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Filipe Toledo quer distância dos cálculos na reta final do Mundial

Líder do ranking prefere focar no trabalho duro a fazer contas na busca pelo título inédito da Liga Mundial de Surfe. Maturidade pode ser vantagem sobre o rival Gabriel Medina

3 out 2018 - 17h57
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O brasileiro Filipe Toledo, líder do ranking do Circuito Mundial de surfe (WCT), não quer saber de contas quando o assunto é título. Na nona etapa da competição, em Hossegor, na França, ele vê na lycra amarela do primeiro colocado um incentivo a se manter no posto mais alto.

Filipe Toledo evita “contas” para o título e avisa:  “leva vantagem aquele que chegar na frente”.
Filipe Toledo evita “contas” para o título e avisa: “leva vantagem aquele que chegar na frente”.
Foto: Divulgação / Lance!

- Eu uso como motivação, para continuar firme no foco. Não existem contas, existe trabalho duro e determinação em busca dos resultados pré-determinados. Agora é surfar bem, consciente. Esse é o segredo até o final, afirma Toledo.

Filipinho, que assumiu a ponta com duas vitórias, um segundo, um terceiro e três quintos lugares na soma, terá como grande rival o também brasileiro Gabriel Medina.

- Sempre foi assim. Nossos amigos de infância um dia acabarão sendo adversários dentro d'água, mas quando toca a buzina para acabar, a amizade continua. Ele sabe do bom retrospecto do vice-líder na Europa e Havaí, mas cada ano a história é escrita dia a dia. Então, eu tenho me preparado para isso.

Em entrevista ao LANCE!, Teco Padaratz, bicampeão mundial do WQS, acredita que a maturidade e a proximidade com a família podem servir como trunfos para o primeiro título mundial de Filipe Toledo. O surfista chega à etapa francesa acompanhado de seu pai e técnico, Ricardo Toledo, da esposa Ananda e dos filhos Mahina e Koa.

- Entre o Gabriel e o Filipe, nós percebemos algumas diferenças, como a frieza e a velocidade. Acho o Filipe mais rápido, mas o Gabriel é mais frio e calmo na hora que precisa. Por causa disso, todo mundo pode estar pensando que o Gabriel vira o jogo nas últimas etapas. Porém, o Filipe nunca esteve tão perto do título mundial, e não vai dar mole igual já fez no passado, apenas por ser jovem e não ter maturidade para lidar com tanta pressão psicológica. Ele já é pai e amadurece a cada hora. Isso não impede o Gabriel e sua autoconfiança quase imbatível - afirmou Padaratz.A companhia da família é uma forma de ter mais tranquilidade e confiança para o surfista.

- Gosto deles perto de mim. Isso aumenta ainda mais a minha confiança e determinação. Meu pai sempre foi importante. Ele me dá o suporte que preciso. Além de ter sido surfista profissional por longos anos, sempre me faz enxergar as coisas por um outro ângulo, que muitas vezes não conseguimos.

O líder do ranking também enalteceu o trabalho de preparação física, comandado por Eduardo Takeushi.

- Com certeza o trabalho vem surtindo resultado. Mas não só isso, todo o conjunto precisa estar alinhado, corpo, mente e espírito - ressalta.

Em oito etapas este ano, Filipe venceu duas - Saquarema (BRA) e Jeffreys Bay (AFS) e vem de um vice no Surf Ranch Pro, em Lemoore (EUA). Ele ficou terceiro em Teahupoo (TAI) e quinto em outras três etapas - Gold Coast (AUS), Bali (INA) e Uluwatu (INA), além de ter um 13º lugar em Bells Beach (AUS).

Medina é o único que pode tirar a lycra amarela do compatriota na próxima etapa. Mas, para isso, terá de chegar às quartas de final em Hossegor. Se Toledo passar uma bateria, Medina precisará ser semifinalista. Filipe se garantiria na ponta se também passasse para as semifinais, mesmo que Medina vença o evento.

Filipe estreia na sexta bateria, enfrentando o australiano Connor O'Leary e o francês convidado Jorgann Couzinet. Seu melhor resultado na França foi na temporada de estreia na elite mundial, em 2013, com o terceiro lugar. Este ano, ele acredita que para se manter na briga por seu primeiro título precisa terminar, pelo menos, na nona colocação na etapa francesa.

- Conversando com meu pai, chegamos à conclusão que para ser campeão mundial seria de nono para baixo e estou trabalhando duro pra isso, prevê o atleta.

A Liga Mundial de Surfe (WSL) adiou o início do evento masculino nesta quarta-feira, devido às más condições das ondas. Somente as mulheres foram para a água. A próxima chamada será nesta quinta-feira, às 3h30 (de Brasília). A janela vai até 14 de outubro.

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