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Mário e Celso citam 'consenso' por escolha de Oswaldo de Oliveira no Flu

Dirigentes concederam entrevista coletiva após a apresentação do treinador no centro de treinamento do Fluminense

26 ago 2019 - 13h59
(atualizado às 13h59)
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O nome de Oswaldo de Oliveira não foi consenso na torcida do Fluminense. Na diretoria, porém, o caminho parece ter sido inverso. Após a apresentação do treinador no CT Pedro Antonio, o presidente Mário Bittencourt e o vice Celso Barros explicaram a decisão pelo nome do treinador após a demissão de Fernando Diniz.

Mario durante coletiva no CT (Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)
Mario durante coletiva no CT (Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)
Foto: Lance!

- Confiamos bastante no Oswaldo, ele já esteve essa casa, faz parte daqui. Teve duas boas passagens e já conhecia boa parte do elenco e do trabalho anterior. Foi uma escolha de todo departamento de futebol do clube. Tivemos o nome dele como consenso. Ele foi, dentro dos disponíveis, o que mais se adequava. Se falou muita coisa, mas foi uma escolha definida com critérios técnicos - disse Mário.

- O Flamengo esse ano começou com Abel Braga e depois veio o Jesus, e eles com esse baita elenco que conhecemos. Mesmo assim fizeram uma troca. Na Europa estão felizes em ficar em sétimo, oitavo, uma pressão diferente daqui. Seis o sete clubes disputam a ponta. Se cair, a situação é terrível. Na rede social, muitas pessoas pediam para sair o Diniz. Aí fomos falar com o Abel e muitas pessoas disseram que não. Tínhamos uma lista com dez nomes. O nome do Oswaldo não é porque dois recusaram, mas isso acontece. A escolha não é simples. Não houve nenhum problema na escolha do Oswaldo. A saída do Diniz, nós ficamos até uma hora da manhã discutindo. Na chegada do novo técnico, discutimos vários nomes e chegamos a esse consenso. Temos que esperar que tudo ocorra bem - explicou Celso.Celso admitiu que o Flu ainda está no mercado por um zagueiro, no entanto, abriu a possibilidade de o elenco já estar fechado. O Tricolor pode contratar apenas mais um jogador vindo da Série A - desde que ele tenha feito no máximo seis jogos. Além disso, a lista da Sul-Americana não pode ser alterada com tanta frequência.

- Continuamos na busca pelo zagueiro. Só temos uma vaga de jogador da Série A, mas vamos ver se essa semana temos novidade. O Oswaldo está ciente, as vezes nos surpreendemos com algumas coisas. O Frazan, que era criticado, só entra em jogo difícil e entra bem. E faz parte do elenco. Na medida do possível, estamos tentando ainda um zagueiro - disse Celso.

Veja outras respostas de Mário Bittencourt:

Gestão

Eu e o Celso tomamos posse no dia 10 e assumimos dia 11. Não temos nem três meses de trabalho. Não olhamos para trás, apenas para frente. Sabíamos que encontraríamos uma casa com dificuldades e desorganizada. As pessoas, torcida, diretoria, sócios, precisam entender que o clube não vai se reestruturar em três meses. Foram anos de problemas gravíssimos que hoje estão conosco. Vai levar um tempo para colocar em ordem. Chegamos com quase 90 dias de atrasos salariais e conseguimos quitar três meses. Chegaram dois patrocinadores para a camisa e o master ainda estamos negociando. O elenco, dou quase certeza que nossa folha seja a décima quarta na Série A. Temos algo bem baixo. Quem está aqui teve criatividade para trazer atletas de alto nível recebendo o que podemos pagar. Temos limitações de contratações pelos regulamentos. A inscrição da Sul-Americana só pode ser por fase. O Brasileiro limita a cinco contratações de atletas da Série A. Ainda temos uma vaga e o Celso trabalha para reforçar.

Relação com a torcida

A aproximação com a torcida nós fazemos um trabalho diário para isso. Fizemos um treino nas Laranjeiras, temos os telões que, somados, foram seis mil pessoas. Aumentamos em quase quatro mil novos sócios. Para o jogo de quinta-feira, o Maracanã tem um custo fixo, só podemos abrir a venda a partir de um certo período. Tem que esgotar a Oeste para abrir a norte. Se não aumenta o custo do clube no jogo. Não posso fazer promoção na norte porque prejudicaria quem já comprou. É muito mais barato para eles e melhor para nós que eles sejam sócios do Flu. Essa receita fixa seria importante para nós. Alguns clubes tem sócios que bancam o elenco deles. Gostaria de bater a meta de 55 mil pessoas na quinta-feira. Se superarmos isso, vamos fazer uma nova promoção e premiar a torcida novamente. Gostaria que os torcedores entendessem que a vaia durante a partida traz instabilidade, precisamos de apoio. A posição no Brasileiro não condiz com o time e o nosso futebol, mas estamos nela e precisamos sair. O Fluminense está mais vivo do que nunca. Por isso lutamos pelo patrocínio master. Os valores tem que ser condizentes com a nossa história. Todos os dias temos surpresas e temos que estar focados em resolver.

Pedro

Não chegou proposta pelo Pedro. Caso chegue algo que seja muito vantajoso, temos a ideia que ele fique pelo menos até dezembro. Não temos interesse em vender o Marcos Paulo agora, o departamento de futebol tem um projeto para ele no Fluminense. Pode até acontecer com outros jogadores se houver proposta, acreditamos que seja pelo Pedro. Tem que ser algo que o Fluminense veja uma remuneração justa e digna.

Trocas de treinadores no futebol carioca

É uma questão de todo futebol brasileiro. Os clubes cariocas são os que mais trocam, mas é uma questão da organização do futebol local. O rebaixamento de quatro equipes é muita coisa. É uma dificuldade se organizar. Existe uma outra questão, que não tem na Europa por conta da divisão de cotas, não existe mais a clausula de manutenção de valores caso o clube caia. Soma isso a um campeonato de dimensão continental que rebaixa quatro, traz instabilidade. Antigamente tinha uma capacidade maior, hoje todas as competições entram uma por dentro da outra. As equipes com menos poder financeiro tem menos peças de reposição. Faz parte dessa cultura. A reatividade a chegada do novo treinador foi enorme, mas ninguém se preocupou em ver o aproveitamento dele nos outros clubes. É cultural. Para haver a mudança nessa cultura, tem que mudar o futebol brasileiro como um todo.

Cotas de televisão

Já existem conversas sobre as cotas sim. Fui procurado por alguns clubes, abriu o canal para que viessem até nós. Existe o movimento, conversei com quatro ou cinco clubes para montar um bloco e discutir os direitos comerciais. Tem a questão dos patrocínios master, os direitos de televisão internacionais. Não pode ser individualmente. Havendo um órgão para discutir isso, fica menos institucional. Não é igualar as cotas, mas que elas sejam mais justas e bem divididas. Como brigar em um campeonato de mais de um ano, agora é o mês das lesões, se não tiver vários jogadores para a posição, fica difícil. Se destaca quem gasta muito por mês.

Penhoras e processos

Fizemos uma reunião na chegada com o jurídico para tentar se antecipar a algumas situações. Chegamos com credibilidade e tentamos fazer acordos antes de sofrer as penhoras. São centenas de processos. Se fossem 10 ou 12, diria que estaria praticamente solucionado. Mas não conseguimos ter essa situação de fala com todos e controlar. Nosso jurídico já entrou em contato com os advogados do Marquinho. Se conseguíssemos fazer acordo pelo que a pessoa quer receber, não poderíamos pagar. Precisamos convencer as pessoas a aceitarem o que podemos pagar. Não vou fazer propostas que não conseguimos pagar. Quando tem uma penhora, ligamos para o credor parra avisar. Temos tido êxito. Só de se antecipar e mostrar isso, já estamos nos acertando. O Marquinho está em conversa. Vamos tentar fazer um alongamento da dívida trabalhista, vamos buscar no cível.

Futebol feminino

O futebol feminino hoje no Brasil é algo determinado por lei, somos obrigados. Como não havia isso, não existia. É um início de uma relação que ainda está se ajustando. O que temos feito é buscar patrocínios. Um clube que já passa por dificuldades financeiras, tem mais um departamento para administrar. O caminho é a profissionalização, todas terem carteira assinada, as garantias. Há de se haver um subsídio das entidades, foi acrescentado ao dia a dia dos clubes. Quando cheguei elas treinavam em Laranjeiras, que tinha muito mais restrição. Hoje é no Tigres. Temos que terminar o terceiro campo aqui, queremos fazer uma obra em Xerém ano que vem e é mais uma possibilidade. Queremos que o feminino atraia para que haja permutas, suplementos. Se conseguirmos valorizar a competição, faremos que as empresas se aproximem. É um início de uma profissionalização. Em mais uns quatro ou cinco anos teremos uma atratividade maior.

Maracanã

Temos uma relação excelente com o Flamengo. Montamos o conselho de administração, a tendencia é que o contrato siga normal. Depois discutiremos os próximos 35 anos.

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