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Gestão do COB atrapalhou preparação do Time Brasil para Paris-2024, diz candidato da oposição

Marco La Porta concorre à eleição em chapa com a ex-atleta Yane Marques

1 out 2024 - 08h14
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Após recordes e euforia na Olimpíada de Tóquio, em 2021, o Time Brasil não atendeu às expectativas de novas marcas históricas em Paris-2024. Para Marco Antonio La Porta, candidato de oposição à presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB), a responsabilidade pelos resultados abaixo do esperado deve recair sobre a gestão de Paulo Wanderley, que teria falhado no planejamento para o último ciclo olímpico.

Em entrevista ao Estadão, o candidato da chapa de oposição na eleição marcada para quinta-feira, 3, o atual presidente fez uma gestão "acomodada" após os resultados em Tóquio. Além disso, na avaliação de La Porta, Paulo Wanderley afetou o planejamento do Time Brasil ao demitir Jorge Bichara, então diretor de alto rendimento e um dos profissionais mais elogiados pelos atletas, no meio do ciclo.

O candidato à presidência e sua vice, a ex-atleta Yane Marques, que também participou do bate-papo com a reportagem, avaliam que a gestão atual se excedeu na centralização na tomada de decisões dentro do COB, investiu pouco na base e enfrentou dificuldades no relacionamento com os atletas.

Por que não alcançamos as mesmas marcas de Tóquio em Paris?

Primeiro porque faltou ao COB entender que o fôlego estava acabando e fazer um planejamento estratégico melhor para este período. Eram só três anos de ciclo. O ano de 2022 foi fantástico para o esporte brasileiro, com bons resultados. E talvez esse tenha sido o erro. O atleta deveria talvez ter respeitado o corpo dele, já que ele vinha de um ciclo mais longo, de cinco anos. Teve uma pandemia, que acarretou em vários problemas, com destreino, retreino. Acabou entrando nos dois anos finais do ciclo com bons atletas com chance de medalha passando por cirurgia, com problemas de lesão. Faltou aí um acompanhamento mais acirrado por parte do COB junto com a sua área médica para entender a situação e sentar com a confederações para ver como poderia ter feito melhor essa estratégia. Além disso, poderíamos ter dado atenção para outras modalidades que estavam crescendo.

Yane Marques: O COB pode estar bem próximo dos atletas e das confederações e se antecipar aos fatos. Estamos falando aqui de base, de renovação, de substituição, estamos falando que não dá para jogar a responsabilidade sobre os ombros de um atleta. Estar perto é entender de verdade o que os atletas estão passando, se antecipar, trabalhar mais a prevenção. O COB pode fazer isso, através de suas áreas competentes.

O que o Brasil precisa fazer para se tornar uma potência olímpica?

Precisamos fazer aquilo que fazem as potências olímpicas. Elas têm maior investimento e excelente relacionamento com instituições para alinhar projetos. Muitas vezes diferentes instituições estão fazendo a mesma coisa, por isso precisamos alinhar, para somar recursos, com investimento mais assertivo. Geralmente as potências olímpicas investem em três pontos: modalidades multi-medalhistas, como atletismo e natação; atletas multi-medalhistas, como a Rebeca; e num maior número de modalidades contribuindo para conquistar medalhas. Para tentar virar Top 10 do quadro de medalhas, precisa de um planejamento que mapeie tudo isso. Tem modalidades, por exemplo, que ganham muitas medalhas, mas que no Brasil precisam de uma atenção especial, como remo e ciclismo. Não temos ganhado medalhas nestas modalidades, que fazem a diferença. E precisa aumentar o investimento nas mulheres. O seguimento feminino hoje é uma possibilidade muito maior de medalha do que o masculino porque tem menos mulheres competindo. Essa é uma estratégia que as potências têm adotado.

Yane Marques: Precisamos entender o que as potências estão fazendo e trazer para nossa realidade, respeitando nosso investimento e cultura. A minha história é isso, fui atleta de uma modalidade pouco difundida no Brasil, de uma confederação pequena. Não tínhamos o método de treinar o pentatlo moderno no Brasil, começamos a viajar e fomos pegando um pouquinho de cada país e moldamos nosso trabalho. E deu certo. Fazendo um paralelo, é o que pretendemos fazer no COB.

Estadão
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