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Jogos de Paris

Brilho do ouro ofusca problemas de Tóquio com início da Olimpíada

24 jul 2021 - 11h50
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O esporte se espalhou por todos os cantos de Tóquio neste sábado e choveram medalhas de ouro com o início da ação nos Jogos Olímpicos, finalmente deixando de lado um pouco da sombra da Covid-19 e as controvérsias que têm atormentado o espetáculo global.

Atiradora chinesa Yang Qian, ganhadora da medalha de ouro em Tóquio
24/07/2021
REUTERS/Ann Wang
Atiradora chinesa Yang Qian, ganhadora da medalha de ouro em Tóquio 24/07/2021 REUTERS/Ann Wang
Foto: Reuters

A China fez uma declaração instantânea de intenções quando a atiradora Yang Qian conquistou o primeiro ouro dos Jogos, e a judoca japonesa Naohisa Takato aqueceu os corações do país-sede com um ouro, um dia depois de a estrela do tênis Naomi Osaka acender a pira olímpica para abrir oficialmente a Olimpíada atrasada em um ano pela pandemia.

O Irã também estava em festa depois que Javad Foroughi venceu o evento masculino de pistola de ar de 10m, e Richard Carapaz, do Equador, venceu a prova de estrada do ciclismo masculino, colocando nações inesperadas no topo do quadro de medalhas.

Mas os torcedores, banidos de todos os locais de competição pelos protocolos da Covid-19, receberam um lembrete antecipado do impacto potencial da pandemia, já que dois arqueiros norte-americanos disseram que estavam competindo não vacinados por escolha pessoal, e os organizadores disseram que outro atleta tinha testado positivo para o vírus.

A escolha de Osaka para acender a pira na sexta-feira encerrou uma cerimônia de abertura realizada em um estádio assustadoramente silencioso.

Mas, embora a cerimônia tenha sido como nenhuma outra antes, o primeiro dia do esporte ofereceu uma sensação muito mais familiar, apesar da ausência de espectadores, uma vez que os atletas de elite do mundo corriam, cavalgavam, lutavam e nadavam como um anseio por um sentimento de vida normal.

A visão de uma atleta com os olhos brilhando de alegria sempre é bem-vinda para os organizadores, e a atiradora chinesa Yang, de 21 anos, a providenciou primeiro, controlando seus nervos na competição de rifle feminino de 10m para derrotar Anastasiia Galashina, da Rússia.

Yang ficou emocionada e sugeriu sua principal motivação . "É o centésimo aniversário do Partido Comunista chinês", disse ela. "Estou muito feliz que esta medalha de ouro seja um presente para o meu país."

Os anfitriões também estavam desesperados pelo sucesso japonês e, depois de alguns erros, Takato conquistou o ouro no judô masculino de 60kg, derrotando o taiwanês Yang Yung-wei.

"Foi frustrante no Rio", disse Takato, lembrando dos Jogos anteriores, onde terminou com o bronze. "Foi um longo caminho para chegar aqui."

Os organizadores esperam que o esporte possa distrair da série de gafes embaraçosas e infortúnios causados pelo coronavírus que marcaram a preparação para o evento.

Mas não havia como ignorar a pandemia global, já que mais um atleta testou positivo para Covid-19, elevando o número total de casos de vírus divulgados entre os credenciados nos Jogos para 123.

Mais tarde, os arqueiros norte-americanos Brady Ellison e Mackenzie Brown disseram que eram livres para escolher se querem ou não serem vacinados contra a Covid. Eles caíram na primeira rodada do evento misto, que está fazendo sua estreia olímpica.

Os organizadores também se preparam para um tufão, já tendo transferido as provas de remo de segunda-feira para integrá-las na programação de sábado e domingo.

Mas, enquanto os remadores olham ansiosos para o céu, os surfistas --que começam suas competições no domingo-- devem se beneficiar de uma possível melhor ondulação.

O torneio de basquete 3x3 fez sua estreia olímpica e a primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, e o presidente francês, Emmanuel Macron, lideraram a torcida na vitória norte-americana sobre as francesas.

Aos 12 anos, a síria Hend Zaza era a atleta mais jovem competindo em Tóquio, mas seu torneio de tênis de mesa acabou em um piscar de olhos, pois ela perdeu para a austríaca Liu Jia.

Liu, que tem uma filha de 10 anos, teve dificuldade para dormir na véspera do evento. "Ontem perguntei a minha filha: 'Você sabia que sua mãe está jogando contra alguém dois anos mais velha que você?' Sua primeira resposta foi: 'Então é melhor você não perder!'"

Talvez o "Rei Kohei" Uchimura, do Japão, pudesse ter recebido um conselho semelhante, mas o reinado do campeão olímpico e detentor de sete medalhas olímpicas chegou a um fim abrupto quando ele não conseguiu se classificar para as finais de aparelhos na ginástica artística, fechando sua histórica carreira olímpica.

"Eu não pude realizar o que treinei. É assim que eu simplesmente penso", disse.

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