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Julio Cesar se despede: 'O que mais quero é ter deixado algo de positivo'

Goleiro detalha proposta de renovação do contrato pelo Flamengo, explica a recusa e avalia como positiva sua participação com o elenco nos últimos meses: 'saio pela porta da frente'

20 abr 2018 - 12h23
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Desde o dia 30 de janeiro, o elenco do Flamengo ganhou a companhia de Julio Cesar. O goleiro, mais do que um reforço para os jogos oficiais, logo tornou-se líder e uma das vozes mais importantes do vestiário. O "DNA rubro-negro" e a carreira vitoriosa o credenciaram para tal posto e o camisa 12, quando assinou contrato de três meses, sabia que sua maior colaboração seria fora de campo.

Julio Cesar recebeu homenagens em sua última coletiva no Ninho do Urubu (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
Julio Cesar recebeu homenagens em sua última coletiva no Ninho do Urubu (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
Foto: Lance!

Diante de um elenco formado por vários jovens revelados nas categorias de base do clube, assim como ele, Julio Cesar destacou a boa experiência que viveu em 2018 e revelou o pedido dos garotos para ele adiar a aposentadoria.

- Desde quando vim para o Flamengo, com o time sem estar precisando de goleiros, sabia que minha participação seria mais fora de campo do que dentro. Durante esses três meses eu pude ajudar com a minha experiência. Tive bons e maus momentos na carreira. Foi uma participação bacana e saio pela porta da frente sabendo que dei o meu melhor. Você se sentir uma pessoa querida e amiga, é o que mais vale. Ver o Vinicius, Paquetá, Jean Lucas, Klebinho e Lincoln pedindo para eu ficar mais tempo foi incrível. Vale mais que título - afirmou.

Não foram apenas os garotos que procuraram Julio Cesar. A direção do clube ofereceu ao goleiro a extensão de contrato, mas o camisa 12 recusou. De acordo com Julio, os problemas físicos foram determinantes para a decisão.

- O Flamengo apresentou uma ideia de extensão de contrato. Mas vim com a ideia fixa. Quero agradecer ao presidente e ao Lomba pela oportunidade. Por problemas físicos escolhi por não continuar. Foi uma escolha que fiz há três meses. Desde o início a situação ficou muito bem definida - explicou Julio.Apesar de dizer que a aposentadoria foi planejada, Julio Cesar já sabe qual será o "lado ruim" da decisão, mas reforçou o tempo que passará a ter para curtir a família e filhos.

- O lado ruim é você acordar no outro dia, olha para o teto e dizer: "acabou". Não vai mais ter aquele clima de vestiário, com jogadores. Vai ser um situação complicada desligar de uma hora para outra. A parte boa é ter mais tempo para a família e para os filhos - afirmou o camisa 12 da Gávea.

Confira outras respostas do goleiro e ídolo Julio Cesar, do Flamengo:

Desempenho do time na Copa Libertadores e classificação

O Flamengo tem muita coisa para melhorar? Tem. Foi um jogo difícil? Foi. O grupo do Flamengo na Libertadores é difícil. Jogar em um Maracanã vazio também complica, a gente sabe o que significa a torcida do Flamengo, é um 12º jogador. Não é desculpa, mas não vi o Flamengo fazer um péssimo jogo. Teve momentos bons e momentos ruins. Se ganhasse o jogo poderia acabar mascarando as partes ruins. Tive a oportunidade de conversar com eles e disse que todos têm que se apoiar, olhar para o companheiro em campo. Infelizmente a bola não entrou. Por esses três meses que passei aqui com esse grupo, posso falar que com certeza o Flamengo vai se classificar na Libertadores. Ainda tem três jogos.

Críticas da torcida após o empate com o Santa Fe

Sei que o torcedor não está feliz com o empate, mas nós também não estamos felizes. Espero que o torcedor vá nos apoiar. Com o torcedor ao nosso lado, nos tornamos ainda mais fortes. Acho que estão fazendo uma tempestade em um copo de água. Temos muito a melhorar. Mas sabemos que é um grupo difícil. Não é desculpa, mas não vi o Flamengo fazer um péssimo jogo. Tivemos momentos bons e ruins na partida.

Retorno ao Flamengo no futuro

Vou voltar como vice de futebol (gargalhadas). Estou brincado Ricardo (Lomba, VP de futebol, acompanhou a coletiva). Já falei tantas coisas no passado que me arrependo. Aprendi a não falar sobre o futuro. O futuro a Deus pertence, mas tenho outros projetos. Um cargo de diretor hoje é algo que não penso. Se surgir algo, é claro que vou analisar. Mas no momento eu não penso.

Diferenças do clube na primeira e na segunda passagem

O Flamengo, na minha primeira passagem, foi difícil. As coisas eram inflamadas. Difícil treinar e jogar com tranquilidade. Pressão muito grande. Os resultados não condiziam com as equipes formadas. Foram quatro anos que o Flamengo brigava para não ser rebaixado.

Esse Flamengo novo é o Flamengo certo e justo. Mas é claro que futebol é resultado. O clube bem estruturado, que paga em dia e é sério, tem que chegar sempre. Se vai ganhar são outros 500. O Flamengo hoje, ao lado de outros poucos clubes no Brasil, é modelo.

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