Vestido de vermelho, Canadá curte "onda do patriotismo"
- Anderson Giorge
- Direto de Vancouver
O Canadá se vestiu de vermelho e curtiu cada medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Vancouver como se fosse a conquista de uma Copa do Mundo, "parodiando" com a realidade brasileira.
Exceto alguns protestos mais violentos no início da Olimpíada, em Vancouver, a população abraçou a competição, se vestiu com as cores do país e sempre, de alguma forma, balançando a bandeira canadense.
A mania entre os canadenses era vestir a camisa vermelha da seleção de hóquei, chamada no país de Team Canada, e luvas da mesma cor com os anéis olímpicos.
Com uma população estimada em 34 milhões de habitantes, o canadense é sempre alvo de piada por seus vizinhos do "sul". Os americanos brincam com o jeito pacato e respeitoso do cidadão do Canadá, independente dos britânicos desde 1867.
Há inclusive uma brincadeira por parte de alguns americanos de chamarem o país de "14º Estado". No século XVIII e XIX, os Estados Unidos tiveram duas tentativas frustradas de anexar o território canadense.
Imitando o estilo de torcedores de partidas de futebol, os canadenses mudaram, vaiam, buzinam e gritam o "Go Canada" em todos os eventos, incluindo o silencioso curling.
Em entrevista à versão canadense do Metronews, Michael Byers, professor de política global da Universidade de British Columbia, disse que talvez o povo do país "tenha se tornado mais confiante do que costumava ser".
O especialista lembrou que esse tipo de manifestação ou mudança não acontece "do dia para a noite" e que é um processo que já estava em andamento e que a Olimpíada apenas acelerou.
John Furlong, diretor executivo dos Jogos de Vancouver, disse que a manifestação do povo canadense foi um das principais conquistas da competição.
"Os números da audiência são incríveis não só no Canadá como no restante do planeta. A atmosfera desses Jogos foi excelente e as pessoas estão celebrando em todas as partes, não só em Vancouver, como no restante do país", disse. "Alguma coisa está acontecendo nessa cidade e nesse país...", completou.