Tite vive seu “momento Jorge Jesus” na Seleção
Técnico brasileiro quis o time no ataque o tempo todo contra a Bolívia
O Brasil já vencia a Bolívia por 5 a 0, na noite dessa sexta-feira, na Arena Corinthians sem público, e o áudio da transmissão do jogo pela TV captava as orientações do técnico Tite à equipe. “Pra frente! Vamos! Vamos! Pra frente!” Ou seja, ele queria o sexto, o sétimo, o oitavo gol. A goleada, porém, parou nos 5 a 0.
Mais do a ótima atuação da Seleção, em que pese a passividade do adversário – os bolivianos pareciam ter ingerido antes da partida um monte de tranquilizantes -, chamou a atenção a disposição de Tite de ver o time em busca do gol o tempo todo, não se satisfazendo com o placar já dilatado.
Essa característica voltou a fazer parte do cenário nacional em 2019, com Jorge Jesus obtendo uma série de resultados expressivos pelo Flamengo a partir de sua exigência de que a equipe jogasse os 90 minutos com a mesma intensidade. Não foi à toa que o Rubro-Negro goleou vários rivais no ano passado graças a essa atitude.
Em dados momentos, Tite foi cobrado por torcedores e imprensa, de quem ouvia elogios constantes ao trabalho de Jorge Jesus no Flamengo, sobre o porquê de a Seleção não voltar a adotar esse estilo, o de ser um time que não se contentava em vencer por um ou dois gols de diferença, fosse quem fosse o adversário.
Em março deste ano, ainda sem que o mundo conhecesse os desdobramentos da pandemia da covid-19, Jorge Jesus disse, em entrevista ao “Jogo Sagrado”, do Foz Sports, que aceitaria um eventual convite para dirigir a Seleção. Teria essa “sombra” despertado um novo comportamento de Tite? O segundo jogo do Brasil nas eliminatórias do Mundial de 2022, contra o Peru, na terça (13), em Lima, pode ajudar a responder a questão.