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Futebol, esportes olímpicos, estádio... O que propõem os candidatos do Fla

Eleição na Gávea, neste sábado, definirá o mandatário no triênio 2019-21: José Carlos Peruano (Amarela), Marcelo Vargas (Branca), Ricardo Lomba (Rosa) e Rodolfo Landim (Roxa)

7 dez 2018 - 06h03
(atualizado às 06h03)
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No sábado, os sócios do Flamengo decidem, em pleito, o mandatário do clube no triênio 2019-21. A votação acontece na Sede da Gávea, das 8h às 21h, com quatro candidatos concorrendo à presidência: José Carlos Peruano (Amarela), Marcelo Vargas (Branca), Ricardo Lomba (Rosa) e Rodolfo Landim (Roxa).

Após a publicação da série de entrevistas com os nomes das quatro chapas (confira abaixo), a reportagem do LANCE! reúne os principais pontos abordados e mostra como cada candidato pretende trabalhar determinados assuntos: departamento de futebol, estádio, política de ingressos e esportes olímpicos.

DEPARTAMENTO DE FUTEBOL

No entendimento de Marcelo Vargas, a falta de conhecimento de futebol de de Flamengo é o ponto a ser "atacado" no departamento de futebol do clube.

- Vamos adotar um perfil rubro-negro na administração do futebol - afirmou Vargas, que promete uma auditoria completa das contas de futebol na gestão do presidente Eduardo Bandeira de Mello feita por técnicos do Banco Central.

Rodolfo Landim defende uma reestruturação do organograma do futebol do Flamengo, com a implantação do Comitê Executivo do Futebol, "extinguindo a concentração de todo o poder de decisão em um só profissional", e a revisão do processo de relacionamento entre as áreas de futebol, permitindo maior independência entre as áreas de performance, contratação e médica.

"Estas áreas, de maneira distintas, apresentação seus trabalhos e recomendações ao comitê", diz o plano do candidato da Chapa Roxa.

José Carlos Peruano também identifica a falta de comando como o principal problema do futebol. Para ele, não há uma "estrutura mostrando o que é o Flamengo" aos jogadores do elenco profissional.

Na entrevista exclusiva ao LANCE!, Peruano afirmou que gostaria de contar com o Marcos Braz na vice-presidência de futebol e Rodrigo Caetano como diretor-executivo. O segundo citado, contudo, renovou contrato com o Internacional.

Ricardo Lomba, por sua vez, ressalta o avanço feito pelo clube nos últimos anos, com erros minimizados pelo Centro de Inteligência de Mercado, mas admite que houve falha no quesito de conquistas da equipe de futebol.

- Precisamos avançar para além de toda estrutura que temos no extra-campo e chegarmos nas competições com chances de sermos campeões. Efetivamente, temos de voltar a ser campeão - analisou o candidato da Chapa Rosa ao L!.

MARACANÃ

Entre os candidatos, é unânime: o Flamengo não deve apenas seguir jogando no Maracanã, e sim participar diretamente da administração do estádio. José Carlos Peruano, Marcelo Vargas, Ricardo Lomba e Rodolfo Landim destacaram a intenção do governador Wilson Witzel (PSC) de resolver o imbróglio judicial envolvendo o estádio e o Complexo Maracanã Entretenimento S.A junto aos clubes. Inclusive, os últimos dois candidatos citados se reuniram com o político.

O cenário atual: em julho, a diretoria do Flamengo assinou um novo acordo pela utilização do Maracanã, válido até o fim de 2020. Estão garantidos 25 jogos por ano no estádio, com o aluguel em 15% da renda bruta. No entanto, o contrato estipula o valor máximo (R$ 700 mil) e mínimo (R$ 200 mil) por jogo.

Em setembro, porém, a Justiça do Rio mandou cancelar a concessão do estádio por conta de ilegalidades no processo licitatório. O imbróglio judicial continua.

José Carlos Peruano

"O Maracanã não é dos clubes, Maracanã é do Flamengo. Maracanã sem o Flamengo não funciona. Tem de ter o Flamengo. O governador eleito (Wilson Witzel, PSC), falou que vai dar aos clubes. Não. Ele tem de passar ao Flamengo para manter o Maracanã".

Marcelo Vargas

José Carlos Peruano, Marcelo Vargas, Ricardo Lomba e Rodolfo Landim concorrem à presidência (Foto: Divulgação)
José Carlos Peruano, Marcelo Vargas, Ricardo Lomba e Rodolfo Landim concorrem à presidência (Foto: Divulgação)
Foto: Lance!

"Os jogos maiores, temos interesse de fazer no Maracanã, mas não nos moldes do contrato em que estamos. (...) O novo governador (Wilson Witzel, PSC) já disse que fará uma nova licitação em novos moldes. Os moldes que o Flamengo entende que são cabíveis: participar da administração de forma direta (...)".

Ricardo Lomba

"O governador (Wilson Witzel, PSC) (...) vê com muito bons olhos o Flamengo administrando o Maracanã. Se compromete a entender a situação (...) e abrir o processo licitatório com a participação dos clubes. Esse cenário muito nos agrada porque temos absoluta certeza que já adquirimos uma expertise administrativa e operacional para ter a administração de um estádio como o Maracanã".

Rodolfo Landim

"O que temos como pleito, e não é de agora, é desde 2013, é, de não ser apenas o artista. Entendemos que sabemos operar e gostaríamos de operar o Maracanã. Sozinho ou em consórcio. Estive com o governador eleito (Wilson Vitzel, PSC), tivemos uma longa conversa e gostei muito. Acho que tem um caminho aberto nesse sentido. Isso permitiria melhorar o contrato ainda mais como operador".

ESTÁDIO DA GÁVEA

Ricardo Lomba dará continuidade às reformas estruturais necessárias para deixar o Estádio José Bastos Padilha em condições de receber a torcida. A ideia é realizar jogos do time de futebol feminino e das categorias de base, além do futebol americano. Também está no plano a realização de jogos de menor apelo dos profissionais e treinos, a fim de aproximar jogadores e torcedores.

Marcelo Vargas vê a Gávea como solução para curto prazo, afirmando que o local já tem as autorizações necessárias para receber jogos de pequeno porte. O candidato tem conversas com empresas para viabilizar o projeto já no início de 2019, fazendo uso da estrutura utilizada pelo clube na Ilha do Urubu para aumentar a capacidade do José Bastos Padilha.

José Carlos Peruano, por sua vez, tem o "sonho" de transformar o José Bastos Padilha em um moderno estádio com capacidade para 35 mil torcedores, mas ressalta a necessidade de viabilizar a construção com os órgãos responsáveis.

Já Landim não vê a utilização do Estádio da Gávea como solução, ressaltando a limitação de lugares e o impacto que resultaria no bairro. "Acho que é pensar pequeno. Temos que buscar uma solução do tamanho do Flamengo", afirmou.

ESTÁDIO PRÓPRIO

Ricardo Lomba é quem está mais "adiantado" na questão: são três terrenos no radar e a assinatura da intenção de compra de um pode ocorrer "a qualquer momento". Feito isso, o clube poderá discutir a viabilidade do projeto pelos oito meses seguintes e, se decidir por isso, iniciar as obras no próximo mandato.

José Carlos Peruano afirma que é preciso uma união de todas correntes do clube para a definição de um projeto viável, se assim for decidido. O nome da Chapa Amarela ainda criticou o suposto uso político da promessa do estádio próprio, o qual considera um sonho da torcida, nesta e em eleições anteriores.

Marcelo Vargas, da Chapa Branca, quer lançar a pedra fundamental do estádio no triênio 2019-21, caso eleito, mas reforça: não promete a construção do estádio durante o mandato. O candidato quer analisar a previsão orçamentária do clube para os próximos anos e estudar a possibilidade de realizar a obra.

INGRESSOS E RELAÇÃO COM A TORCIDA

Os quatro candidatos defendem a criação de um setor popular no Maracanã, com a retirada das cadeiras das arquibancadas localizadas atrás dos gols, ao menos. Com a realização da Copa América 2019 no Brasil, no entanto, isso só será possível, após acordo com o Consórcio Maracanã S.A., a partir de agosto.

Peruano, Marcelo Vargas, Lomba e Landim também concordam que, dentro do atual cenário de saúde financeira do clube, a receita de bilheteria deixou de ser fundamental. Portanto, a prioridade é maximizar a ocupação dos estádios.

Está no plano de governo de Landim o projeto "Flamengo 40.000", o qual visa a precificação dos ingressos a fim de atingir em todos os jogos, no mínimo, 40 mil torcedores. Assim, as entradas irão variar de acordo com o apelo dos torneios e terá como foco a participação dos torcedores de renda mais baixa.

Ricardo Lomba, por sua vez, propõe a criação da "Comissão de Arquibancada", a fim de planejar e executar festas nas arquibancadas de forma transparente. Em contrapartida, para a participação das torcidas organizadas, serão exigidos a "manutenção de cadastro de CNPJ sem restrições, não envolvimento em ocorrências policiais, realização de ações sociais, organograma definido, transparências nas contas, dentre outras", diz o plano de governo do candidato.

Nos planos de Vargas e Peruano, não está destacada a relação entre o clube e torcidas organizadas, mas os dois candidatos, que já foram presidentes de torcidas, reforçam a necessidade de manter boas relações com os organizados.

ESPORTES OLÍMPICOS

Ricardo Lomba entende que é necessário a criação de uma área dentro do departamento de marketing voltada para os esportes olímpicos, visando captar novos patrocínios, aumentar o investimento em diversos esportes e diminuir a dependência das verbas vindas do governo. Além disso, quer a presença de atletas renomados como fonte de "inspiração para os novos atletas".

Rodolfo Landim também defende a criação de um setor específico para a busca de patrocínios e aumento de receitas para os esportes olímpicos. O candidato também entende que, dentro do atual cenário financeiro, é possível determinar um percentual mínimo do orçamento destinado aos esportes olímpicos.

Marcelo Vargas, da Chapa Branca, também defende o mínimo orçamentário do clube para os esportes olímpicos, além da implantação do projeto paralímpico com a meta de transformar o clube em referência no segmento.

José Carlos Peruano defende que os Esportes Olímpicos e o Remo sejam unificados, com uma estrutura verticalizada atendendo aos dois. Além disso, o candidato vê a captação de recursos através de lei de incentivo ao esporte como a saída para o sucesso das modalidades.

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