Script = https://s1.trrsf.com/update-1761143121/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE
Goleiros de aluguel viraram solução para times amadores jogarem completos  Foto: Arquivo Pessoal: Luca Coutinho e Reprodução/Instagram/jessicamonczak

Goleiros de aluguel viram solução em jogos amadores e podem faturar até R$ 3.000 por mês

Atletas amadores podem ser 'contratados' e avaliador por meio de aplicativo. No entanto, alguns preferem ganhar espaço à moda antiga

Imagem: Arquivo Pessoal: Luca Coutinho e Reprodução/Instagram/jessicamonczak
  • David Plassa David Plassa
Compartilhar
5 nov 2025 - 04h59
Goleiros de aluguel viraram solução para times amadores jogarem completos
Goleiros de aluguel viraram solução para times amadores jogarem completos
Foto: Arquivo Pessoal: Luca Coutinho e Reprodução/Instagram/jessicamonczak

Decidir no “dois ou um” quem joga no gol em jogos de futebol amador virou hábito passado. Na era da tecnologia, goleiros podem ser alugados e avaliados por meio de aplicativo.

A ideia surgiu em 2014, durante um churrasco, como conta Samuel Toaldo (42), criador da plataforma Goleiros de Aluguel, sediada em Curitiba (PR). “Em um churrasco no final de 2014, comentei que não estava bem, mas jogava futebol quase todos os dias e isso me ajudava a melhorar da depressão”.

“Um dos amigos comentou que eu era convidado por ser goleiro e que era difícil encontrar alguém fixo nessa posição", completou.

A observação inspirou Samuel: “As pessoas até me buscavam em casa, porque precisavam muito de um goleiro”, lembrou. “Então, criei uma fanpage no Facebook e comecei a receber mensagens de vários times, perguntando o valor e marcando horários para eu jogar.”

Com o tempo, o negócio evoluiu para o aplicativo Goleiro de Aluguel. Segundo Toaldo, a plataforma conta hoje com 186.922 contratantes e 205.341 atletas, incluindo a empresária e goleira Jéssica Monczak (36).

A goleira Jéssica Monczak à frente da meta
A goleira Jéssica Monczak à frente da meta
Foto: Reprodução/Instagram/@jessicamonczak

Uma goleira de aluguel

“Meu pai [Almir Amaro dos Reis] foi jogador profissional, jogou no Coxa, em outros times e depois foi para o futebol amador”, revela Jéssica, moradora de Curitiba. “Então, basicamente, o futebol faz parte da minha essência, da minha história desde muito pequena.”

A princípio, Jéssica era jogadora de linha, “gostava de fazer gol”, lembra. “Na minha adolescência, cheguei até a jogar um tempo pelo Coritiba, mas acabei não seguindo.”

Uma lesão de difícil recuperação no ligamento cruzado anterior do joelho a fez pensar em abandonar os campos. No entanto, funcionárias da empresa onde trabalhava a convidaram para um campeonato feminino.“[Lá], eles sempre priorizam o futebol. Inclusive, tinha campeonatos femininos. Me convidaram, e aí foi quando veio a ideia: vou ir para o gol.”

Ela se apaixonou pela posição logo no primeiro campeonato e decidiu procurar uma academia de goleiros para treinar. “Entendi que era o que eu queria, então, precisaria treinar. Decidi entrar em uma academia de goleiros.”

Goleira Jéssica em ação durante partida
Goleira Jéssica em ação durante partida
Foto: Reprodução/Instagram/jessicamonczak

Após seis anos na posição, Jéssica deixou o regime CLT para fundar o próprio negócio. “Até estruturar as coisas, precisava ocupar minha cabeça de alguma forma. Foi quando descobri essa questão do goleiro de aluguel. Me inscrevi e comecei a atuar como uma.”

Segundo ela, o aplicativo a tornou mais conhecida: “Passei a ter convocações exclusivas. A pessoa entra lá, fala onde vai ser o futebol, o horário, qual a modalidade, campo, society ou futsal, e já coloca especificamente: 'Quero a Jéssica como goleira dessa pelada”, explica.

Toaldo informa que goleiros assíduos — aqueles que jogam mais de 90 partidas com 1 hora de duração por mês — conseguem lucrar até R$ 3.000. “A média nacional está R$ 900,00/mês”, acrescenta.

“Quase todo dia tem pelo menos uma convocação no feminino”, revela Jéssica. Apesar do dado, as goleiras de aluguel ainda compõem somente 1% da base de atletas do aplicativo em questão. “A gente precisa entender que o que fazemos [sendo mulher] não é só por amor. Pode ser rentabilizado de alguma forma”, opina a goleira.

Goleiro de aluguel, mas sem aplicativo

O goleiro de aluguel Lucas Coutinho não utiliza aplicativo para participar de jogos
O goleiro de aluguel Lucas Coutinho não utiliza aplicativo para participar de jogos
Foto: Foto: Arquivo Pessoal

Apesar de a tecnologia ter atraído defensores que buscam uma renda extra, alguns deles preferem “fechar contratos” como antigamente. “Sempre joguei no time aqui da quebrada”, destaca o motorista paulistano Lucas Coutinho, 35. “Esse negócio foi crescendo, os times pagando para jogadores. Faz pouco tempo, fui convidado para jogar em um. Os caras me ofereceram uma ajuda de custo por jogo.”

Coutinho diz estar cadastrado em uma plataforma. No entanto, por falta de tempo, não a utiliza. Além disso, participa atualmente de um campeonato, no qual recebe até R$ 150 por jogo. “Goleiro é embaçado: gasto com luva, chuteira, cotoveleira, joelheira, roupa térmica. Se não, depois se rala todo!”, brinca.

Para finalizar, ele dá dicas para quem pretende atuar como goleiro de aluguel: “É treino”, pontua, “não adianta sair no sábado, beber todas e ir para o jogo virado, na ressaca. Os caras querem um comprometimento legal, porque estão pagando.”

Fonte: Portal Terra
TAGS
PUBLICIDADE