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Emoção marca retorno de massagista do Náutico aos trabalhos

Paulo Mariano foi acusado erroneamente de cometer um assalto a ônibus na cidade de Recife e chegou a ficar preso durante 23 dias

24 mar 2021 - 21h00
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De maneira absolutamente justificada, o clima no Náutico nessa semana foi de muita emoção já que, diante de um delicado contexto de acusação injusta de crime, o massagista Paulo Mariano conseguiu retornar as suas atividades no Timbu. Não à toa, quando ele adentrou a estrutura, ele foi recebido por atletas e outros funcionários com uma salva de palmas e não conseguiu conter as lágrimas.

Profissional recebeu apoio maciço de jogadores dos três clubes grandes de PE (Tiago Caldas/CNC)
Profissional recebeu apoio maciço de jogadores dos três clubes grandes de PE (Tiago Caldas/CNC)
Foto: Lance!

A situação de Paulo causou tamanha comoção no clube dos Aflitos que uma campanha foi feita com mensagens divulgadas nas redes sociais de jogadores não apenas do Alvirrubro, mas também do zagueiro Danny Morais e do lateral-direito Patric, figuras dos arquirrivais Santa Cruz e Sport, respectivamente.

Em entrevista dada para o portal 'ge', o massagista demonstrou toda a sensação de angústia que sentiu durante os 23 dias que ficou detido no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) acusado injustamente de ter cometido um assalto a ônibus no bairro de Guaritaba, em Recife.

- Ficava me segurando para não chorar, para ninguém querer vir mexer comigo, mas ficava com aquela angústia, aquele sofrimento. Foram os piores dias da minha vida. Ir para uma prisão sem ter feito nada... ficava com angústia no coração. Eu me apeguei muito a Deus, que ele mostrasse o caminho, usasse pessoas para me ajudar. Os três primeiros dias foram os piores, porque eu ficava me perguntando por que eu estava passando por aquilo. Dizia: "Deus, por que isso? Nunca fiz nada a ninguém, nunca cometi nada errado. Estou longe da minha família, dos meus filhos". Eu tenho uma filha de um ano que tudo ela faz comigo. Para dormir é no meu braço, quer ficar comigo o tempo todo. E eu sentia muita falta disso, de estar com eles - descreveu.

Paulo aproveitou, inclusive, para fazer uma crítica frontal a forma como foi tratado no período em que esteve detido, apontando que nem mesmo os criminosos merecem tal forma de abordagem:

- A partir do momento que você passa por aquele portão, você é bandido. Eles não querem saber se você é inocente. Não. Você é bandido. Não é mais Paulo Mariano que está ali. Quem está ali é um número. Você tem um prontuário lá, que você é conhecido por aquele número. O jeito que você é tratado é como um monstro. Tudo aquilo para mim era uma coisa diferente, que nunca vivi. Um pesadelo. Não desejo isso para ninguém, mesmo à pessoa que cometeu o crime, que fez coisa errada.

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