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Futebol Internacional

Hernanes adota tom de adeus ao São Paulo e cita Kubitschek

Última e remota esperança do Tricolor na permanência do Profeta está na conversa do jogador com o clube chinês, que exigiu sua reapresentação na próxima semana

5 jan 2018 - 12h41
(atualizado às 12h47)
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Profeta viajano fim de semana para treinar com time chinês (Foto: Maurício Rummens/Fotoarena/Lancepress!)
Profeta viajano fim de semana para treinar com time chinês (Foto: Maurício Rummens/Fotoarena/Lancepress!)
Foto: Lance!

"Enquanto houve esperança, vamos tentar." Essa foi a frase de Raí, diretor executivo de futebol do São Paulo, para definir as esperanças em manter Hernanes. Mas o meio-campista viajará no fim de semana para se apresentar ao Hebei Fortune e, embora ainda prometa tentar conversar com os chineses para convencê-los a seguir no clube tricolor, adotou tom de despedida.

O "Profeta" se reapresentou com o elenco para a pré-temporada, mas nem foi ao campo do CT da Barra Funda nesta sexta-feira. Concedeu entrevista coletiva ao lado de Raí e do coordenador de futebol Ricardo Rocha e chegou até a citar a política de desenvolvimento de Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil entre 1956 e 1961, para definir sua passagem de seis meses pelo Tricolor.

"É a máxima do Juscelino Kubitschek. Ele falava em 50 anos em cinco, comigo foram três anos em seis meses. Agradeço. Ainda farei última tentativa, conversando pessoalmente, para encontrar caminho para permanecer, mas já agradeço. Foram poucos meses, mas muito intensos, vitoriosos. Foi muito bom para mim, me aproximei mais do São Paulo. As cores do clube estão cada vez mais no sangue, torcida me marcou muito. Agradeço a todos".

Raí já disse que o São Paulo fez de tudo para manter Hernanes, inclusive tentou comprar o meio-campista, mas os asiáticos nem abriram conversas no aspecto. A última esperança está com o jogador. Ele se juntará ao elenco do Hebei Fortune, que fará pré-temporada na Espanha, e repetirá pessoalmente o que já disse por telefone para dirigentes e membros da comissão técnica do time chinês: quer ficar no clube tricolor. Mas o tom de suas palavras é de adeus.

"Meu sentimento é de que vim para cumprir uma missão, encarei dessa maneira no ano passado. Deu muito certo, consegui, com companheiros e comissão, cumprir a missão e começar um trabalho, dar uma nova cara, melhoramos nosso desempenho e performance no segundo turno, demos um novo começo. Saio com sentimento de que fui feliz aqui. Fui eu mesmo, fui feliz e tive uma realização. Não ganhamos títulos, mas nossa missão era outra. Saio realizado".

Confira outros temas tratados por Hernanes em sua entrevista coletiva nesta sexta-feira:

Situação contratual com Hebei Fortune

Tenho contrato com Hebei por mais dois anos. Na metade de 2017, o São Paulo assinou por empréstimo, e ele só foi assinado devido a essa cláusula que hoje o clube exerceu, porque chineses queriam me emprestar só por seis meses. Para o empréstimo por um ano ser possível, acrescentaram a cláusula. No começo de dezembro, exerceram a cláusula e, desde lá, o São Paulo tem tentado de todas as formas me manter. Falei com dirigente e treinador, expliquei que seria importante permanecer, mas, até o momento, não teve jeito. Vou me reapresentar no dia 7.

Forçar saída da China

Fui feliz aqui porque fui eu mesmo. Sempre fui muito profissional, respeitador, sempre cumpri com obrigações. Não procuro voltar atrás da palavra que dou. Se falei, é o que farei, imagina se assinei contrato. Não tem como tomar atitude que fira meu princípio. Nunca fiz e não pretendo fazer, não tenho outra maneira de me conduzir.

Copa do Mundo

Se eu estivesse aqui, teria mais visibilidade. O campeonato lá só começa em março, estarei todo esse período fazendo amistosos, mas acho que minha trajetória, minhas qualidades, o Tite conhece bem. Nesse período, demonstrei, além de qualidade, força moral, de caráter, porque reverter situação, aconteceu o improvável. Eu lá, sem jogar, e aconteceu o que aconteceu. Já provei o que posso fazer. Claro que seria melhor dar continuidade aqui, mas não vejo que é o fim do mundo

Arrependimento por ir para futebol chinês?

Não me arrependo de ter ido para China. Quando assinei, estava em outra situação, não jogando na Juventus, fora de posição, já tinha conversado com treinador. Estava infeliz e, quando veio clube chinês, com perspectiva, mesmo em outro continente, de jogar na minha posição, isso me entusiasmou. Assinei e não me arrependo.

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