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Judô, surfe e atletismo oferecem salários iguais

Há discrepâncias nos contracheques de homens e mulheres em outras modalidades, mas já existe igualdade

27 jul 2019 - 11h12
(atualizado em 29/7/2019 às 16h03)
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Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) da Secretaria da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (antigo Ministério do Trabalho), consolidados pelo site salario.com.br, especializado em pesquisas de remuneração, mostram que as mulheres ganham menos do que os homens também nas outras modalidades esportivas, além do futebol. A diferença, porém, não é gigantesca.

Considerando-se uma base de dez mil salários do Brasil, a média de remuneração é R$ 3.022,68 para os homens e de R$ 2.374,32 para as mulheres.

Apesar da diferença no contracheque, esportistas ouvidos pelo Estado afirmam que o desempenho e a meritocracia são considerados no final das contas. Isso explica o fato de Hortência e Paula, por exemplo, terem tido premiações e salários muito maiores do que a maioria dos atletas de sua geração. O mesmo ocorre no atletismo. Fabiana Murer, bicampeã mundial, tinha o maior salário da BMF, maior clube de atletismo do País extinto no ano passado.

Quem começa no atletismo ganha cerca de R$ 300 a R$ 900 dos clubes. Conquistar um título nacional significa elevar sua remuneração para R$ 2 mil. Já os atletas de nível internacional, entre os 30 melhores do mundo, têm remuneração de R$ 3 mil a 10 mil. Já aqueles entre os cinco melhores do mundo costumam receber de R$ 12 mil a R$ 25 mil. Esse ganho pode variar de acordo com premiações de patrocínios individuais.

A ginasta Natália Gaudio afirma que sua modalidade, a ginástica rítmica, sofre outro tipo de discriminação. "Pelo fato de ser um esporte unicamente feminino, a gente encontra dificuldade para ser valorizada e conseguir patrocínio e apoio. Por ser só de mulheres, fica um pouco para trás. Se fosse praticado por homens, como a ginástica artística, acredito que teria uma visibilidade melhor."

Atletas de outras modalidades afirmam que não existe diferença de salário. "No judô, as regras são iguais. Todo mundo tem a mesma pontuação, a mesma premiação e a mesma medalha. Não tem essa diferença. Na nossa modalidade, a gente não vê a discriminação que a gente vê no futebol e outros esportes", diz a campeã olímpica Rafaela Silva. "É importante essa reviravolta das mulheres. Foi assim a vida inteira, mas acho que agora está todo mundo brigando para ajudar o futuro e as próximas gerações", diz.

Estadão
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