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Reforço do Santo André, Adriano relembra passagem vitoriosa pelo Santos

4 jan 2018 - 11h05
(atualizado às 11h05)
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"Na vida, devemos sempre almejar coisas novas". É assim que Adriano encara sua mais recente mudança de ares, a sexta nos últimos cinco anos. Depois de uma temporada no futebol alagoano, onde se tornou campeão estadual e disputou a Série B do Campeonato Brasileiro pelo CRB, ele está de volta a São Paulo, onde viveu a fase mais vitoriosa de sua carreira. Peça fundamental do Santos na conquista da Libertadores em 2011, o volante é destaque do Santo André para a disputa do Paulistão 2018. Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, ele explicou o que o motivou a fechar com o time do ABC, mesmo com uma proposta de renovação em mãos.

"Tive um excelente ano pelo CRB. Consegui jogar, ser campeão, conquistar o que pretendíamos. Mas o projeto do Santo André é muito bom. Eu queria ficar mais perto da família e voltar a um cenário de destaque. Desde 2016 eu não disputava um Paulistão e tinha muita vontade de voltar a jogar esse campeonato. Então, abracei o projeto do Santo André, onde eu sei que tem pessoas capacitadas, o (técnico) Sérgio Soares, o Carlito (Arini, superintendente de futebol), com quem eu tenho um contato muito bom. Desde quando surgiu a proposta, o interesse, eu não hesitei em aceitar e começar a pensar neste projeto", afirmou.

Aos 30 anos de idade, Adriano "Pagode", apelido carinhosamente dado por seu avô quando criança, em função das semelhanças físicas ao músico Zeca Pagodinho, atribui grande importância à sua chegada ao Ramalhão. Rodado e experiente, o jogador se vê como uma das referências do elenco andreense, que passou por uma grande reformulação e terá apenas um mês de preparação antes da estreia no Campeonato Paulista. "O grupo ganha em conhecimento. Não só comigo, mas com o Domingos, Zé Carlos, Neneca…. É um clube que está mesclando experiência com juventude, e neste fator as duas características ajudam em muito. O elenco passou por uma reformulação grande, mas está bem fechado e tenho certeza que, com o apoio do Sérgio Soares, vamos chegar a um ótimo patamar", apontou.

A última campanha de destaque do Santo André no Paulistão foi em 2010, quando chegou à final da competição e perdeu para o Santos. No ano seguinte, o time do ABC foi rebaixado à Série A2, na qual permaneceu até 2016, quando conseguiu o acesso à Série A1 de 2017. Adriano, porém, vê boas chances de a equipe atual voltar a surpreender e fazer frente aos grandes do estado. "Os quatro grandes são a potência do futebol paulista, mas o futebol tem evoluído bastante nesses últimos anos. Tanto que as equipes pequenas vêm surpreendendo. Sabemos que vai ser difícil, mas a equipe é qualificada e tenho certeza que, com trabalho e pé no chão, vai buscar algo maior no campeonato".

Em 2010, o volante disputou o estadual pelo São Caetano, emprestado pelo próprio Santos. Ele voltou ao Peixe na metade da mesma temporada, onde um ano depois se tornaria fundamental na conquista da Copa Libertadores e do bicampeonato paulista. Este salto dado na carreira é visto por ele como um período de enorme amadurecimento. "O São Caetano foi um clube que abriu as portas para mim e fico lisonjeado por isso. Lá, consegui mostrar um pouco do meu trabalho e ganhei confiança para voltar ao Santos. Com a chegada do professor Muricy (Ramalho), com a experiência e a capacidade de visão que tem, tive oportunidade e mostrei o meu valor. Depois, consegui ajudar o time a ganhar Libertadores, Paulista e Recopa Sul-americana".

Todavia, mesmo com a conquista de todos esses títulos, Adriano não vê 2011, de fato, como o melhor ano de sua trajetória no futebol. "Acho que o ano de 2011 ficou marcado pelas conquistas, isso é bem legal. Mas tenho certeza de que em todos os meus anos de futebol eu procurei dar meu máximo. É lógico que quando você tem uma conquista de grande porte, como foi a Libertadores, a Recopa, é algo que fica marcado. Mas todos os meus anos foram fundamentais e sempre me dediquei ao máximo".

O jogador, que dividiu vestiário com uma das melhores gerações santistas, com Neymar, Ganso, Alex Sandro, Danilo, e com jogadores experientes, como era o caso de Elano, Léo e Edu Dracena, se mostra extremamente grato a Muricy Ramalho. Relembrando aquele período, enalteceu o bom ambiente que existia na Vila Belmiro. "Era um grupo muito unido. Não havia vaidade, independentemente dos jogadores que tinha. Isso era fundamental. Cada um se colocou no lugar do outro e fizemos o que tinha que ser feito".

Mesmo com a boa passagem pelo Santos, Adriano não chegou a um acordo com o clube da baixada pela renovação de seu contrato, em 2013. O volante possuía um dos menores salários do elenco, muito abaixo das quantias recebidas pelos principais nomes do time, e acabou entrando em divergência com a diretoria alvinegra.

"Minha vontade era de ficar, mas respeitei o momento do Santos e a decisão da diretoria. Me colocaram um valor com o qual não concordei. Fiquei triste porque queria ficar. Mas o que ficou marcado e o que deve ser lembrado são as conquistas. A minha não renovação é algo pequeno em relação ao que o Santos representa para mim", afirmou, assegurando que não guarda nenhum tipo de mágoa em relação ao episódio. "Sou muito grato ao clube por tudo o que me proporcionou e por todas as conquistas que tive. Tenho um grande carinho, e não é isso que vai apagar tudo o que sinto e tudo o que está guardado".

Adriano foi contratado pelo Grêmio, mas não conseguiu repetir no clube gaúcho o futebol que apresentou no Peixe. "Acabei sofrendo com algo que nunca tive em toda minha carreira", lamenta o jogador, em referência às diversas lesões que atrapalharam sua passagem em Porto Alegre. Na metade de 2014, foi emprestado ao Vitória, de onde voltou ao final da temporada. Em abril de 2015 se transferiu ao Avaí, e ainda teve passagens por Novorizontino e Goiás antes de acertar com o CRB, no início de 2017.

Embora tenha sido aproveitado em todas as equipes que defendeu, acabou não se firmando em nenhuma. Mesmo assim, o atleta não se arrepende das decisões tomadas ao longo dos últimos anos. Questionado se sua carreira poderia ter tomado outros rumos, quem sabe fora do Brasil, ele discorda. "São coisas normais do futebol, acontece. Sou muito feliz com as escolhas que eu tive, e tenho certeza de que por onde passei eu consegui mostrar meu futebol. Por isso não fico chateado. Consegui alcançar tudo que eu almejei como atleta profissional".

Com um futebol de muita pegada e grande intensidade de marcação, Adriano garante que seu estilo de jogo é o mesmo que conquistou Muricy em 2011. Porém, "com mais experiência, um pouquinho mais de calma. Tenho certeza de que dentro de campo vou conseguir retribuir toda a confiança que depositam em mim aqui no Santo André", assegura o jogador, que foi eleito o melhor volante do Campeonato Alagoano em 2017 e promete tentar repetir a dose no Paulistão 2018. "É um campeonato difícil, mas vou entrar de cabeça e dar meu melhor".

Por outro lado, desafiado a apontar um favorito para o título paulista, ele preferiu não arriscar um palpite. "Hoje o futebol está muito dinâmico. As coisas às vezes não acontecem como o esperado, então prefiro não opinar. Pode ser o Santo André, o São Paulo, e por aí vai. O que importa é que vai ser bem disputado. Lá na frente a gente vê o que acontece".

Por fim, Adriano afirma que ainda se vê defendendo um clube da elite nacional em um futuro próximo. De volta a um cenário de destaque no futebol brasileiro, como o mesmo classifica, com certeza a probabilidade aumenta. "Eu trabalho para isso. Com certeza tenho essa capacidade e vou me empenhar ao máximo para voltar a vestir a camisa de algum time grande do Brasil".

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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