PUBLICIDADE

Jackie Silva receberá homenagem durante o Prêmio Brasil Olímpico

Primeira medalhista olímpica do esporte feminino nacional receberá o Troféu Adhemar Ferreira da Silva por representar valores como coragem, espírito de liderança e eficiência

27 nov 2018 - 17h48
Compartilhar
Exibir comentários

Espírito de liderança, coragem e eficiência técnica e física são algumas das marcas da carreira esportiva de Jackie Silva, a homenageada com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva no Prêmio Brasil Olímpico 2018. A cerimônia será realizada no dia 18 de dezembro, às 20h, no Teatro Bradesco, no Shopping Village Mall, zona oeste do Rio de Janeiro.

Jackie Silva, (à esquerda) receberá o Troféu Adhemar Ferreira da Silva (Foto: Acervo COB)
Jackie Silva, (à esquerda) receberá o Troféu Adhemar Ferreira da Silva (Foto: Acervo COB)
Foto: Lance!

- Receber o Prêmio Adhemar Ferreira é uma honra. Ele foi o primeiro bicampeão olímpico, um verdadeiro guerreiro e imagino o quanto teve que lutar por essas conquistas. Por isso, estou muito feliz pelo reconhecimento - disse Jackie Silva.

A carioca, de 56 anos, cravou seu nome na história do esporte nacional ao se tornar a primeira brasileira a conquistar, ao lado de Sandra Pires, o ouro olímpico. A final do vôlei de praia nos Jogos de Atlanta 1996 marcou também as primeiras medalhas de atletas brasileiras, já que Adriana Samuel e Mônica Rodrigues ficaram com a prata, ao serem derrotadas por Jackie/Sandra por dois sets a zero, parciais de 12/11 e 12/6, na primeira participação do esporte nos Jogos. Após mais de duas décadas das conquistas é possível dizer que o pódio representou um grande passo em busca da igualdade de gêneros no esporte, do fortalecimento e profissionalização do vôlei de praia, do orgulho e autoafirmação das mulheres brasileiras.

- Foi um dia muito iluminado e especial. Era o último de um plano de trabalho, que tinha que acabar da melhor maneira possível, sendo campeã olímpica. Quando terminou tudo e a ficha caiu, fiquei feliz em fazer parte do pioneirismo dessa medalha de ouro no feminino, a primeira entre as mulheres. O destino me deu um presente - recordou.

A atleta descobriu a paixão pelo esporte na praia, mas foi na quadra que começou a marcar seu nome no vôlei brasileiro. Aos nove anos, já batia bola nas areias do Posto 5, em Copacabana, local que também revelou craques como os medalhistas olímpicos Bernard e Bernardinho. Levada pelo técnico Ênio Figueiredo para o mirim do Flamengo, precisou de apenas três anos para começar a integrar o time principal do clube. Aos 14, receberia a primeira convocação para a Seleção Brasileira. No mesmo ano, foi eleita a melhor levantadora do país.

Jackie foi titular da Seleção Brasileira de vôlei nos Jogos Olímpicos de Moscou 1980 e de Los Angeles 1984. Nos Estados Unidos, viu de perto o crescimento da modalidade que praticava na infância sem grandes pretensões. Tomada pela coragem que marcou toda sua trajetória esportiva, resolveu investir no esporte.

Paralelamente a uma temporada na Itália em 1987, onde pelo modesto CIV, de Modena, foi vice-campeã italiana e eleita a melhor estrangeira da competição, disputou, entre 86 e 92, o Circuito de Vôlei de Praia nos Estados Unidos. Das sete temporadas, conquistou o título em quatro, vencendo 41 etapas ao lado de jogadoras como Linda Chisholm, Patty Dodd, Karolyn Kirby e Ângela Rock.

Mas ainda faltava a medalha olímpica. Em busca do sonho, voltou ao Brasil e formou uma dupla com Isabel. Porém, devido à dificuldade da parceira em se dedicar somente ao vôlei de praia, juntou-se a Sandra Pires em 93 para formar uma das duplas de maior sucesso da história do esporte, com títulos brasileiros, dois Mundiais e a grande coroação com o ouro nos Jogos Olímpicos Atlanta 1996.

- O meu treinador americano dizia que eu ajudei a construir o vôlei de praia e tinha que estar nos primeiros Jogos Olímpicos da modalidade. Isso me ajudou a entender o significado daquele momento. Eu precisava voltar ao Brasil para encontrar minha parceria e ganhar essa medalha - disse Jackie, que ainda jogou ao lado de Mônica; Ana Paula; Adriana Bento; Maria Clara, filha da sua primeira parceira Isabel; e, por fim, Cláudia.

De personalidade forte, Jackie sempre foi uma líder e lutou pelos seus direitos como mulher e como atleta. Em 2009, foi eleita a décima personalidade mundial esportiva a receber o Prêmio Atleta pelo Esporte da UNESCO. Ela desenvolve, através do Instituto Jackie Silva, o projeto social "Atletas Inteligentes" desde 2002, que passou por comunidades como Vigário Geral, Cidade de Deus e Salgueiro, além de praias como Copacabana e Leblon, e atualmente atende estudantes do CIEP 340, em Duque de Caxias, região metropolitana do Rio de Janeiro, com o objetivo de valorizar a escola pública através do esporte. Além disso, ainda atua como técnica no Jackie Volley Club, em Ipanema, realiza palestras motivacionais e clínicas do esporte.

Criado em 2001, o Troféu Adhemar Ferreira da Silva tem como objetivo homenagear atletas e ex-atletas que representem os valores que marcaram a carreira e a vida de Adhemar, bicampeão olímpico no salto triplo, tais como ética, eficiência técnica e física, esportividade, respeito ao próximo, companheirismo e espírito coletivo.

Os Homenageados com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva até hoje:

2001 - Nelson Prudêncio - Atletismo

2002 - João Gonçalves Filho - Natação e Polo Aquático

2003 - Amaury Antonio Passos - Basquete

2004 - Maria Lenk - Natação

2005 - Agberto Guimarães - Atletismo

2006 - Aída dos Santos - Atletismo

2007 - André Gustavo Richer - Remo

2008 - João Havelange - Natação e Polo Aquático

2009 - Joaquim Cruz - Atletismo

2010 - Eder Jofre - Boxe

2011 - Bernard Rajzman - Vôlei

2012 - Hortência - Basquete

2013 - Torben Grael - Vela

2014 - Vanderlei Cordeiro de Lima - Atletismo

2015 - Gustavo Kuerten - Tênis

2016 - Bernardinho - Vôlei

2017 - Lars Grael - Vela

2018 - Jackie Silva - Vôlei de Praia

Lance!
Compartilhar
Publicidade
Publicidade