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Jogos de Paris

Thiago Braz revela que já pensou em abandonar o atletismo

Atleta do salto com vara teve um ciclo olímpico muito irregular após conquistar o ouro na Rio-2016; Braz conta que sonhou com bronze

3 ago 2021 - 12h39
(atualizado às 12h54)
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Há mais de 20 anos, desde 2000, um atleta brasileiro do atletismo não conseguia dois pódios consecutivos nos Jogos Olímpicos. Pois Thiago Braz quebrou essa marca nesta terça-feira ao ficar com o bronze em Tóquio no salto com vara depois do ouro no Rio cinco anos antes, repetindo André Domingos, prata nos 4x100m rasos em Atlanta-1996 e Sydney-2000. O curioso é que Thiago Braz diz ter sonhado dois dias antes com a medalha de bronze. Mas não gostou do sonho.

Thiago Braz competindo no salto com vara durante Olimpíada de Tóquio
03/08/2021 REUTERS/Aleksandra Szmigiel
Thiago Braz competindo no salto com vara durante Olimpíada de Tóquio 03/08/2021 REUTERS/Aleksandra Szmigiel
Foto: Reuters

"Sonhei que eu tinha voltado para o apartamento aqui e estava com a medalha de bronze. Eu achava que era ouro, mas era bronze. Fiquei bravo no sonho, mas desejei muito ganhar uma medalha", contou o atleta de 27 anos.

Thiago Braz relembrou ainda as dificuldades que teve no último ciclo olímpico, quando não conseguiu manter uma regularidade nas competições. O atleta revelou, inclusive, que pensou em abandonar a carreira.

"Meus altos e baixos significaram mais conhecer a mim mesmo e mostrar que saltando bem ou mal era possível voltar a saltar, projetar novos sonhos e conquistas. Eu tinha no meu sonho voltar aos Jogos e ganhar outra medalha. Às vezes deu vontade de parar, desistir, mas tive suporte", disse.

Na briga por uma medalha em Tóquio, o brasileiro voltou a duelar com Renaud Lavillenie, campeão olímpico em Londres-2012 e prata no Rio. O francês, no entanto, não conseguiu superar o salto de 5,87m de Thiago Braz e terminou na oitava posição. "Tinha de acontecer desse jeito. No classificatório, tive um início de cãimbra, a gente tratou, mas ainda senti. Aos poucos fui tentando, dando uma corrida para relaxar a musculatura. O meu desejo era ganhar uma medalha, eu queria ouro, mas primeiramente uma medalha. O motivo maior foi minha família, minha esposa, meu treinador e meu avô, que faleceu no ano passado, num momento de pandemia. E também o orgulho de ser brasileiro, de trazer orgulho para o Brasil."

Thiago narrou ainda como o aspecto emocional foi decisivo para a sua conquista. Durante a prova classificatória para a final, ele chegou a temer que poderia não avançar na competição. "Durante esse período dos Jogos aconteceram alguns sinais legais me incentivando a buscar de novo uma medalha, a acreditar. Em algum momento da vida, a gente se sente inseguro, exemplo disso foi a qualificação. Me fez lembrar um trauma que sofri, mas acabou dando certo. Isso traz uma felicidade no peito, nervosismo e raiva ao mesmo tempo", contou.

Com o próximo ciclo olímpico mais curto, Thiago Braz terá 29 anos nos Jogos de Paris, em 2024. E já faz planos. "Eu queria tentar o bi. Ainda dá, tem a próxima."

Estadão
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