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Jogos de Paris

Ginasta tranca faculdade de medicina para realizar sonho de disputar os Jogos de Tóquio

Com aval do pai, que é médico, Mariany Miyamoto vai tentar a vaga olímpica no Campeonato Pan-Americano

21 jan 2021 - 18h01
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Uma das grandes revelações da ginástica rítmica do Brasil, Mariany Miyamoto decidiu trancar o curso de medicina na faculdade para tentar o sonho olímpico. Ela está na seleção brasileira de conjunto que vai tentar a vaga para os Jogos de Tóquio em maio, no Campeonato Pan-Americano.

"Existe muita esperança de conquistar essa vaga para a Olimpíada, a gente está treinando muito, está fazendo de tudo. Em maio, temos a seletiva olímpica e será nossa chance de conquistar a vaga. Estamos na reta final, então vamos dar nosso máximo", explica a garota de 19 anos.

Ela conta que a decisão de largar um curso tão concorrido contou com total apoio da família, incluindo do pai, que é médico. "Foi uma decisão que eu pensei bastante, mas também foi fácil de tomar. Iniciei a faculdade em 2020, estava no primeiro semestre, bem animada, mas quando fui convocada para a seleção decidi continuar minha carreira na ginástica um pouquinho mais", conta ao Estadão.

A ginasta argumenta que a oportunidade de integrar uma seleção brasileira é única e que depois terá mais tempo para se dedicar à faculdade. "Minha família sempre me apoiou bastante no esporte, minha mãe sempre me acompanhou nas viagens e competições, e meu pai sempre que dava estava lá. Ele é médico, me incentivou a fazer essa faculdade, mas quando veio a convocação ele apoiou que eu trancasse. Na ginástica, a oportunidade é agora, depois terei mais tempo para outras coisas", diz.

Mariany começou na modalidade ainda criança, quando acompanhava a irmã. Isso em 2004. "Eu era pequenininha e ficava assistindo aos treinos e aulas dela. Ficava imitando os gestos do lado de fora e pedi para minha mãe para fazer também. O clube não permitia criança de 3 anos, mas fiz um teste, deram autorização e acabei entrando", afirma.

Suas primeiras lembranças são com a fita, que parecia para a menina algo mágico, como ela mesma descreve. "Lembro que tinha uma fita azul e ficava brincando com ela antes de começar a aula. Isso é uma das coisas que mais me encantaram", comenta a atleta, que atualmente prefere um outro aparelho, a bola. "É o que tenho mais facilidade e afinidade agora."

A atleta sempre se destacou desde então e foi campeã em todas as divisões nas categorias de base. E agora está em um grande momento, com a convocação para a seleção. "Eu fico muito orgulhosa de tudo isso que estou vivendo e tudo que já vivi. Todos esses anos de esforço valeram a pena, as experiências me ajudaram a amadurecer muito como ginasta e como pessoa", diz.

"Hoje estou integrando um grupo de elite e para mim é uma satisfação enorme porque todo atleta sonha em chegar a esse nível. Fico muito feliz de poder olhar para trás e ver que tudo que fiz está sendo uma jornada muito grande e que sempre consegui me superar para chegar onde estou hoje", continua.

Por enquanto, o curso de medicina ficará para trás, mas os gestos graciosos na ginástica rítmica serão aperfeiçoados para tentar a vaga nos Jogos de Tóquio. "Meu grande sonho como atleta é com certeza disputar uma Olimpíada e representar o Brasil. Além disso, quero poder inspirar muitas ginastas e mostrar um pouco as experiências que estou vivendo, que servem para os atletas e também para a vida", avisa.

Estadão
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