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Gol de costas e momentos de 'farras' despertaram religiosidade de Fábio

O goleiro da Raposa também lembrou que período inativo, devido a uma lesão, o fez refletir quanto à sua postura dentro de fora de campo

6 dez 2018 - 18h12
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Com mais de 800 jogos pelo Cruzeiro, ídolo absoluto da "China Azul", o goleiro Fábio só acumula recordes e admiração até de torcedores de outros clubes. Porém, para chegar a esse patamar de idolatria, o goleiro, de 38 anos, teve momentos duros e revelações que mudaram sua vida, dentro e fora de campo.

O camisa 1 celeste contou ao canal Pilhado, do Youtube, do jornalista Thiago Asmar, que o ano de 2007 foi de alterações profundas na sua carreira profissional e vida pessoal. Fábio revelou que curtia uma "farra", mas nada de noitadas. Usava seu tempo livre para churrascos em casa regados a bebida.

Dois fatos específicos mudaram os rumos do arqueiro celeste. Uma lesão no joelho e o famoso gol de costas, marcado por Vanderlei, que sofreu num clássico diante do Atlético-MG, pelo Campeonato Mineiro de 2007. O gol virou chacota e é sempre lembrado pelos rivais atleticanos.

Porém, o lance inusitado teve um reflexo muito maior em Fábio do que apenas gozações ou brincadeiras futebolísticas. Trouxe o goleiro para a fé, algo que ele sempre faz questão de exaltar quando se refere a qualquer elemaento de sua vida.

- Não era muito da noitada, não. Mas eu baguncei um pouquinho. Eu gostava de fazer minhas coisas em casa, churrasco, essas coisas, e nas férias eu virava mesmo (risos)", disse, para em seguida falar do lance do gol de costas e da lesão que o deixou afastado do clube por um bom tempo.

- Nesse jogo da final de 2007, foi quando eu me lesionei. Eu me choquei com a trave e rompi o joelho. E era decisão de campeonato. E mesmo assim eu continuei no jogo, não tinha mais substituição. Teve o terceiro gol que foi o pênalti, fiquei irado, e era o momento que Deus tinha preparado. Não tinha sido pênalti, mas o juiz tinha dado. Quando recomeça o jogo, eu fui pegar a bola dentro do gol que era a do pênalti. Quando eu vi a outra bola passando assim, não sei de onde apareceu. Tinha que acontecer. Ia ser muito fácil só a lesão. Eu ia me recuperar, mas não ia querer saber de Deus, então tinha que me moldar. Ele me levou no pó para fazer um cara novo. Esse gol rodou o mundo inteiro. Muitos falaram que eu ia ficar marcado, que eu nunca iria jogar, e foi nessa hora que tive um encontro com Deus, revelou Fábio.

Durante a recuperação da lesão no joelho, Fábio ouviu uma pregação de um pastor e foi o momento que o despertou para a religiosidade, algo que mantém até hoje.

- Eu chegava muito cedo em casa e ficava vendo TV, e tinha um programa de um pastor. E, quando chegava no programa, eu tirava, mudava de canal. Um dia eu parei. E foi meu encontro com Deus. No meio do programa, o pastor falou: 'eu quero orar por você que machucou o joelho'. Eu olhei para trás, só tinha eu no quarto, 'esse cara falou comigo'. Ele falou: 'É você mesmo que está lesionado do joelho, quero fazer uma oração por você'. Eu tinha um pouquinho de fé naquela hora e foi o suficiente para Deus agir na minha vida. Eu fiz a oração e o joelho começou a pegar fogo como brasa. Eu senti que Deus estava restaurando o meu joelho. Chamei a minha mulher, 'Deus restaurou meu joelho, você não vai acreditar,', contou.

Mesmo machucado, o goleiro e ídolo da Raposa recebeu propostas para deixar a Toca da Raposa, mas preferiu ficar, trilhando a história que possui hoje no clube azul.

- Eu tive várias oportunidades para sair do Cruzeiro, mas Deus disse 'fique, não saia'. Eu jogava bem, mas não vinha a conquista que todo mundo esperava. Mas Deus preparou esse momento em 2013", confessou ao citar o bicampeonato brasileiro do Cruzeiro em 2013 e 2014.

Fábio tem contrato com o Cruzeiro até o fim de 2019 e deve negociar uma prorrogação do seu vínculo até 2020, quando terá 40 anos e quase mil jogos com a camisa celeste.

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