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Jogos de Paris

Principal evento mundial de breaking retorna este ano para Nova York, berço da modalidade

Esporte, que surgiu nas ruas do Bronx, se tornou olímpico e estreia nos Jogos de Paris, em 2024

15 mar 2022 - 15h10
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Quase meio século depois de surgir nas ruas do Bronx, famoso bairro de Nova York, o breaking retornará às suas origens agora com o carimbo olímpico. É na famosa cidade, mais precisamente no Hammerstein Ballroom, que será disputada neste ano a final do Red Bull BC One, maior competição da modalidade que vai estrear nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.

"É muito bonito trazer essa competição tão marcante de volta para Nova York, o berço do Hip Hop, onde tudo começou. É uma reflexão de como essa forma de arte começou a existir, criando uma ponte entre as gerações, dos pioneiros aos mais incríveis talentos de hoje, celebrando a nossa cultura ao máximo", diz o B-boy Neguin, único latino-americano que já foi campeão do evento.

A competição ocorre anualmente com os melhores do mundo e reúne disputas individuais de um contra um. Mas para chegar lá, os atletas precisam vencer as seletivas regionais e nacionais, como no caso dos representantes brasileiros no masculino e no feminino. Depois disso, os melhores dançarinos do mundo garantem a vaga para a disputa global em Nova York, que será realizada no segundo semestre.

O famoso evento é como uma prévia do que pode acontecer na Olimpíada, por isso todos querem conquistar as vagas na seletiva. Ainda mais com a disputa onde tudo começou. "O breaking teve origem no Bronx. É muito importante que o evento aconteça lá, como um tributo ao berço do breaking. Boa parte dessa história pode ser encontrada na cidade, que pode ser explorada por aqueles que vencerem o cypher em seus países. Isso certamente aumenta a motivação para ir para lá esse ano", afirma a B-girl Madmax, da Bélgica.

Ela é membro do grupo Street Wizards e começou a praticar breaking aos 14 anos, depois de ver algumas pessoas praticando em uma estação de trem. Para ela, a entrada da modalidade no programa olímpico abriu muitas oportunidades e possibilidades para os atletas.

"Agora estamos mais em evidência. Todos os países devem criar uma federação e recrutar atletas. Quem está envolvido no breaking diariamente agora tem a chance de ganhar a vida com isso. Dependendo do governo, você tem direito a um certo benefício, como um atleta que atingiu certo nível. O fato do breaking estar na Olimpíada é uma grande chance para a mídia e para quem não sabe muito sobre o breaking aprenderem sobre o esporte."

Já Ronnie, dos Estados Unidos, reforça a importância de ter o breaking de volta a Nova York para a disputa do Red Bull BC One. Ainda mais neste ciclo olímpico mais curto. "Teremos mais oportunidades para B-boys e B-girls profissionais serem apoiados ou patrocinados, o que deixa mais fácil para eles focarem todo o seu tempo nas batalhas", garante.

Ele vem convivendo com competidores porque costuma viajar o mundo produzindo shows em Las Vegas e administra um centro de cultura hip hop. Veteranos, ele começou na modalidade na década de 90 e foi campeão mundial do Red Bull BC One em 2007. "Competidores do mundo todo estão ficando melhores e a comunidade internacional de breaking está descobrindo meios de unir a cena e torná-la mais profissional. Além disso, a juventude está em ascensão", avisa.

?História do breakdance

Sem qualquer histórico na Olimpíada, o breakdance fez sua estreia em grandes eventos esportivos em 2018, ao ser incluído no programa dos Jogos Olímpicos da Juventude, realizada em Buenos Aires. Organizada pela Federação Mundial de Dança Esportiva (World DanceSport Federation), a modalidade consiste em duelos entre dois atletas, que são avaliados por juízes. Para a competição realizada na Argentina, a inscrição para a disputa foi feita através do envio de vídeos dos interessados, pela internet.

Parte da cultura hip-hop, que surgiu em Nova York na década de 70, o breakdance não conta com grande estrutura em sua organização. Há apenas uma grande competição da modalidade, de nível mundial, a BC One (Break Championship), criada pela Red Bull.

Estadão
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