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Jogos de Paris

CPB lança programa com 300 bolsas para graduação de atletas e ex-esportistas

Programa visa estimular o desenvolvimento pleno da cidadania em esportistas com deficiência em todas as fases de sua carreira

16 out 2018 - 23h14
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O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) lançou nesta terça-feira, em São Paulo, o programa "Atleta Cidadão", que visa estimular o desenvolvimento pleno da cidadania em esportistas com deficiência em todas as fases de sua carreira por meio de capacitação e orientação profissional. O evento de lançamento ocorreu no CT Paralímpico, onde a entidade confirmou que serão distribuídas 300 bolsas de estudo integrais para cursos de ensino superior para atletas e ex-esportistas, que poderão realizá-los no formato à distância (EaD).

O CPB informou que a iniciativa pôde ser viabilizada por meio de uma parceria firmada com o Grupo Estácio, empresa de educação que abrange várias instituições de ensino no Brasil. Os interessados nestas bolsas de estudo poderão ter acesso às informações detalhadas sobre as mesmas no edital do projeto, que está disponível no site oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro (www.cpb.org.br).

Mizael Conrado, presidente do CPB e ex-atleta do futebol de 5 do Brasil
Mizael Conrado, presidente do CPB e ex-atleta do futebol de 5 do Brasil
Foto: Divulgação/CPB / Estadão

"O processo de formação de uma pessoa é complexo. A transição de uma carreira, na verdade, precisa ter início o mais rapidamente possível. Com este propósito, definimos em 2017 que criaríamos um programa que atendesse ao atleta desde o início até o fim de sua trajetória. Hoje temos a oportunidade de efetivamente lançarmos o 'Atleta Cidadão', que é sequência do 'Transição de Carreiras'. Este programa significa um passo adiante", afirmou Mizael Conrado, presidente do CPB e ex-atleta do futebol de 5 do Brasil, durante o evento desta terça-feira.

O órgão que controla o esporte paralímpico brasileiro também revelou que, para poder tirar do papel este novo programa, firmou parcerias com entidades especializadas. No caso, o Ernest Young Institute, a EF English Live, a Lee Hatch Harrison e a Adecco, sendo que nesta terça fechou acordos com o Centro de Tecnologia e Inovação e a ASBZ Advogados.

Simone Rocha, presidente do Conselho de Atletas do CPB, também enfatizou a importância deste novo programa que acaba de ser lançado. "O CPB está olhando o atleta em sua mais profunda expressão como pessoa. Temos recebido todo o apoio no esporte e agora teremos o direcionamento e cuidado no nosso desenvolvimento, no nosso intelecto e no preparo para o mercado de trabalho. O Comitê Paralímpico exerce muito bem a sua função social", afirmou.

Também presente a este lançamento, a secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, exaltou o papel que o ensino superior, por meio deste projeto, pode ter para a inclusão completa na sociedade dos competidores paralímpicos. "Os atletas com deficiência precisam ser valorizados em todos os seus aspectos. O esporte é mobilizador e traz uma felicidade imensa a quem faz e assiste, mas precisamos ir além das potencialidades visíveis. Precisamos encontrar o cognitivo e fazer com que cada atleta seja um cidadão pleno. Por isso, esse programa é de relevância imensa", disse.

O evento de apresentação do programa "Atleta Cidadão" foi prestigiado ainda pelos medalhistas paralímpicos Antônio Delfino, ouro nos 200 e 400 metros T46 (amputados de braço) nos Jogos de Atenas-2004 e prata nos 400 metros em Sydney-2000, e Adria Jesus, bronze no vôlei sentado feminino no Rio-2016. Eles foram os dois primeiros atletas a concluírem o ensino superior por meio desta iniciativa do CPB. Ambos foram beneficiados pelo projeto piloto de transição do programa anterior para o "Atleta Cidadão".

Este novo programa espera conseguir aperfeiçoar o projeto "Transição de Carreiras", que foi criado em setembro de 2015 e atendeu cerca de 250 atletas que estavam no estágio final de suas trajetórias. De acordo com o CPB, a ideia é promover o processo de mentoria enquanto os esportistas ainda estão atividade, sendo que os mesmos podem frequentar cursos de graduação, idiomas e coaching.

Estadão
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