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Conselheiros criam movimento para barrar mudança que pode encurtar caminho de Leila à presidência

Dona da Crefisa defende que o mandato do presidente mude de dois para três anos. Se a alteração for aprovada na segunda-feira, ela poderá ser candidata no fim de 2021

17 mai 2018 - 08h03
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Conselheiros de diferentes correntes políticas do Palmeiras se uniram no "Movimento Palmeiras Responsável" para tentar barrar a mudança estatutária que pode deixar Leila Pereira, dona da Crefisa, mais perto da presidência do clube.

Se a mudança for aprovada, Leila poderá ser candidata no fim de 2021 (Foto: Divulgação/Palmeiras)
Se a mudança for aprovada, Leila poderá ser candidata no fim de 2021 (Foto: Divulgação/Palmeiras)
Foto: Lance!

O Conselho Deliberativo decidirá na próxima segunda-feira se altera de dois para três anos a duração do mandato de presidente do Palmeiras. Leila é a maior defensora desta mudança e tem feito campanha por ela.

O "Movimento Palmeiras Responsável" fala em "casuísmo político". Se essa mudança for aprovada e passar a valer já para as eleições do fim deste ano, que devem opor Maurício Galiotte e Genaro Marino, o mandato do próximo presidente irá até o fim de 2021. Nesta data, Leila já terá um mandato completo como conselheira, requisito básico para se candidatar.

Se o mandato for mantido em dois anos, o próximo presidente governará até o fim de 2020, quando ocorrerá uma nova eleição. Nesta data, Leila ainda não poderá se candidatar. Ou seja, ela teria de esperar mais dos ciclos eleitorais antes de disputar o cargo máximo do clube.

Para que a alteração estatutária seja aprovada, é preciso ter a aprovação da maioria simples do Conselho (141 votos). Depois, o tema é levado para uma assembleia geral de sócios, que podem confirmar a mudança (maioria simples) ou rejeitá-la (maioria de dois terços).

Se a mudança for aprovada pelo Conselho na próxima segunda-feira, uma emenda proposta pelos conselheiros contrários a ela irá a votação logo na sequência. Eles pedirão que a alteração passe a valer apenas em 2020 e que não interfira nas eleições deste ano.

Leia o texto do "Movimento Palmeiras Responsável":

À toda coletividade palmeirense,

O Movimento Palmeiras Responsável reúne dezenas de conselheiros do clube, representantes de visões políticas distintas e heterogêneas. Tendo em vista a pretendida mudança estatutária com o objetivo de alterar o tempo de mandato do Presidente, a ser votada no próximo dia 21 de maio, apresentamos considerações relevantes para o entendimento da questão.

Buscando promover a pacificação nas discussões políticas do clube em momento tão promissor, entendemos que:

1.Não é aceitável em processos democráticos que alterações estatutárias relevantes possam modificar o processo eleitoral, eventualmente beneficiando a gestão em curso. Este artifício é repelido por todos os órgãos institucionais que regulam eleições. E não poderia ser diferente no Conselho Deliberativo da Sociedade Esportiva Palmeiras.

a.Nossa proposta: nenhuma alteração nestes termos pode ter validade na eleição imediatamente subsequente, ou estaríamos legitimando o casuísmo político. Sem impedir alterações nas vésperas do momento eleitoral, a cada eleição futura viveremos disputas fratricidas em torno de modificações estatutárias.

b.Essa prática já foi habitual no nosso passado recente, bem como em outros clubes. Suas consequências foram (e serão) sempre trágicas, especialmente pelo risco de apropriação pessoal do poder.

2.Duas propostas foram apresentadas para votação na próxima reunião: três anos de mandato da Diretoria Executiva (Presidente) com uma reeleição (3 +3); ou dois anos de mandato com duas reeleições (2+2+2). Estas propostas eram apenas duas entre tantas outras e, ao contrário do que se tem propagado de forma irresponsável, nunca foram consenso na Comissão de Reforma do Estatuto em 2015, que havia sugerido a realização de reuniões setoriais para debate, as quais, entretanto, não foram realizadas pelo Presidente do Conselho.

a.Se não havia consenso, por que essas são as únicas alternativas apresentadas? A proposta de três anos de mandato sem reeleição, a preferida entre os membros da comissão, não entrou sequer em pauta.

b.Em outubro de 2017 houve votação para ampla reforma estatutária. Naquela ocasião, não se incluiu na pauta de votação qualquer mudança no prazo do mandato da Direção Executiva. Agora, às pressas, esta proposta é colocada para votação, com efeito imediato, sem debates prévios. Por quê?

3.Esta ação coordenada pela Diretoria Executiva tem causado fraturas nas relações políticas do clube.

a.Três vice-presidentes da atual gestão, bem como o vice-presidente do Conselho Deliberativo são contrários a esta alteração repentina, além de dezenas de conselheiros do clube, entre eles muitos apoiadores e diretores da atual administração.

b.Sem os votos necessários para a mudança, tem-se notado a adoção de métodos absolutamente inapropriados em busca de apoios, deteriorando o nível de nosso debate político.

Desta forma, não resta outra alternativa que não a de vetar essa alteração extemporânea, votando contrariamente as duas propostas apresentadas. Apenas respeitando os limites éticos e os processos democráticos já consagrados, avançaremos enquanto instituição. A Sociedade Esportiva Palmeiras não pode ser submetida ao interesse de grupos que, episodicamente, estejam no poder.

_(Observação: todos as considerações acima dizem respeito exclusivamente ao item 4 da Reforma Estatutária, que trata da modificação do tempo de mandato do presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras. As demais alterações propostas não são objeto de discussão deste coletivo.)_

Atenciosamente,

MOVIMENTO PALMEIRAS RESPONSÁVEL

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