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Jogos de Paris

Proibição de estrangeiros nos Jogos de Tóquio representa R$ 9,9 bilhões em perda de receitas

Governo japonês esperava atrair cerca de 600 mil turistas ao país durante o evento

23 mar 2021 - 15h10
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A decisão dos organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio de impedir a entrada de torcedores e voluntários estrangeiros caiu como um balde de água fria no setor turístico japonês. O país quebrou seu recorde em 2019 com 31,9 milhões de visitantes, e a expectativa era chegar a 40 milhões em 2020 com a Olimpíada.

O adiamento do evento e as rígidas restrições impostas desde o ano passado para conter a disseminação do novo coronavírus já tinham freado os ânimos do setor. Agora, os japoneses calculam o impacto econômico da proibição de estrangeiros, que pode chegar a US$ 1,8 bilhão (R$ 9,9 bilhões).

O governo japonês esperava atrair cerca de 600 mil turistas ao país durante os Jogos. Mas, as autoridades concluíram que receber torcedores do exterior não seria possível, principalmente depois da detecção de variantes mais contagiosas em muitos países, entre eles o Brasil. Esta é a primeira edição dos Jogos em que é proibida a entrada de visitantes de outros países.

A restrição de entrada de turistas estrangeiros no país representa uma perda de receitas estimada em US$ 1,8 bilhão (R$ 9,9 bilhões), segundo Takahide Kiuchi, economista do Instituto de Pesquisa Nomura. "Não é suficiente para desestabilizar a economia japonesa, mas é uma perda econômica significativa", analisa Kiuchi. Os organizadores da Olimpíada, por exemplo, terão de reembolsar cerca de 600 mil ingressos vendidos ao público do exterior.

A paralisação do setor turístico vem em um momento em que pesquisas apontam que a maioria dos japoneses apoia a proibição da entrada de espectadores estrangeiros. "Há muito tempo, eu via os Jogos como um momento de rebuliço que atrairia clientes de todo o mundo. Agora é difícil imaginar algo assim. Fiquei triste e desapontado", disse Yui Oikawa, gerente da operadora de turismo Tokyo Rickshaw.

O Japão, até agora, controlou a crise de saúde melhor do que muitos países, mas registrou um ressurgimento de infecções entre novembro e o final de janeiro. O governo japonês lançou em fevereiro sua campanha de vacinação, mas a maior parte da população do país não estará imunizada antes dos Jogos.

Ainda não foi decidido qual medida será tomada em relação aos familiares dos atletas estrangeiros. A tendência, no entanto, é que eles sejam classificados como torcedores de outros países e, assim, também sejam proibidos de entrar no país durante os Jogos. /COM AFP

Estadão
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