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Em meio a acusações, Papa Diack diz: 'É um problema um negro ter sucesso'

Investigado por participação na compra de votos do Rio como sede olímpica e esquema de doping da Russia, senegalês reafirma inocência: 'Maior mentida da história dos esportes'

16 out 2017 - 12h36
(atualizado às 16h17)
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Apontado como figura central na Operação Unfair Play, que investiga possível compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o senegalês Papa Massata Diack nega as acusações. Em entrevista ao jornal americano 'The New York Times', o filho do ex-presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, em inglês) reafirmou inocência e insinuou perseguição pelo fato de ser um negro bem-sucedido.

Papa Diack é acusado de ter recebido propina na eleição do Rio como cidade sede (Foto: Divulgação)
Papa Diack é acusado de ter recebido propina na eleição do Rio como cidade sede (Foto: Divulgação)
Foto: Lance!

- É um problema para um homem negro, um africano, ter tanto sucesso após 16 anos na administração da IAAF - afirmou Diack, que completa:

- Esta é a maior mentira da história dos esportes.

Atualmente em seu país de origem, de acordo com o veículo, Diack reúne documentos para provar a sua inocência. Além da acusação de ter recebido propina na possível compra de votos para a sede dos Jogos de 2016, o senegalês de 52 anos também é acusado de encobrir casos de doping russos e, assim como seu pai, Lamine Diack, receber propina por isso. Papa acabou banido da IAAF após o escândalo russo vir à tona.

- Dizer de Lamine Diack e seu filho estavam chantageando atletas após 22 meses de investigação, onde estão as provas? Apenas notícias. Se eles tivessem evidências, já teriam ido ao tribunal - argumentou Papa.

A justiça francesa chegou a pedir a extradição do senegalês, que está em seu país de origem, para que ele preste esclarecimentos em relação à 'Unfair Play'. O país, contudo, não cooperou.

Além disso, Diack argumentou que os U$ 2 milhões pagos no Brasil a contas do senegalês, apontados pelas investigações no Brasil e na França como propina para a eleição da capital fluminense, eram destinados ao patrocínio de um evento de atletismo que nunca aconteceu. O depósito aconteceu perto da data da eleição. Ele afirma que tudo não passou de uma "infeliz coincidência".

A versão não bate exatamente com o que afirmou Maria Celeste Pedrosa, secretária de Nuzman, à Polícia Federal. Ela diz ter ouvido na sede do Comitê Olímpico do Brasil (COB) que o valor era destinado à construção de pistas de atletismo na África e teria sido depositado em contas de Diack na Rússia.

No dia do pleito, Papa ainda transferiu U$ 300 mil para o africano Frankie Fredericks, um dos auditores do voto. Ele alega que se tratava de uma dívida antiga.

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