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Torcida carioca reforma estádio para receber jogo decisivo

Estádio Ary de Oliveira e Souza, casa do Goytacaz, foi interditado às vésperas de duelo contra o rebaixamento. Torcedores, então, decidiram jogar junto com tijolos e cimento

28 fev 2018 - 14h41
(atualizado às 14h50)
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O futebol raiz respira em Campos dos Goytacazes, município do interior do Rio de Janeiro. Há uma semana, o GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) interditou o Estádio Ary de Oliveira e Souza, lar do Goytacaz Futebol Clube, por conta de irregularidades. A notícia caiu como uma bomba: o clube estava sem a sua casa para a última e decisiva rodada do Grupo X do Carioca, quando serão definidos os times que se salvarão da degola e os rebaixados. Por conta da interdição, a Federação de Futebol do Rio adiou a rodada de 24 de fevereiro para o próximo domingo e deu um prazo ao Goytacaz: se o Aryzão não estivesse pronto em cinco dias, o duelo contra o Resende seria marcado para o Moacyrzão, em Macaé. Foi aí que a torcida do Goytacaz decidiu colocar a mão na massa, literalmente. Cerca de 40 torcedores fizeram um multirão para reformar o estádio durante o último sábado e domingo. E o esforço deu certo.

As arquibancadas foram tomadas por tijolos, cimento, soldas, cabos, vassouras e pás. As reformas, realizadas sob sol escaldante, foram feitas baseadas no documento do GEPE que fechou o estádio - que antes da interdição havia sido utilizado ao longo de todo o Campeonato Carioca. Foi preciso arrumar grades, banheiros e bilheterias. Na última terça-feira, a Polícia Militar vistoriou o local e concedeu o aval para a reabertura do estádio. Um golaço da torcida.

- Foi uma coisa espetacular. Os torcedores falaram: "Não vamos deixar isso acontecer, não". Teve torcedor pedreiro, serralheiro, pintor... Foi todo mundo para o estádio ajudar, debaixo de calor. A torcida do Goytacaz é apaixonada, parece uma família. É um amor enorme. O que aconteceu me emocionou muito - falou o empresário Flávio Trivella, investidor do futebol do Goyta.

O torcedor Augusto Sopa foi um dos líderes na organização do multirão. A ideia surgiu horas após o anúncio da interdição. Augusto, de 41 anos, é frequentador assíduo do Aryzão desde pequeno e um dos torcedores-símbolo do Goyta.

- Nos mobilizamos pelas redes sociais. Quem pôde ajudar com recursos financeiros, ajudou. Quem pôde ajudar com a mão de obra foi ao Aryzão. Fizemos diversos ajustes e concluímos o que foi exigido - comentou Augusto.

O Goytacaz está invicto no seu estádio no Campeonato Carioca, com duas vitórias e dois empates. Apesar da força no fator casa, o clube não conseguiu avançar à fase principal do Estadual e está na lanterna do Grupo X, com seis pontos. Porém, uma vitória sobre o Resende - que também tem seis pontos - já basta para o Goyta se salvar. Bonsucesso (com oito pontos) e América (com seis), se enfrentam no outro jogo do quadrangular, também no domingo.

Número de vitórias e saldo de gols não salvam ninguém. Se três clubes empatarem em pontos, será criado um triangular com turno e returno para definir os rebaixados. Se o 2º e o 3º lugar terminarem com o mesmo número de pontos, estes times vão disputar um mata-mata com jogos de ida e volta.

- Eu, como investidor, sinto ainda mais vontade de continuar ao lado do clube, por conta dessa torcida. É uma torcida que já passou por muitos traumas, mas que abraça o clube. Muita gente deixou a alma ali no fim de semana - disse Flávio Trivella, parceiro na gestão do Goytacaz desde março do ano passado.

O Goytacaz voltou a disputar a elite do Estadual após 25 anos de ausência. Para o duelo decisivo deste domingo, às 15h30, o clube disponibilizou 4500 ingressos. A expectativa em Campos é de casa cheia e alegria após o apito final.

- Tudo o que a gente faz pelo Goytacaz vale o esforço. Ajudar na reforma foi muito gratificante para todos nós que estivemos lá. O torcedor alvianil está sempre acreditando, até os minutos finais, no Goytão - destacou Augusto Sopa.

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