PUBLICIDADE

Jogos de Paris

Japão inicia revezamento da tocha olímpica em Fukushima para mostrar reconstrução após tsunami

Região foi devastada há dez anos após catástrofe nuclear que provocou 18.500 mortes; não haverá público no evento por causa da covid-19

24 mar 2021 - 15h10
Compartilhar
Exibir comentários

O Japão inicia nesta quinta-feira em Fukushima o tour da tocha olímpica dos Jogos de Tóquio como uma forma de mostrar ao mundo a reconstrução e recuperação dez anos após a catástrofe nuclear que devastou a região. O revezamento começará a cerca de 20 quilômetros da usina nuclear onde em 11 de março de 2011 um terremoto, seguido por um tsunami, causou o derretimento do núcleo dos três reatores. A catástrofe causou 18.500 mortes, com cidades inteiras inabitáveis devido à radiação.

Embora dez anos depois ainda haja muito trabalho a ser feito, para os participantes do revezamento da chama olímpica o tour permitirá mostrar ao mundo os avanços na reconstrução. "Visto de fora, parece que o tempo parou em Fukushima, mas acho que a imagem que as pessoas têm vai mudar quando virem a paixão dos corredores e do público presente no percurso", diz Hanae Nojiri, apresentadora do uma rede de televisão local e que participará das transmissões.

Mais de 10 mil corredores participarão do revezamento, que terminará no dia 23 de julho, no Estádio Nacional de Tóquio, na cerimônia de abertura dos Jogos. As inúmeras restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, porém, obrigaram a organização a reduzir as festividades em torno da passagem da chama olímpica por Fukushima e pelo Japão. O evento nas cidades ocorrerá sem público ou com público restrito.

Os espectadores poderão ficar apenas à margem da corrida, em número reduzido. "Os moradores da região aguardam com impaciência este momento, muitos vão querer se aproximar", admite Yumiko Nishimoto, uma das participantes do revezamento e também responsável por um projeto de plantio de 20 mil cerejeiras na região.

Os organizadores e autoridades japonesas querem transformar o evento de Tóquio nos "Jogos de Reconstrução" e, por isso, fazem questão de destacar o impacto positivo na região. William McMichael, professor canadense da Universidade de Fukushima, por exemplo, tem buscado mudar a imagem da região levando estudantes estrangeiros para o local.

"Havia uma grande diferença entre o que se falava de Fukushima no mundo e o que realmente estava acontecendo", diz McMichael, que carregará a chama olímpica durante a terceira etapa do revezamento. "Desejo que o povo de Fukushima perceba que o mundo continua pensando nele." Fukushima sediará as competições olímpicas de beisebol e softbol. O COI e os organizadores de Tóquio informaram recentemente que os Jogos não terão a presença de torcedores vindos de outros países e também não contarão com voluntários estrangeiros, a não ser aqueles com funções mais específicas. / COM AFP

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade