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Jogos de Paris

Em evento de um ano para Tóquio-2020, Chiaki Ishii entra no Hall da Fama do COB

Ex-judoca japonês naturalizado brasileiro foi o primeiro a conquistar uma medalha olímpica para o País na modalidade

20 jul 2019 - 22h54
(atualizado às 23h00)
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Em um evento realizado neste sábado em São Paulo, que marcou a contagem regressiva de um ano para o início da Olimpíada de Tóquio-2020, o ex-judoca Chiaki Ishii, japonês naturalizado brasileiro, entrou para o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Primeiro nome a conquistar uma medalha olímpica para o judô do País, o ex-atleta de 77 anos recebeu a honraria na Praça da Liberdade, ponto central de um dos bairros de maior concentração de descendentes de japoneses na capital paulista.

Ishii conquistou o bronze nos Jogos de Munique, em 1972, na categoria meio-pesado, e abriu o caminho para outros medalhistas olímpicos brasileiros da modalidade, como Aurélio Miguel, Leandro Guilheiro, Rafael Silva, Tiago Camilo, além de Rogério Sampaio, diretor-geral do COB, que marcaram presença nesta homenagem ao precursor do esporte mais vitorioso do Brasil na história da Olimpíada.

"É uma honra receber esta homenagem. Agradeço ao COB e a CBJ, especialmente aos presidentes Paulo (Wanderley) e Silvio (Acácio Borges), que proporcionaram esse momento emocionante, um dos dias mais felizes da minha vida. Sempre tive o objetivo de disputar os Jogos Olímpicos. Perdi a seletiva em 1964 e decidi recomeçar do zero. Atravessei o oceano e imigrei para o Brasil. Precisei trabalhar na agricultura para sobreviver, mas sempre com a certeza que não perderia para ninguém no judô. Com apenas um judogi (quimono) nas costas, treinei e lutei muito até conquistar a medalha de bronze olímpica", disse Ishii, que também foi o primeiro brasileiro a ganhar medalhas em Mundiais de Judô, com o bronze em Ludwigschafen, na Alemanha, em 1971.

"Passados 47 anos da minha conquista, vejo que o judô brasileiro já ganhou 22 medalhas nos Jogos Olímpicos e fico muito feliz com o crescimento da modalidade", completou o lendário ex-judoca, que neste sábado também recebeu homenagens do presidente do Instituto Kodokan do Brasil, Takanori Sekine, e do presidente da Confederação Brasileira de Judô, Silvio Acácio Borges, responsável por entregar o uniforme do Time Brasil ao novo integrante do Hall da Fama do COB.

"O projeto do Hall da Fama foi criado pelo COB para reconhecer grandes atletas brasileiros, que construíram, com muito sacrifício, uma tradição de medalhas olímpicas que temos hoje. A conquista de uma medalha era muito difícil. Hoje, o Brasil já vai para os Jogos com uma expectativa maior. Isso só foi possível com a participação de atletas como o sensei Ishii. Essa homenagem é mais que um reconhecimento. É um agradecimento, não só pela conquista olímpica, mas pelo legado que deixou para o judô. Sem a história dele, certamente o Brasil não teria atingido as 22 medalhas que a modalidade conquistou até hoje em Jogos Olímpicos", disse Rogério Sampaio, que foi medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992.

Na homenagem recebida neste sábado, as marcas das mãos de Ishii foram eternizadas no mural que será inaugurado no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio. Além dele, o Hall da Fama do COB já conta com Torben Grael (vela), a dupla Sandra Pires e Jackie Silva (vôlei de praia), Vanderlei Cordeiro de Lima (atletismo) e Hortência Marcari (basquete) como outros integrantes. Ainda em 2019, o COB incluirá outros nove nomes neste seleto grupo: Paula (basquete), Joaquim Cruz (atletismo), Bernardinho e José Roberto Guimarães (vôlei); e os já falecidos Guilherme Paraense (tiro esportivo), João do Pulo (atletismo), Maria Lenk (natação) e Sylvio Magalhães Padilha (atletismo).

O evento promovido pelo COB neste sábado também contou com a presença do público participando de clínicas esportivas de caratê, skate e surfe e com uma parede de escalada para que as pessoas pudessem conhecer e praticar os esportes. Também ocorreu uma exposição dos equipamentos usados pelos atletas das novas modalidades olímpicas. Rodrigo Koxa, recordista da maior onda surfada no mundo, foi um dos instrutores das clínicas. Já Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze na prova da maratona nos Jogos de Atenas-2004, se aventurou em cima de um simulador de surfe.

"Espetacular essa experiência de estar em cima de uma prancha. Deve-se valorizar todos os brasileiros que fizeram e ainda fazem história nesse esporte tão importante para o nosso país. Ficamos agora na expectativa de que eles possam representar o Brasil e que lá em Tóquio possam surfar as melhores ondas que os levem ao alto do pódio. Desejo toda sorte aos brasileiros nos Jogos Olímpicos", afirmou Vanderlei, único latino-americano agraciado com a Medalha Pierre de Coubertin, a maior condecoração de cunho humanitário-esportivo concedida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

Estadão
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