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Jogos de Paris

Após ouro, Ítalo quer inspirar pessoas e buscar o bi mundial

"Tanto no surfe quanto na vida: nunca desistir e sempre acreditar nos sonhos", disse campeão olímpico em sua chegada ao Brasil nesta quinta

29 jul 2021 - 21h19
(atualizado às 21h58)
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De volta ao Brasil após conquistar a medalha de ouro na Olimpíada, Ítalo Ferreira não quer saber de descanso. O primeiro campeão olímpico da história do surfe já listou tudo o que pretende fazer em seu retorno à Baía Formosa, no Rio Grande do Norte. Ele pretende lançar neste ano seu instituto e também seu aguardado documentário, seguir na briga pelo bicampeonato no Circuito Mundial e, ao mesmo tempo, virar motivo de inspiração para as pessoas.

Ítalo Ferreira mostra medalha de ouro na chegada ao Brasil
 29/7/2021   REUTERS/Carla Carniel
Ítalo Ferreira mostra medalha de ouro na chegada ao Brasil 29/7/2021 REUTERS/Carla Carniel
Foto: Reuters

"Agora, quem vive ali próximo de mim, quem sonha em ser profissional ou quer outra conquista ou sonho grande, pode se inspirar na história que tenho e continuo escrevendo. Serve para qualquer um. Tanto no surfe quanto na vida: nunca desistir e sempre acreditar nos sonhos", disse o surfista, nesta quinta-feira, já em São Paulo, antes de embarcar para o seu Estado.

Ítalo percebe que já começou a influenciar ao menos os seus fãs pelas redes sociais, que não param de ganhar seguidores. Somente no Instagram, são 2,3 milhões. "Isso se reflete nas minhas redes sociais agora. Multiplicou (o número de seguidores) e só estão crescendo. Isso é muito louco. Estou meio em choque ainda. Eu só queria a medalha e o resto veio no pacote completo. Mas está legal. E quero aproveitar o momento porque passa rápido."

Para inspirar as pessoas, o atleta potiguar decidiu adiar o lançamento do seu documentário, cujo título é "Curious Tales of Italo Ferreira" (algo como "Contos Curiosos de Italo Ferreira"). O atraso, claro, é para incluir a grande conquista nos Jogos de Tóquio.

"Pedi para segurar o documentário para poder acrescentar minha vitória no Japão. Agora vou ter que fazer alguns ajustes para colocar um pouco mais de tempo para a galera poder acompanhar os detalhes. Estávamos filmando tudo. O documentário vai ser algo bem diferente, bem detalhado. Não tem tanto surfe. É mais a minha vida, de onde eu vim, quem eu sou. Acho que vai inspirar as pessoas", afirmou.

Ao mesmo tempo, Ítalo trabalha para lançar ainda neste ano seu instituto, que deve atender crianças e adolescentes de baixa renda. "O projeto está encaminhado. Vai começar em setembro ou outubro. No início do próximo ano, já estará tudo pronto. Vai ficar incrível, vai ajudar as crianças e dar oportunidade, uma luz a mais no sonho deles."

A criação do instituto não deve impedir seus treinos. Ítalo se mostrou ansioso para cair na água novamente. "Provavelmente amanhã (sexta-feira) já vou treinar, vou estar na água surfando. E vou fazer a parte física também, porque fiquei três dias parado", avisou o surfista, cuja fome por conquistas está longe de acabar.

"Sempre tem alguma coisa a mais para conquistar. Para um atleta de alta performance, que gosta de competir, ele sempre quer alguma coisa. Poxa, acho que o próximo objetivo é ser bicampeão mundial. E assim seguindo, enquanto Deus permitir que eu surfe em alto nível, vou estar lá competindo, batendo de frente com todo mundo", projetou.

O brasileiro é o atual campeão mundial, por ter vencido a temporada de 2019 do Circuito Mundial. Em 2020, o campeonato foi cancelado por causa da pandemia do coronavírus. E, neste ano, ele é o vice-líder do ranking. Está atrás apenas de Gabriel Medina. Para Ítalo, a chamada "Brazilian Storm" (a tempestade brasileira) vai seguir fazendo bonito.

"Acho que a gente está bem forte no circuito. Temos muita lenha para queimar ainda. Tem o Yago (Dora), o Filipe (Toledo), o Gabriel. Eles surfam muito e estão fazendo história no Circuito e tem alguns nomes da nova geração", enumerou o campeão olímpico, antes de passar um recado para os mais novos. "Mas acho que, na nova geração, às vezes o surfista se acha campeão do mundo antes de ser. Precisa botar um pouquinho o pé no chão e ir passo a passo para ir conquistando e crescendo no esporte."

Estadão
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