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Copa da Rússia

EUA x México: muito mais do que um jogo das Eliminatórias

Dois dias após vitória de Donald Trump, que propõe sanções aos mexicanos e até construir muro na fronteira, Estados Unidos encara o país vizinho. Tensão no ar

11 nov 2016 - 00h39
(atualizado às 09h28)
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Nesta sexta há o primeiro evento esportivo envolvendo EUA e México após a eleição de Donald Trump, que fez campanha insultando e prometendo sanções contra mexicanos e latinos
Nesta sexta há o primeiro evento esportivo envolvendo EUA e México após a eleição de Donald Trump, que fez campanha insultando e prometendo sanções contra mexicanos e latinos
Foto: EFE

Na terça-feira passada ocorreu a eleição dos EUA. Contra os prognósticos, até a boca de urna no dia, o republicano Donald Trump venceu a democrata Hillary Clinton. Trump, bilionário famoso, dono de hotéis e protagonista de programas de TV, teve como pontos da campanha promessas de construir muro na fronteira para evitar a entrada de mexicanos nas fronteiras e de expulsar latinos sem visto, além de insultos sistemáticos contra o país vizinho.

Pois bem: por ironia, hoje, às 23h, EUA e México duelam em Columbus pelas Eliminatórias (rodada de abertura do hexagonal final). Duelo de rivalidade e disputado no momento mais delicado da história entre as nações.

A escolha da cidade ocorreu antes das eleições e foi estratégia esportiva. Na região o comparecimento do torcedor americano é maior nos jogos de futebol, há poucos mexicanos e os ingressos foram direcionados. Tanto que os visitantes quase não terão torcida. Mas há dúvida sobre como será o comportamento dos torcedores. Vaiarão o México? Farão atos hostis para ratificar que estão com Trump.

Capitão dos EUA, o meia Bradley diz que o jogo cai numa hora em que será impossível ter bom ambiente, embora acredite que os atletas se dedicarão apenas a jogar bola.

"Que a torcida nos apoie e que exista respeito entre todos, americanos, mexicanos, mulheres e crianças", disse.

A rivalidade, neste clássico desta sexta-feira, extrapola as quatro linhas e tem conotações para lá de políticas.

Para entender a eleição americana

A eleição por lá é diferente do Brasil. Lá quem tem mais voto pode não levar e este foi o caso de Hillary Clinton (ganhou apertadíssimo: 47,6 a 47,5%). O eleitor vota, mas elege delegados. O partido que vencer no estado, leva todos os delegados. O número deles depende da população daquele estado. São 50 estados . O Alasca, com pouca gente, elege três. A Califórnia, o mais populoso, 55. O total dá 541 delegados e quem conseguir 271 leva. Trump chegou a 290 contra 232 de Hillary (Michigan, 10 votos, ainda não teve a votação encerrada).

Redutos

Como é tradicional, os republicanos ganharam no Sul e os democratas no Norte. Mas há estados que pedem de um lado para o outro, e estes - como a Pensilvânia - desta vez ficaram com os republicanos.

Fórmula de Trump

Trump usou discurso populista. Entre outras coisas, bateu na tecla de que os EUA deve ir à guerra contra o Estado Islâmico e que o imigrante sem visto de permanência seja expulso. Além disso, para combater o tráfico de drogas que vem do México, quer colocar muro fechando toda a fronteira com este país. Causou ira entre os latinos, mas ganhou o eleitorado do interior (nas grandes cidades deu Hillary) e bateu a democrata: 290 a 232 (Michigan ainda não foi oficializado).

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