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Dirigentes do Fla explicam venda de Paquetá ao Milan: 'Não somos donos'

Presidente Bandeira de Mello, vice de futebol Ricardo Lomba e diretor-geral Bruno Spindel deram coletiva para esclarecer alguns pontos sobre a negociação com os italianos

17 out 2018 - 12h06
(atualizado às 12h51)
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O presidente Eduardo Bandeira de Mello, o vice-presidente de futebol Ricardo Lomba e o diretor-geral Bruno Spindel concederam uma entrevista coletiva, na manhã desta quarta-feira, para alguns esclarecimentos sobre a negociação do Flamengo envolvendo o meia Lucas Paquetá com o Milan, da Itália.

Marcelo de Jesus / Raw Image
Marcelo de Jesus / Raw Image
Foto: Lance!

A diretoria ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre a transação, envolvendo o jogador criado na base. Segundo a cúpula, que disse ainda não poder revelar valores por conta de um contrato de confidencialidade com o Milan, a venda aconteceu em um montante muito próximo ao da multa rescisória.

A entrevista foi motivada por conta de acusações feitas pela oposição à atual diretoria.

- Por óbvio, é leviano pensar que qualquer um de nós gostaria de se desfazer do Paquetá, jogador que está na Gávea há anos, ídolo da torcida, de Seleção Brasileira. Ninguém gosta de perder um jogador desse, mas, justamente por estas características, despertou interesse de clubes europeus, que vêm nos procurando. Também justamente por essas características, procuramos nos proteger e renovar. Mas temos de ver o lado do jogador. Ele, conhecedor do mercado, também tinha vontade de atuar em uma Champions League, em um futebol mais estruturado. Tudo isso mexe com a cabeça do jogador e não somos donos dele. Temos um contrato. Essa é a realidade do futebol brasileiro. Você conversa com qualquer menino e o sonho é jogar na Europa, temos de conviver com essa dificuldade. Mesmo com essa dificuldade, conseguimos passar pela janela do meio do ano sem perder o jogador - disse Ricardo Lomba, que completou:

- A transação é muito boa para o Flamengo em que a maior parte fica para o próximo triênio, permitindo ao clube de fazer um início da temporada de maneira mais estruturada .

O CEO Bruno Spindel explicou que o momento da negociação permitirá que o Flamengo se planeje para a ausência do jogador e uma futura reposição visando a próxima temporada.

- Tudo que a gente faz é para que o Flamengo possa ser campeão sempre. Falando especificamente da questão do Paquetá, sobre preocupação era que não saísse no meio do ano, e isso conseguimos. Tendo um valor interessante ao Flamengo, muito próximo da multa, não atrapalhar o ano esportivo de 2018 ou 2019. O que é atrapalhar 2019 sair perto do início da temporada, não dando tempo de repor ou na janela do meio do ano. Fazer a transação um pouco depois do fim da janela, beneficia muito o ano esportivo de 2019 porque dá para fazer um planejamento. Pode brigar pelo título com a ajuda do Paquetá e ter um tempo para se planejar para a evolução do elenco e entregar pronto para a pré-temporada. Não tivemos prejuízo financeiro grande e com lado esportivo grande.

Bandeira de Mello salientou que poucas transações são realizadas pelos valores estipulados para a multa e não houve perda por parte do Rubro-Negro.

- Se for apurar, vão encontrar pouquíssimas transações serão pelo valor da multa. A multa é colocada em um valor alto por ser proteção, mas é claro que, em um período conturbado do Flamengo, ter de ficar lendo que a diferença entre os valores fosse renuncia. A transação foi feito próximo da multa, considerado atrativo pera os dois lados.

Veja outros tópicos da coletiva:

Já mapeando nome para vaga de Paquetá?

Spindel - O planejamento para a evolução do elenco é feito de forma constante. Não se pode falar de nome, mas se o objetivo era fazer o planejamento do ano que vem para entregar o elenco pronto, já estamos olhando.

Lomba: - Algumas reuniões já estão sendo feitas. Isso já vem sendo mapeado porque nossa ideia é que a gente, diferentemente de anos anteriores, em que tivemos de fazer uso da janela do meio do ano, possamos começar com o elenco pronto.

Coletiva sem valor, não mantém cenário nebuloso?

Lomba: Acho que sim. Ideal seria falando tudo, mas, infelizmente, o contrato foi assinados nessas bases, com cláusulas de confidencialidade. Órgão do clube terão acesso pois vão ver o contrato. Mas nós três gostaríamos de estar explicando tudo, até porque evitaria que pessoas absolutamente mal intencionadas estão falando. Qualquer coisa que fizermos, o Flamengo vai estar em primeiro lugar. Algo fora disso, é um absurdo. E vocês podem me cobrar que tão logo vamos falar sobre os detalhes. Trabalho com toda a transparência possível. E aproveito para repelir qualquer insinuação de que eu e o presidente poderíamos ser beneficiados nessa negociação, o que me dá vergonha de participar desse processo.

Spindel - Não podemos falar quais clubes tiveram interesse, mas foram inúmeros. Falando em consulta de atletas que procurávamos fazer para trazer alguém, os clubes sempre falavam em envolver o Paquetá na transação. Há uma semana, chegou a oferta concreta, firme e muito próximo do que imaginávamos. Julgamos que valores e condições era adequados.

Críticas ao calendário

Lomba - Até em conversa que tive com jogadores do elenco que têm experiências internacionais. A moeda da Europa vale quatro vezes mais do que a nossa, o que dificulta, mas temos de mudar o produto futebol brasileiro. E isso não passa pelo clube. E, voltando, depoimento de quem já jogou fora, calendário do futebol brasileiro é um absurdo. Sempre o caminho para ir para a Europa é excitante. Especificamente no caso do Paquetá, tenho certeza de que jogador não iria desanimar se não fosse vendido, mas, claro, é um jogador jovem, vendo uma grande possibilidade... Um baque poderia acontecer. Não intencional, ele é muito profissional, mas seria um momento de angustia.

O clube ficou refém?

Spindel - Não podemos nos colocar como vítima. Temos de entender o que a gente oferece e o que é oferecido para que a gente melhore. Nunca nos colocamos como vítima, mas temos onde nos espelhar, podemos percorrer esse caminho e temos plena fé de que vamos chegar lá.

Transferência vai afetar Paquetá em campo?

Spindel - Não acreditamos que afete performance, mas essa é uma pergunta que tem de ser feita a ele. Sempre vimos dedicação dele.

Flamengo competir com clubes europeus

Spindel - Alguns aspectos fazem com que o atleta fique aqui. Condição de trabalho, que dá ao clube o poder de exigir e cobrar do atleta. Em termos de infraestrutura, o Flamengo dá condições semelhantes aos melhores clubes do mundo. Flamengo, esse ano, está jogando uma média de 50 mil torcedores. A nação rubro-negra dá ambiente de jogo e idolatria como os maiores do mundo. Falta a questão financeira e o ponto competitivo. A gente luta para que isso aconteça, na melhora do futebol brasileiro e dá condição financeiramente para reter nossos jogadores e ter sucesso esportivo.

Bandeira - Ainda é impossível a gente competir com os grandes clubes do mercado europeu, mas quem está acompanhando a evolução das finanças do Flamengo, pode ver que a gente chega lá. Até pelas transações. Flamengo é único clube do Brasil que no contrato com a televisão de 2016, deixou dinheiro para a próxima gestão. Além disso, contrato das placas de publicidade que assinamos agora, praticamente todo para a próxima gestão. E, nestes casos, poderemos segurar os sucessores do Paquetá, que estamos formando em nossa base. Esses garotos que estamos formando, com certeza, vamos poder segurar.

Transação sem comissão.

Spindel - A ideia foi o benefício esportivo. Havia um acordo que, mesmo com alguém querendo pagar a multa, ele não sairia no meio do ano. Acreditamos na boa-fé e que ele cumpriria o acordo. E foi assim. O fato de ele sair em outubro, dá tempo para um planejamento para o elenco de 2019, sem que ele saísse próximo ao fim da janela, sem poder compor, ou com uma proposta inesperada. Trazer alguém neste período, dá ao atleta o tempo de pré-temporada. Se leva um tempo para adaptação ao futebol brasileiro e ao elenco. Fazer neste período, dá ao Flamengo recursos financeiros e planejamento para o elenco.

Bandeira - Quase todos falavam sobre a saída do Paquetá no meio do ano. Paquetá ficou, contamos com a boa vontade dele e do agente. Temos de entender que o jogador tem o sonho de jogar na Europa e não quis abrir mão de ser protagonista de uma transação milionária no futebol mundial, que vai trazer tranquilidade para ele e para a família. Se o Flamengo continuar nessa recuperação financeira, daqui a algum tempo, vamos conseguir manter os jogadores aqui. Mas, neste momento, não tinha como fazer e tentamos fazer tudo dá melhor maneira para o Flamengo.

Crescimento da base

Spindel - Essas transações estarem acontecendo é um indício da evolução da base do Flamengo. A ideia é que se estruture financeiramente para que esses jogadores possam ter o ápice esportivo aqui no Flamengo. Ideia é que todo esse recurso vá para o futebol, o que, dada a infraestrutura que já temos, vai ajudar ainda mais a brigar por todos os títulos.

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