Em "maratona", remistas sofrem com goleada e deixam estádio
Quinze minutos de lua de mel, meia hora de tensão e divórcio prematuro. Essa foi a relação da torcida com o Remo durante a goleada sofrida para o Internacional por 6 a 1, no Mangueirão, pela primeira fase da Copa do Brasil. No começo, um público abaixo da média para a competição empurrou o time, mas logo a empolgação acabou em domínio gaúcho, e a arquibancada esvaziou-se no segundo tempo.
A preocupação veio logo aos 19min do primeiro tempo, com o primeiro gol colorado. Com o segundo gol, ainda sobrava um fio de esperança de que a maré de azar pudesse virar de lado.
"A gente tem como virar sim, temos um banco de reservas bom", disse Davi Salomão, que estendeu uma bandeira do Remo ao lado de outras do Inter, em frente às cadeiras do Mangueirão. Seu amigo, Rafael Henrique, lamentou o público abaixo do esperado e justificou falando da maratona de jogos do Remo. "Teve clássico, Copa Verde e domingo tem jogo com o Paysandu de novo. É muito dinheiro. Eu vou, mas dessa vez vai ser na arquibancada", conta.
A rampa de acesso à arquibancada começou a ser caminho de saída a partir dos 6min do segundo tempo, com o gol contra do zagueiro Max. Com o gol de pênalti convertido por Alex, uma multidão passou a ir embora.
A estreia da fantasia de leões não deu sorte para Fernando Albuquerque e José Maria Barroso. Mesmo no desgosto de ver o time do coração ser goleado, eles se mantiveram firmes, sem ir embora. "Torcedor de verdade tem é que prestigiar, independente do resultado", afirmou Fernando.
A apatia no rosto de Edvaldo Cardoso era reflexo dos jogadores em campo. Em poucas palavras e com olhar fixo no campo, ele lamentou o "apagão" do time. Enquanto falava, seus irmãos perguntaram se ele ia ficar lá. Um aceno positivo com a cabeça bastou e explicou: "derrota faz parte, a gente tem que continuar até o final".