recente do Cruzeiro, disputada contra o Atlético-MG, pela 13ª rodada do Brasileirão, o técnico Mano Menezes tentou responder às pesadas críticas ao seu estilo defensivo de jogo e escalou uma equipe com maior vocação para atacar, com o quarteto formado por Marquinhos Gabriel, Thiago Neves, Pedro Rocha e Fred.

Contrariando a prática recente, o Cruzeiro tentou controlar a partida, trocou 230 trinta passes a mais que o rival e, apenas pela quarta vez nos últimos 17 jogos, terminou o duelo com o tempo de posse de bola superior ao adversário (62%). Na prática, porém, mais um desempenho ofensivamente pobre. Sem repertório para achar tabelas e triangulações, o time estrelado criou poucas chances claras, finalizou uma vez a menos que o rival (14x15), saiu do Independência derrotado por 2 a 0 e na zona de rebaixamento do Brasileiro.

Agora, Mano Menezes vive um dilema: continuar na tentativa de praticar um jogo mais vistoso e atacante, como fez no início do ano, ou retornar as raízes de seu futebol reativo, que rendeu dois títulos de Copa do Brasil no comando cruzeirense? O gaúcho escondeu toda a preparação da equipe para o confronto contra o Inter e deixou poucas pistas. Thiago Neves, símbolo das últimas conquistas do clube, pode sair do time.

O certo é que o Cruzeiro busca por melhores dias para retornar ao caminho das glórias, salvar a atual temporada, sagrar-se heptacampeão da Copa do Brasil e manter-se no hall de clubes brasileiros que nunca foram à segunda divisão.

Lance!
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