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Elencos, cotas de TV, lucros: as razões da Premier League ser referência

Torneio tem elencos que somam R$ 30,1 bilhões a mais que os do Campeonato Brasileiro. O L! analisa e compara os números dos últimos anos do campeonato mais valioso do mundo

7 ago 2018 - 07h03
(atualizado às 07h03)
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O futebol é um esporte apaixonante e que pode ser considerado um traço de cultura de muitos povos, mas também é um produto altamente lucrativo que rende quantias bilionárias para clubes e federações. A Premier League é o campeonato que sintetiza esses fatores. Com clubes tradicionais e torcedores apaixonados, a competição é a que mais movimento dinheiro no mundo de futebol.

O valor dos elencos dos clubes, os gastos em contratações e o faturamento com as cotas de TV são alguns dos indícios que comprovam os exorbitantes números que continuam se intensificando a cada novo início de temporada. O LANCE! analisou os valores dos últimos anos e traz um levantamento financeiro gastos e lucros do campeonato mais valioso do mundo e que, nesta sexta-feira, com Manchester United e Leicester, dá início à mais um passo na sua rica trajetória.

Premier League: o terceiro maior PIB do mundo

A Premier League é a liga mais valiosa do mundo. Ou seja, se somar todos os valores dos elencos que disputam a competição dá um total de 7,81 bilhões de euros (R$ 33,6 bilhões), tendo uma diferença de 2,8 bilhões de euros (R$ 12 bilhões) para a La Liga (Espanha), que ocupa a segunda posição. A Serie A, campeonato nacional da Itália, ocupa a terceira posição com 4,37 bilhões de euros (R$ 18,8 bilhões). A medida de comparação, o Campeonato Brasileiro soma R$ 3,5 bilhões: isso significa que a Premier League tem nove vezes o valor do Campeonato Brasileiro, somando R$ 30,1 bilhões a mais. Ao todo, as dez ligas mais lucrativas da Europa somam cerca de 27,12 bilhões de euros (R$ 116,9 bilhões).

O PIB (Produto Interno Bruto) de um país representa a soma dos bens e serviços finais produzidos em uma determinada região. Tendo em vista esse conceito, estipulando que os jogadores constituem os bens de um campeonato e analisando os dados do 'Tranding Economics', se a Premier League fosse um país, teria um PIB maior que o Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Canadá, Brasil e todos os países do continente africano e sul-americano. A Premier League seria o terceiro maior PIB do mundo, ficando atrás apenas de Estados Unidos e China.

• Os campeonatos mais valiosos do mundo

1. Premier League (Inglaterra) - 7,81 bilhões de euros (R$ 33,6 bilhões)

2. La Liga (Espanha) - 4,99 bilhões de euros (R$ 21,5 bilhões)

3. Serie A (Itália) - 4,37 bilhões de euros (R$ 18,8 bilhões)

4. Bundesliga (Alemanha) - 3,57 bilhões de euros (R$ 15,3 bilhões)

5. Ligue 1 (França) - 2,75 bilhões de euros (R$ 11,8 bilhões)

6. Liga Portuguesa (Portugal) - 929,05 milhões de euros (R$ 4 bilhões)

7. Premier League Russa (Rússia) - 784,95 milhões de euros (R$ 3,3 bilhões)

8. Eredivise (Holanda) - 739,73 milhões de euros (R$ 3,1 bilhões)

9. Campeonato Turco (Turquia ) - 594,38 milhões de euros (R$ 2,53 bilhões)

10. Jupiler Pro League (Bélgica) - 584,23 milhões de euros (R$ 2,51 bilhões)

- Campeonato Brasileiro - 829,48 milhões de euros (R$ 3,5 bilhões)

- Super Liga Chinesa (China) - 493,83 milhões de euros (R$ 2,1 bilhões)

A Premier League ao longo dos anos

O valor da Premier League aumentou da última temporada para cá. Apesar dos grandes clubes da Europa não terem sido tão atuantes no mercado para a próxima temporada, teve um aumento se comparado ao ano anterior. Na temporada de 2018/19, a Premier League foi avaliada em 7,81 bilhões de euros (R$ 33,6 bilhões) e na temporada anterior (2017/18), foi avaliada em 6,11 bilhões de euros (R$ 26,3 bilhões). Um aumento 1,7 bilhão de euros (R$ 7,3 bilhões) de uma para outra.

Se comparar com o campeonato de dez anos atrás, o número fica ainda mais impressionante. Na temporada de 2009/10, o campeonato foi avaliado em 3,38 bilhões de euros (R$ 14,5 bilhões). Em uma década houve um aumento de 4,43 bilhões de euros (R$ 19,1 bilhões), ou seja, o número quase triplicou. Ao analisar os dados dos últimos dez anos, nota-se que o valor ou aumentava ou variava muito pouco.

• O valor da Premier League nos últimos 10 anos*

2018/19: 7,81 bilhões de euros (R$ 33,6 bilhões)

2017/18: 6,11 bilhões de euros (R$ 26,3 bilhões)

2016/17: 6,80 bilhões de euros (R$ 23,9 bilhões)

2015/16: 4,29 bilhões de euros (R$ 16,2 bilhões)

2014/15: 4,10 bilhões de euros (R$ 15,5 bilhões)

2013/14: 4,19 bilhões de euros (R$ 12,7 bilhões)

2012/13: 3,70 bilhões de euros (R$ 11,2 bilhões)

2011/12: 3,63 bilhões de euros (R$ 9,1 bilhões)

2010/11: 3,73 bilhões de euros (R$ 8,3 bilhões)

2009/10: 3,38 bilhões de euros (R$ 7,8 bilhões)

* Os valores estão convertidos de acordo com o câmbio da época

O valor dos clubes

Os clubes ingleses também são reconhecidos, não só pela sua tradição dentro de campo, mas também por seu potencial econômico. Clubes como Manchester United e Liverpool, acostumado com as glórias e de torcida mais populares, sempre tiveram um poderio financeiro muito alto. A partir dos anos 2000, alguns clubes foram comprados e passaram a ser administrados por magnatas. O Manchester City foi comprado em 2008, pelo árabe Khaldoon Al Mubarak, enquanto o Chelsea foi comprado, em 2003, pelo russo Roman Abramovich. Dessa forma, os clubes passaram a investir muito mais e a montarem esquadrões poderosos, que passaram a competir com os clubes mais tradicionais.

Hazard é  o jogador mais caro do elenco do Chelsea: R$ 517,5 milhões (Foto: Ian Kington/AFP)

Atualmente, o Manchester City é o elenco mais valioso da Premier League, fato que foi se concretizando com os altos investimentos pedidos pelo técnico espanhol Pep Guardiola. Nessa temporada, o elenco é avaliado em 1,06 bilhões de euros (R$ 4,5 bilhões), tendo no meio belga Kevin De Bruyne, seu jogador mais caro, avaliado em 150 milhões de euros (R$ 646 milhões). O Chelsea ocupa a segunda posição e é avaliado em 959 milhões de euros (R$ 4,1 bilhões), seguido do Liverpool, clube que mais gastou nessa temporada, avaliado em 907,5 milhões de euros (R$ 3,9 bilhões).

Na contramão, o Cardiff tem o elenco mais "pobre" da competição, avaliado em 56,4 milhões de euros (R$ 243,5 milhões). O atacante dinamarquês Kenneth Zohore, de 24 anos, é o jogador mais claro, avaliado em 8 milhões de euros (R$ 34,5 milhões).

Vale a pena ressaltar o Tottenham. Na quinta posição, com um elenco avaliado em 834,5 milhões de euros (R$ 3,5 bilhões) e muito desse valor provém de jogadores revelados pelo clube, como é o caso de Harry Kane, atacante central mais caro da competição, avaliado em 150 milhões de euros (R$ 646 milhões) e do ponta Delle Ali, avaliado em 100 milhões de euros (R$ 431,4 milhões). Os dois juntos somam 250 milhões de euros (R$ 1 bilhão), uma boa parcela do valor total.

• Os times mais valiosos da Premier League

1. Manchester City - 1,06 bilhão (R$ 4,5 bilhões)

2. Chelsea - 959 milhões de euros (R$ 4,1 bilhões)

3. Liverpool - 907,5 milhões de euros (R$ 3,9 bilhões)

4. Manchester United - 847 milhões de euros (R$ 3,6 bilhões)

5. Tottenham - 834,5 milhões de euros (R$ 3,5 bilhões)

6. Arsenal - 579 milhões de euros (R$ 2,4 bilhões)

7. Everton - 351,5 milhões de euros (R$ 1,5 bilhões)

8. West Ham - 295,5 milhões de euros (R$ 1,27 bilhões)

9. Leicester - 288 milhões de euros (R$ 1,2 bilhões)

10. Southampton - 228,85 milões (R$ 987 milhões)

Os mais valiosos da década

Nas últimas dez temporadas, a dinastia City-Chelsea dominou os elencos mais caros da Premier League, muito por conta dos altos investimentos feito pelos clubes. Apenas uma vez, os Blues e os Citizens não conquistaram o posto de elenco mais caro. Na temporada passada, o Manchester United, de José Mourinho, tinha um elenco avaliado em 645 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões). O Chelsea é o clube que mais conquistou esse "título" nos últimos dez anos, conseguindo a pecha de elenco mais claro por seis vezes, enquanto o City ganhou em três oportunidades.

Nesta temporada, porém, o City bateu recorde. Com um elenco avaliado em 1,06 bilhões de euros (R$ 4,5 bilhões), o clube consegue o posto de elenco mais caro dos últimos dez anos de Premier League. A diferença do City de 2018/19 para o City de 2009/10, por exemplo, é de 746 milhões de euros. O Chelsea, elenco mais caro em 2009/10, era avaliado em 443,85 milhões de euros (R$ 1,1 bilhões), uma diferença de cerca de 617 milhões de euros para o City atual.

• Clubes mais valiosos das últimas 10 temporadas*

2018/19: Manchester City - 1,06 bilhões de euros (R$ 4,5 bilhões)

2017/18: Manchester United - 645 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões)

2016/17: Manchester City - 621,4 milhões de euros (R$ 2,27 bilhões)

2015/16: Chelsea - 579 milhões de euros (R$ 2 bilhões)

2014/15: Chelsea - 526 milhões de euros (R$ 1,9 bilhões)

2013/14: Chelsea - 582,98 milhões de euros (R$ 1,7 bilhões)

2012/13: Manchester City - 510 milhões de euros (R$ 1,5 bilhões)

2011/12: Chelsea - 467,5 milhões de euros (R$ 1,17 bilhões)

2010/11: Chelsea - 446,15 milhões de euros (R$ 1 bilhão)

2009/10: Chelsea - 443,85 milhões de euros (R$ 1,1 bilhões)

* Os valores estão convertidos de acordo com o câmbio da época

Os gastos nesta temporada comprovam um declínio

Para a Premier League, que começa nesta sexta-feira, os grandes clubes ingleses não foram muito atuantes no mercado. O Liverpool foi o que mais gastou, com 182,2 milhões de euros (R$ 785 milhões) de investimentos e nomes como Shaqiri, Alisson e Fabinho. O Chelsea, acostumado com grandes atuações no mercado, ficou, apenas, na 11ª colocação, com 57 milhões de euros (R$ 245,8 milhões) investidos.

O West Ham, tradicional clube de Londres, mas que nunca venceu a Premier League, surpreende na segunda colocação, com 95 milhões de euros (R$ 409,7 milhões) gastos, em nomes que incluem o meia Felipe Anderson, o zagueiro Balbuena e o goleiro Fabianski. Completa o pódio, o Manchester United com 82,7 milhões de euros (R$ 356,9 milhões) investidos, sendo o nome mais relevante, o do volante Fred, ex-Shakhtar Donetsk. Ao todo, foram gastos 1,13 bilhões de euros (R$ 4,873 bilhões)

Os números atestam que os investimentos não foram tão altos, em comparação com a temporada passada. O exemplo mais gritante é do Tottenham. Para a temporada atual, o clube londrino não gastou nenhum centavo em contratação, mas na passada foram investidos 121,5 milhões de euros (R$ 524 milhões) em contratação.

O Chelsea, em 11º lugar neste ano, no ano passado ocupou a segunda posição, investindo cerca de 260,6 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão), 203 milhões de euros (875,5 milhões) a mais. Arsenal, Chelsea e Manchester United, City e Tottenham tiveram gastos inferiores nesta temporada se comparados com o ano passado. Apenas o Liverpool gastou mais para a disputa do torneio de 2018/19.

O Alisson se tornou o goleiro mais caro da história nesta temporada. O Liverpool pagou R$ 323,4 milhões pelo jogador (Foto: Divulgação)

• Gastos dos clubes nesta temporada

1. Liverpool: 182,2 milhões (R$ 785 milhões)

2. West Ham: 95 milhões (R$ 409,7 milhões)

3. Manchester United: 82,7 milhões (R$ 356,9 milhões)

4. Arsenal: 79 milhões (R$ 340 milhões)

5. Leicester: 79 milhões (R$ 340 milhões)

6. Fulham: 77,45 milhões (R$ 334 milhões)

7. Manchester City: 70,3 milhões (R$ 303 milhões)

8. Southampton: 62,25 milhões (R$ 268,4 milhões)

9. Brighton: 59,6 milhões (R$ 257 milhões)

10. Everton: 59,4 milhões (R$ 256,1 milhões)

11. Chelsea: 57 milhões (R$ 245,8 milhões)

20. Tottenham: 0

Total: 1,13 bilhão de euros

• Temporada passada:

1. Manchester City: 317,5 milhões de euros (R$ 1,3 bilhões)

2. Chelsea: 260,6 milhões de euros (R$ 1,1 bilhões)

3. Everton: 203,2 milhões de euros (R$ 876,4 milhões)

4. Liverpool: 168,03 milhões de euros (R$ milhões)

5. Manchester United: 164,4 milhões de euros (R$ 726,3 milhões)

6. Tottenham: 121,5 milhões de euros (R$ 524 milhões)

7. Arsenal: 118,85 milhões de euros (R$ 512,6 milhões)

8. Leicester: 87,85 milhões de euros (R$ 378 milhões)

9. Swansea: 73,1 milhões de euros (R$ 319,2 milhões)

10. Watford: 71,4 milhões de euros (R$ 307,9 milhões)

Gastos nas temporadas passadas

Em comparação com as finanças de dez temporadas atrás, o aumento do investimento fica ainda mais gritante. Na temporada 2009/10, o clube que mais gastou foi o Manchester City, com 147,3 milhões de euros (R$ 370,3 milhões) e a principal contratação foi o atacante argentino Carlito Tévez, que custou aos cofres do Citizens, 29 milhões de euros (R$ 67 milhões). Em 2017/18, o mesmo City gastou 317,8 milhões de euros (R$ 1,3 bilhão), mais que o dobro.

O Chelsea, por exemplo, em 2009/10, gastou "apenas" 30 milhões (R$ 69,9 milhões), com o lateral Zirkhov custando 21 milhões (R$ 48,9 milhões) desse montante, bem diferente dos 260,6 milhões de euros (R$ 1 bilhão) da temporada 2017/19, quase dez vezes mais. O Liverpool, por sua vez, gastou em 2009/10, 45,5 milhões de euros (R$ 106 milhões), quatro vezes menos que na atual temporada.

• Gastos em 2009/10*

Manchester City: 147,3 milhões de euros (R$ 370,3 milhões)

Aston Villa: 46,9 milhões de euros (R$ 109,3 milhões)

Sunderland: 46,1 milhões de euros (R$ milhões)

Liverpool: 43,5 milhões de euros (R$ 107,4 milhões)

Tottenham: 40,3 milhões de euros (R$ 93,9 milhões)

Chelsea: 30 milhões de euros (R$ 69,9 milhões)

Manchester United: 27,4 milhões de euros (R$ 62,9 milhões)

Stoke: 26,05 milhões de euros (R$ 60,7 milhões)

Everton: 23,3 milhões de euros (R$ 54,3 milhões)

West Ham: 21 milhões de euros (R$ 48,9 milhões)

* Os valores estão convertidos de acordo com o câmbio da época

Os gastos dos clubes da Premier League também sofreu severas alterações nos últimos dez anos. Se hoje, foram gastos 1,13 bilhão de euros, na temporada de 2009/08 foram gastos 593,78 milhões de euros, uma diferença de, aproximadamente, 537 milhões. Em comparação com a temporada passada, porém, teve uma diminuição. Em 2017/18, as equipes gastaram, ao todo, 2,27 bilhões de euros, o maior número dos últimos dez anos. Os gastos foram aumentando de temporada para temporada e até onde isso pode parar, só o mercado pode dizer.

• Gastos total nos últimos 10 anos*

2018/19: 1,13 bilhão de euros (R$ 4,8 bilhões)

2017/18: 2,27 bilhão de euros (R$ 9,7 bilhões)

2016/17: 1,6 bilhão de euros (R$ 5,8 bilhões)

2015/16: 1,4 bilhão de euros (R$ 4,9 bilhões)

2014/15: 1,2 bilhão de euros (R$ 4,6 bilhões)

2013/14: 924 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões)

2012/13: 775,04 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões)

2011/12: 640,24 milhões de euros (R$ 1,6 bilhões)

2010/11: 698,86 milhões de euros (R$ 1,5 bilhões)

2009/08: 593,78 milhões de euros (R$ 1,3 bilhões)

* Os valores estão convertidos de acordo com o câmbio da época

A televisão é o canal do dinheiro

Com a análise de todos esses números, fica o grande questionamento: de onde vem tanto dinheiro? A grande fatia do faturamento dos clubes vem da cota de televisão. Na temporada passada, só com a cota dos jogos foram arrecadados 3,488 bilhões de dólares (R$ 12,9 bilhões), que foram divididos entre os clubes.

Para a temporada de 2019/20, porém, a fórmula de distribuição do dinheiro vai ser renegociada. A Premier League, atualmente, divide o valor igualmente entre clubes e na próxima temporada, isso vai ser mantido, com uma ressalva. Caso tenha algum aumento, o valor vai ser distribuído de acordo com a posição de cada clube na classificação final. Em 2017/18, o clube que mais arrecadou, faturou 1.6 vezes mais que o que menos arrecadou.

A proposta é aumentar essa variação, para que assim, incentive o desempenho das equipes. A tendência é que em 2019/20, aumente de 1.6 para 1.8 a diferença. O valor vai ser sempre distribuído para que se mantenha essa proporção de 1.8 para 1. De acordo com o jornal inglês 'The Guardian', estima-se que 2,8 bilhões de libras sejam fornecidas, por temporada, para os clubes. Na última temporada, o campeão Manchester City faturou, ao todo, 149,44 milhões de libras, enquanto o campeão anterior, Chelsea, faturou 153,2 bilhões de libras.

- Quando a Premier League foi formada em 1992, ninguém poderia ter imaginado a escala de crescimento internacional na competição que existe agora. Este novo acordo vai continuar essa tendência com uma mudança sutil que incentiva ainda mais o desempenho no campo e mantém a posição da Premier League como a mais justa na Europa em termos de compartilhamento das receitas centrais - disse o presidente executivo da Premier League, Richard Scudamore

• Faturamento da cota de TV nos últimos anos:

2017/18: 3,488 bilhões dólares (R$ 12,9 bilhões)

2014/15: 2,288 bilhões dólares (R$ 7,2 bilhões)

2015/16: 2,394 bilhões dólares (R$ 7,6 bilhões)

2016/17: 3,334 bilhões dólares (R$ 10,4 bilhões)

2013/14: 2,263 bilhões dólares (R$ 5,1 bilhões)

A contradição dos valores face ao contexto geopolítico

Os clubes, a competição e todos os envolvidos nesse megalomania econômica que é a Premier League acumulam uma quantidade enorme de dinheiro por temporada. Isso faz com que a competição seja amplamente lucrativa para todas as partes. O futebol é um fator de identidade de um povo e faz parte da cultura de um país, assim como movimenta milhões de paixões, mas também acaba se tornando um forte produto econômico.

A Inglaterra, assim como a Europa em si, exploraram e colonizaram muitos países do África e América do Sul, que hoje, resistem face à desigualdade social. Como já foi ditado, se a Premier League fosse um país teria um PIB superior a todos os países africanos e sul-americanos e, ao mesmo tempo, tem como seu jogador mais valioso o africano Mohamed Salah, avaliado em 150 milhões de euros (R$ 645,4 milhões). Uma contradição que expõe a realidade do contexto geopolítico mundial.

Apesar dos lucros exorbitantes, a Premier League investe cerca de 111,4 milhões de euros (R$ 481,6 milhões) por temporada para apoiar instalações comunitárias, programas de desenvolvimento do esporte e escolas, menos de 3% do que é arrecado com a competição.

Salah é o jogador mais caro da atual Premier League (Foto: AFP)

* sob supervisão de Bernardo Cruz

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