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Título da Libertadores ainda mantém legados no Corinthians

Em 4 de julho de 2012, Timão venceu o Boca Juniors na final da Libertadores e conquistou sua primeira Libertadores, acabando com piadinhas e criando métodos que ainda seguem

4 jul 2017 - 05h03
(atualizado às 08h12)
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- A Libertadores realmente libertou, é um orgulho muito grande, ainda mais no Corinthians. Quando você se depara como dono de uma conquista assim é como se fosse um sonho. É coisa de cem anos, de pai para filho, de filho para avô, são gerações envolvidas.

O depoimento do meia Alex ao LANCE! resume a dimensão de um dos títulos mais importantes da história do Corinthians. Cinco anos depois, o Timão celebra 4 de julho de 2012, o dia de sua libertação, nesta terça-feira. Foi há meia década que Emerson Sheik construiu a vitória por 2 a 0 sobre o tradicional Boca Juniors (ARG), exterminou as piadinhas dos torcedores rivais e colocou sua plaquinha na taça mais importante do continente americano.

Corinthians conquistou a Libertadores em 2012
Corinthians conquistou a Libertadores em 2012
Foto: Daniel Augusto Jr / LANCE!

- É uma coisa que jamais será esquecida. Passaram cinco anos e em cinco anos a ficha não caiu direito ainda. É o reconhecimento do torcedor na rua, o nome de "Chicão do Corinthians", não só Chicão, é a história escrita. Até hoje esse título é de arrepiar - diz o ex-zagueiro Chicão do Corinthians, um dos quatro jogadores que estiveram em campo em todos os jogos da campanha, ao lado de Fábio Santos, Leandro Castán, Ralf e Paulinho.

Pela visão de jogadores que estiveram na campanha histórica, torcedores e profissionais do dia a dia do Corinthians, confira a seguir alguns dos legados do "dia da libertação" do Corinthians. Afinal, foi muito mais que um título.

Jogadores do Corinthians distribuem dribles em vitória sobre o Botafogo:

ENTROU NO CALENDÁRIO DA CIDADE DE SÃO PAULO

Em 10 de maio de 2013, menos de um ano após o título, a Câmara Municipal de São Paulo promulgou uma lei que estabeleceu o dia 4 de julho como "Dia da Independência Corintiana" na cidade de São Paulo. A conquista histórica está no calendário oficial da maior metrópole brasileira!

MARCOU A IMPORTÂNCIA DE TER UMA DEFESA SEGURA

Com oito vitórias e seis empates ao longo dos 14 compromissos da Libertadores, o Corinthians sofreu somente quatro gols em todo o percurso na competição. A média de 0,28 sofrido por jogo foi um dos fatores preponderantes na campanha que ocasionou o título e é marca de trabalhos vitoriosos do Timão até hoje em dia, como diz Chicão, zagueiro multicampeão pelo clube.

- Para mim, o maior legado que existe é o time ter definido aquele estilo de jogo como identidade. Não tenho dúvida de que essa foi uma das coisas boas que ficou para o clube, fundamental no sucesso que acontece hoje em dia, de ser um time sem craques, mas que valoriza muito o coletivo e sofre poucos gols - diz o ex-zagueiro, aposentado desde o fim de 2015.

ENCERROU TENTATIVAS COM VETERANOS

Inscrito pelo Corinthians na Libertadores com a camisa 10, o atacante Adriano Imperador causou um baque importante durante a campanha. Após um treinamento, ele se recusou a se pesar no CT Joaquim Grava e o comportamento fez o técnico Tite cortá-lo da partida contra o Cruz Azul, no México, ainda pela primeira fase. O experiente jogador teve o contrato rescindido e encerrou uma sequência de apostas do Timão em veteranos badalados, como Ronaldo e Roberto Carlos.

CONSOLIDOU O GOLEIRO CÁSSIO, TITULAR ATÉ HOJE

Revelado pelo Grêmio e depois de quatro anos de pouco sucesso no PSV (HOL), o goleiro Cássio ficou um mês só treinando antes de ser apresentado como reforço do Corinthians, em fevereiro de 2012. Ele ficou com uma das vagas na Copa Libertadores e virou titular no jogo de ida das oitavas de final, contra o Emelec (EQU). Além da má fase de Julio César, contou a favor de Cássio a altura. Deu certo.

Hoje, Cássio soma 292 partidas pelo Corinthians e é o goleiro com mais títulos pelo clube em 106 anos de história - o Paulistão foi a sexta taça, uma a mais que os ídolos Ronaldo, Dida e Gilmar. Titular em 2017 após um ano de oscilações, o goleiro ainda é um dos capitães mais frequentes da equipe.

VALORIZOU ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA

- O legado ao clube foi demostrar que o Corinthians organizado é uma potência, politicamente e administrativamente dizendo - diz o meia Alex, que atuou em 12 dos 14 jogos da Libertadores de 2012.

Presidido naquela ocasião por Mário Gobbi, com diretoria de futebol ocupada pelo atual presidente Roberto de Andrade e participação efetiva do ex-presidente Andrés Sanchez, o Corinthians conseguiu se organizar politicamente durante determinado período, ao contrário do que ocorria até 2007, quando foi rebaixado. Um exemplo foi a manutenção do técnico Tite em 2011, após eliminação na pré-Libertadores. O Timão também chegou a enfrentar problemas durante esses cinco anos pós-conquistas, principalmente em 2016, com atrasos de salários, troca de treinadores e até pedido de impeachment do presidente Roberto de Andrade.

DIMINUIU A PRESSÃO EM TORNEIOS INTERNACIONAIS

A conquista da Libertadores representou o fim de um jejum histórico nesta competição e marcou também um período de maior paz do clube e da torcida para disputar o próprio torneio e também outros campeonatos internacionais. O clube conquistou o Mundial de 2012, a Recopa de 2013 e disputou a Libertadores em três de suas cinco últimas edições.

- O Corinthians nunca havia conquistado a Libertadores e a pressão era muito grande, constante. Na verdade por se tratar de Corinthians já é uma pressão grande, ainda mais em um torneio desse nível. Mas na época tivemos um técnico, o Tite, que foi competente, soube administrar essa pressão e traçou uma estratégia que deu certo. Jogar pressionado é difícil, mas o Tite nos deu tranquilidade e confiança - explica o atacante Elton, presente em metade dos jogos da Libertadores de 2012.

ACARRETOU EM FORTALECIMENTO NOS BASTIDORES

Internamente, dirigentes do Corinthians consideraram a imagem do clube muito mais forte nos bastidores, perante Conmebol, outros clubes e federações internacionais, após o título da Libertadores. Como tratou-se de uma conquista inédita, o Timão se tornou um clube mais respeitado em cenário continental.

"SEGUROU" ALESSANDRO, QUE HOJE É DIRIGENTE

O lateral-direito Alessandro não atuou em cinco dos 14 desafios do Corinthians na Copa Libertadores, mas foi o responsável por erguer a taça após a vitória contra o Boca Juniors (ARG) em 4 de julho. Algumas semanas antes, o jogador perdeu a posse de bola para o vascaíno Diego Souza durante partida das quartas de final da competição, mas foi salvo por Cássio, que defendeu e incendiou o Pacaembu até Paulinho marcar o gol da classificação.

Em novembro de 2013, Alessandro pendurou as chuteiras como um dos maiores campeões da história do Corinthians, mas não deixou o clube de vez. Em janeiro de 2014 ele se tornou coordenador técnico e em junho do ano passado assumiu a gerência de futebol, cargo que desempenha até hoje.

SACRAMENTOU ESTILO DE JOGO REPETIDO POR CARILLE

Auxiliar da comissão técnica de Tite em 2012, Fábio Carille dirige o Corinthians desde o início do ano e acumula marcas positivas, com o título do Campeonato Paulista, a boa condição na segunda fase da Copa Sul-Americana e a liderança incontestável do Brasileirão após 11 rodadas. No time, o esquema tático atual é igual ao de 2012, assim como o foco nos trabalhos e aperfeiçoamento defensivo.

COLOCOU FIM ÀS PIADAS DOS ADVERSÁRIOS

Talvez seja o maior entre todos os legados, que é a satisfação do torcedor, inclusive ao responder as zoeiras dos rivais. Último time entre os grandes paulistas a conquistar a Libertadores, o Corinthians encerrou as piadas que ouvia e abriu caminho para novas e importantes conquistas do maior campeão brasileiro da década.

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