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Ministro do Esporte indica que MP 841 deverá ter efeitos 'suavizados'

Em encontro com jornalistas na Rússia, Leandro Cruz afirma que o governo federal vem conduzindo o assunto de forma correta e diz acreditar no entendimento com os setores

20 jun 2018 - 16h40
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O Ministro do Esporte, Leandro Cruz, deu indícios de que a polêmica MP 841, editada na semana passada pelo presidente Michel Temer com o objetivo de transferir recursos das loterias federais da pasta para a Segurança Pública, deverá ter seus efeitos "suavizados", durante um encontro com jornalistas na Embaixada do Brasil em Moscou, na Rússia.

Ministro Leandro Cruz se encontrou com jornalistas em Moscou (Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)
Ministro Leandro Cruz se encontrou com jornalistas em Moscou (Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)
Foto: Lance!

A declaração é mais um sinal de que a pressão do setor esportivo vem dando resultados. Atletas, ex-atletas, ONGs e entidades vem realizando campanhas e manifestações contra a MP. O Ministério do Esporte, um dos grandes prejudicados no novo texto, pode ter perdas de R$ 500 milhões por ano, que impactariam tanto no alto rendimento quanto no esporte escolar. Ao LANCE, entidades declararam que a medida, na prática, simboliza o fim da pasta.

- Ontem (terça-feira) tivemos uma reunião conduzida pelo ministro Carlos Marun, com a presença do ministro interino do Esporte, com as federações e confederações, com diversos parlamentares e com o ex-ministro do Esporte, Leonardo Picciani. A Medida Provisória já tem hoje 95 emendas. Acho que já existe um sentimento generalizado de que seus efeitos sobre o esporte brasileiro devem ser suavizados. Acho que vamos chegar em um bom termo - declarou Cruz.

Na semana passada, a Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados realizou uma Audiência Pública para debater os impactos da MP. Ao fim do encontro, pressionado, o governo começou a sinalizar que a decisão poderia ser revista. Inicialmente, o Planalto apontou que o esporte perderia apenas uma "gordura" deixada pelos megaeventos, o que foi contestado por diversas partes.

Embora o meio esportivo concorde que segurança pública é tema prioritário, o setor aponta perdas irreparáveis para a formação não só de atletas, mas de cidadãos. Na visão do setor, os danos da MP comprometem, inclusive, a própria perspectiva de ordem, uma vez que o esporte tem papel fundamental como alternativa à criminalidade em regiões do Brasil.

- O Palácio do Planalto está conduzindo isso de forma correta, na busca do entendimento e da conversa com as entidades da administração esportiva do Brasil. O Ministério do Esporte está participando de tudo com o seu ministro interino. Eu, daqui, estou absolutamente ligado, participando e interagindo, porque isso é uma prioridade absoluta. Acredito que vamos chegar a um bom termo, essa questão está bem conduzida - disse o ministro.

Embora seus efeitos sejam imediatos, a MP precisa ser votada pelo Congresso Nacional em até 120 dias a partir de sua publicação, caso contrário se torna lei. A expectativa dos esportistas e defensores da causa é de que o governo aprove um texto bem mais favorável nas próximas semanas. Uma comissão mista compostas por nomes ligados ao esporte debaterá as 95 emendas sugeridas por parlamentares. Elas puderam ser apresentadas até a última segunda-feira.

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